Mulheres aprisionadas: representações sociais de violência (2015)
- Autor:
- Autor USP: SCHERER, ZEYNE ALVES PIRES - EERP
- Unidade: EERP
- Sigla do Departamento: ERP
- Subjects: ENFERMAGEM; MULHERES; VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER; PENITENCIÁRIA PARA MULHERES
- Language: Português
- Abstract: Introdução: A violência é um problema social e relacional da humanidade. Não há, portanto, sociedade em que a violência não apareça. Ao nos depararmos com uma população carcerária feminina, a problemática da violência pode tomar dimensões diversas. Além de perpetradoras de algum tipo de violência, essas mulheres podem ser também vítimas ao longo de suas vidas e mesmo durante seu período de encarceramento. Objetivo: Compreender e elucidar as representações sociais que mulheres aprisionadas, de um presídio do interior de São Paulo (SP), têm sobre violência. Métodos: Estudo qualitativo exploratório-descritivo de campo, realizado com 15 detectas da Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto (SP) que aceitaram participar do estudo, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada, nos meses de abril a junho de 2007, e analisados de acordo com a técnica de análise de conteúdo. Foi utilizada a Teoria das Representações Sociais como referencial teórico de investigação. Resultados: Os dados submetidos à análise categorial temática permitiram construir seis categorias: “As representações da violência para as mulheres encarceradas”, “Violência sofrida antes da prisão”, “Violência perpetrada antes da prisão”, “Motivos do aprisionamento”, “Vivências e convivências com violência no cotidiano prisional” e “Consequências da prisão na vida das mulheres”. As mulheres expressaram seus conhecimentos sobre violência ancorados nas representações sociais do senso comum, geralmente mensurada por atos concretos, como tapas, socos, empurrões, assalto, estupro, homicídio e opressão. Os atos descritos antes da prisão ocorreram, em sua maioria, dentro de seus lares, identificando marido, pai, irmão ou tio como agressor e dominador. Informaram terem sido vitimas de violência físicae psicológica. Acreditam que negligência ou abandono não são formas de violência, mas falta de acesso à educação e oportunidades de emprego, resultante de desigualdades sociais. Algumas mulheres mencionaram a prática sexual não consensual como violência. Os motivos para o aprisionamento foram o uso de drogas e o envolvimento em crimes como cúmplice e autoras. No cárcere, manifestaram sentimentos de abando e descoso com sua saúde. Denunciaram sofrer violências físicas e psicológicas de funcionários e de outras presas. A relação entre elas é marcada por conflitos e agressões. Queixaram da perda de cantata com seus familiares. Houve desabafas sobre a falta de apoio, descoso do sistema para a readaptação na sociedade. Conclusões: A análise de conteúdo das representações sociais e vivências das mulheres encarceradas sobre a violência possibilitou-nos concluir que as mesmas estão e estarão em contato permanente com esse fenômeno, antes, durante e, possivelmente, após o cárcere. Esse estudo contribui como estimulo e referência para a implementação de outras pesquisas com populações de instituições prisionais, dentre as quais as que busquem estabelecer estratégias para a reinserção dessas mulheres na sociedade e a quebra de paradigmas relacionados a elas. Além disso, no intuito de complementar, sugerimos estudos que tenham também profissionais e familiares (ou visitantes) como sujeitos
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2015
- Data da defesa: 00.00.2015
-
ABNT
SCHERER, Zeyne Alves Pires. Mulheres aprisionadas: representações sociais de violência. 2015. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. . Acesso em: 02 nov. 2024. -
APA
Scherer, Z. A. P. (2015). Mulheres aprisionadas: representações sociais de violência (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. -
NLM
Scherer ZAP. Mulheres aprisionadas: representações sociais de violência. 2015 ;[citado 2024 nov. 02 ] -
Vancouver
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