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Trabalho de evento-resumo

Violência sexual: estudo descritivo sobre mulheres atendidas em serviço de referência no interior de São Paulo (2021)

  • Authors:
  • USP affiliated authors: NADAI, MARIANE NUNES DE - FOB ; MARTELI, ELLEN LIMA - FOB
  • Unidade: FOB
  • Subjects: VIOLÊNCIA SEXUAL; VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER; SERVIÇOS DE SAÚDE DA MULHER
  • Language: Português
  • Abstract: Introdução A violência contra a mulher é um importante fator de violação dos direitos humanos das mulheres e tem em sua base a construção social de gênero (1). Entre as diferentes formas de violência que podem ser vivenciadas pelas mulheres está a violência sexual, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como um problema de saúde pública global no ano de 1993 (2), apresentando prevalência entre 0,8 a 8% no mundo (3). Esta forma de violência acarreta inúmeros impactos sobre a saúde física e mental de suas vítimas, entre eles: gestação resultante do estupro, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), distúrbios de sexualidade, dor pélvica crônica e infecções do trato urinário. A prevalência de sinais ou sintomas sugestivos de algum transtorno psiquiátrico entre as vítimas deste tipo de violência é de 33% (3). Objetivos Avaliar informações acerca de mulheres vítimas de violência sexual e das características do evento a partir do registro em unidade de referência para atendimento de violência sexual, para qualificar e quantificar estas ocorrências. Materiais e métodos Estudo descritivo retrospectivo conduzido na “Casa da mulher”, serviço que presta atendimento às mulheres vítimas de violência por meio do “Ambulatório de Atendimento à Mulher em Situação de Violência” em Bauru, São Paulo, Brasil. Foram avaliados prontuários de vítimas de violência sexual atendidas entre setembro de 2018 e março de 2020. Os critérios de inclusão compreenderam: mulheres vítimas de violência sexual (estupro, assédio ou importunação sexual), atendidas na “Casa da mulher” do município de Bauru. Foram excluídas da amostra as mulheres contra as quais não foi configurada violência sexual após o acolhimento. No grupo de mulheres vitimizadas em mais de um evento no mesmo período, foi considerado apenas o evento pelo qual a mulherprocurou o atendimento. Resultados Para composição da amostra deste estudo foram avaliados 101 prontuários. Destes, 3 prontuários foram descartados por inconsistência no preenchimento das informações e/ou falta de dados, sendo analisados, portanto, 98 prontuários neste estudo. A média de mulheres atendidas com queixa de violência sexual é de 5,32 por mês e representa um dado alarmante, especialmente se for considerada a proporção de adolescentes entre as vítimas. O estudo caracterizou estas mulheres como jovens, solteiras e com 1º grau completo ou incompleto. Ao analisarmos as características do agressor (Tabela 2), observamos que em todos os casos eram do sexo masculino, e a maior parte deles era adulto (60,3%). Em 77,55% dos casos, o agressor era uma pessoa conhecida da vítima, sendo que, dentre estes, os cônjuges ou excônjuges ocuparam a primeira posição (27,55%). O principal cenário da violência foi a própria residência da vítima e os episódios de violência foram recorrentes em pouco mais da metade dos casos (53,06%). Frequentemente as mulheres sofreram outras formas de violência associada à sexual. Dentre elas, as mais prevalentes foram físicas (53%) e psicológicas (41,8%), sendo demonstrada sobreposição significativa entre estas. Especificamente a respeito da violência sexual, a maior parte das mulheres sofreu estupro (74,49%) e o meio de agressão mais frequente foi a força corporal do agressor (71,43%). A maior parte das pacientes atendidas neste período foi encaminhada por outros serviços da rede de atenção à mulher em situação de violência, sendo a maioria dos eventos notificados após mais de uma semana do ocorrido (54%). Este atraso na busca por atendimento pode justificar os baixos índices de prescrição de contracepção de emergência e de profilaxia para ISTs, tanto na Casa da Mulher quanto nos serviços de saúde a partir dos quaisas mulheres foram referenciadas. Ainda sobre nossos achados, temos que o Boletim de Ocorrência foi realizado em 3 a cada 4 casos, sendo que nos 25% se encontram aqueles que não notificaram a polícia e também os prontuários nos quais essa informação não foi encontrada. Conclusão Considerando a forma como a violência sexual impacta na saúde e na qualidade de vida das mulheres, é preciso que políticas públicas de enfrentamento a violência sejam instituídas e o atendimento oferecido as mulheres vitimizadas seja eficaz e de qualidade.
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  • Source:
  • Conference titles: JORMED - Jornada da Medicina USP Bauru

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    Privado 3125552.pdf
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    • ABNT

      MARTELI, Ellen e NADAI, Mariane Nunes de. Violência sexual: estudo descritivo sobre mulheres atendidas em serviço de referência no interior de São Paulo. 2021, Anais.. Macaé: CONGRESSE.ME, 2021. Disponível em: https://repositorio.usp.br/directbitstream/5ff0931a-73ed-4532-86a7-a102664a2b51/3125552.pdf. Acesso em: 27 dez. 2025.

    • APA

      Marteli, E., & Nadai, M. N. de. (2021). Violência sexual: estudo descritivo sobre mulheres atendidas em serviço de referência no interior de São Paulo. In Anais. Macaé: CONGRESSE.ME. Recuperado de https://repositorio.usp.br/directbitstream/5ff0931a-73ed-4532-86a7-a102664a2b51/3125552.pdf

    • NLM

      Marteli E, Nadai MN de. Violência sexual: estudo descritivo sobre mulheres atendidas em serviço de referência no interior de São Paulo [Internet]. Anais. 2021 ;[citado 2025 dez. 27 ] Available from: https://repositorio.usp.br/directbitstream/5ff0931a-73ed-4532-86a7-a102664a2b51/3125552.pdf

    • Vancouver

      Marteli E, Nadai MN de. Violência sexual: estudo descritivo sobre mulheres atendidas em serviço de referência no interior de São Paulo [Internet]. Anais. 2021 ;[citado 2025 dez. 27 ] Available from: https://repositorio.usp.br/directbitstream/5ff0931a-73ed-4532-86a7-a102664a2b51/3125552.pdf

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