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Microencapsulação de beta-caroteno em matrizes lipídicas para uso em alimentos: viabilidade de produção, caracterização e estabilidade físico-química (2014)

  • Autor:
  • Autor USP: PINHO, SAMANTHA CRISTINA DE - FZEA
  • Unidade: FZEA
  • Sigla do Departamento: ZEA
  • Subjects: MICROENCAPSULAÇÃO; PIGMENTOS; LIPOSSOMOS
  • Language: Português
  • Abstract: O objetivo principal desta Tese de Livre-Docência foi avaliar a viabilidade de microencapsulação de beta-caroteno em sistemas coloidais lipídicos, mais especificamente, partículas lipídicas sólidas e lipossomas. A utilização de tais matrizes lipídicas para encapsulação de bioativos hidrofóbicos como o beta-caroteno apresenta como principais vantagens: (i) aumento da capacidade de incorporação do carotenoide em formulações alimentícias, que são em sua grande maioria de base aquosa, uma vez que se trata de estruturas lipídicas, mas dispersíveis em meio aquoso; (ii) possibilidade de melhora da capacidade de absorção do bioativo hidrofóbico no meio duodenal, pois sabe-se que a presença de lipídios pode aumentar a bioacessibilidade e, consequentemente, a biodisponibilidade de compostos ativos hidrofóbicos. Foi possível encapsular o beta-caroteno em todos os sistemas testados, a saber, micropartículas lipídicas sólidas (produzidas por ultra-agitação) nanopartículas lipídicas sólidas (produzidas por homogeneização a alta pressão) e lipossomas multilamelares (produzidos pelo método da hidratação de pró-lipossomas). No caso das micropartículas lipídicas sólidas, foi possível concluir que é possível produzi-las utilizando-se ácido esteárico e óleo de girassol, bem como triestearina e óleo de girassol. As micropartículas produzidas com ácido esteárico e óleo de girassol mostraram-se altamente capazes de proteger o beta-caroteno incorporado, e não passaram por transformações estruturais ao longo do tempo de armazenagem, após 4 meses de armazenagem. No entanto, houve a necessidade de adição de alfa-tocoferol como antioxidante para que tais características fossem obtidas. No caso das micropartículas produzidas com triestearina e óleo de girassol, foi necessário adicionar goma xantana como espessante. Os sistemas estabilizados com polisorbato 60 se mostramestáveis do ponto de vista do diâmetro médio e de distribuição de tamanho de partícula, e dentre eles, o que continha menor concentração de lipídio total apresentou-se mais estável, sendo resistente à floculação até o 4º mês de estocagem. Em relação às nanopartículas lipídicas sólidas, tanto as produzidas com ácido esteárico e óleo de girassol, quanto com triestearina e óleo de girassol, foram capazes de proteger o beta-caroteno encapsulado. Entretanto, as nanopartículas produzidas com a mistura de ácido esteárico e óleo de girassol foi mais efetiva na proteção do carotenoide, tendo sido capaz de preservar mais 90% da massa original de beta-caroteno incorporado por 4 meses, tendo sido detectado praticamente nenhuma alteração microestrutural durante o período citado, independentemente do número de passagens pelo processo de homogeneização a alta pressão (uma ou duas). Por sua vez, as nanopartículas lipídicas sólidas produzidas com a mistura triestearina e óleo de girassol foi efetiva na proteção do beta-caroteno encapsulado por 2 a 3 meses, dependendo do número de passagens no homogeneizador a alta pressão. Diferentemente dos sistemas nanoparticulados produzidos com ácido esteárico, foram detectadas alterações estruturais no caso das nanopartículas produzidas com triestearina, fato que pode estar relacionado com a sua menor capacidade de proteção do beta-caroteno. No caso da microencapsulação do beta-caroteno em lipossomas, primeiramente foi realizada a caracterização físico-química dos pró-lipossomas, que indicou que o beta-caroteno foi completamente incorporado na matriz fosfolipídica, e que os pós obtidos apresentaram características desejáveis para posterior hidratação e formação das vesículas fosfolipídicas. Ao se hidratar os pró-lipossomas, entretanto, foi necessária a adição de um espessante (goma xantana ou mistura goma xantana egoma guar) para que as dispersões lipossomais não desestabilizassem. Os resultados das análises físico-químicas demonstraram a capacidade dos lipossomas multilamelares de proteger o beta-caroteno encapsulado durante longos períodos de armazenagem (60 a 90 dias). Análises reológicas e de microscopia eletrônica de varredura confirmaram que a estabilização dos lipossomas através da adição das gomas se deu pela formação de uma rede polimérica, que, em alguns casos, resistiu à desestabilização por mais de três meses. De forma geral, pode-se concluir que é possível encapsular beta-caroteno em matrizes lipídicas possíveis de serem produzidos por processos escalonáveis, utilizando matérias-primas de grau alimentício, e que tais sistemas são relativamente estáveis, tanto microestruturalmente quanta em relação a capacidade de preservação do carotenoide encapsulado
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 02.06.2014

  • How to cite
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    • ABNT

      PINHO, Samantha Cristina de. Microencapsulação de beta-caroteno em matrizes lipídicas para uso em alimentos: viabilidade de produção, caracterização e estabilidade físico-química. 2014. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2014. . Acesso em: 25 set. 2024.
    • APA

      Pinho, S. C. de. (2014). Microencapsulação de beta-caroteno em matrizes lipídicas para uso em alimentos: viabilidade de produção, caracterização e estabilidade físico-química (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, Pirassununga.
    • NLM

      Pinho SC de. Microencapsulação de beta-caroteno em matrizes lipídicas para uso em alimentos: viabilidade de produção, caracterização e estabilidade físico-química. 2014 ;[citado 2024 set. 25 ]
    • Vancouver

      Pinho SC de. Microencapsulação de beta-caroteno em matrizes lipídicas para uso em alimentos: viabilidade de produção, caracterização e estabilidade físico-química. 2014 ;[citado 2024 set. 25 ]


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