Padrão de resposta imune celular e dosagem de IgE e PGE2 durante a evolução da candidíase vaginal murina (2008)
- Authors:
- Autor USP: LUCAS, ROSYMAR COUTINHO DE - FMRP
- Unidade: FMRP
- Sigla do Departamento: RBP
- Subjects: IMUNOLOGIA CELULAR; CANDIDÍASE (EXPERIMENTAÇÃO); VAGINA
- Language: Português
- Abstract: Candidíase vulvovaginal é uma infecção oportunista que acomete três quartos das mulheres, pelo menos uma vez durante sua vida reprodutiva. O agente etiológico, em 85 a 90% dos casos sintomáticos, é a levedura Candida albicans. O mecanismo de defesa utilizado pelo hospedeiro contra esse fungo envolve a atividade da resposta imune inata e adaptativa. Porém, o conhecimento exato sobre o funcionamento do sistema imune local do trato genital feminino ainda é obscuro. Foi proposto que a fisiopatogenia dessa doença envolva a produção de IgE, liberação de histamina por mastócitos e produção de PGE2, mas os tipos celulares envolvidos na resposta imune não estão totalmente esclarecidos. A alta incidência de candidíase vulvovaginal e o aparecimento de quadros de recorrência dessa patologia, mesmo após tratamento com antifúngicos, têm estimulado a pesquisa de fatores que possam esclarecer a patogenicidade desse fungo e o padrão de resposta imunológica vaginal. Desta forma, os objetivos do nosso trabalho foram: avaliar, evolutivamente, em modelo murino de candidíase, o padrão de resposta imunológica celular (mastócitos, linfócitos T CD4 e CD8, e células dendríticas) e a dosagem de IgE e PGE2 nesse tecido. Para isso, foi inoculada amostra de Candida albicans produtora de fosfolipase e proteinase, indicando alto poder de virulência, na concentração de 1,5 x 10 POT. 6 células/mL, em camundongos fêmeas BALB/c tratadas com estradiol, 3 dias antes da infecção. Para ocontrole do experimento, foram utilizados grupos de animais tratados ou não tratados com estradiol, inoculados com soro fisiológico. Foi coletada a parede vaginal de 186 animais, nos tempos de 4hs, 8hs, 12hs, 24hs, 48hs, 120hs e 192hs. Esse material foi destinado à contagem de unidades formadoras de colônia (UFC), à detecção de PGE2 e IgE por ELISA e à realização de cortes histológicos: parafinados para coloração de hematoxilina- eosina, prata e azul de toluidina e congelados para a realização de imunohistoquímica visando à determinação das células envolvidas na resposta imune do tecido vaginal. Foi realizado ainda, o estudo do tecido infectado por microscopia eletrônica de transmissão e varredura. Demonstrando a viabilidade do modelo experimental, a contagem de UFC foi positiva para todos os grupos, em níveis crescentes com a evolução da infecção, e após 24 horas, houve sempre o predomínio do parasitismo sob a forma de pseudohifas, com aumento de células infecciosas na camada epitelial, sem invasão de camadas mais profundas. Esses achados foram confirmados por microscopia eletrônica de varredura e transmissão. Em qualquer tempo de infecção, os anticorpos específicos utilizados não demonstraram a presença de células dendríticas e afluxo de linfócitos TCD4 e TCD8 para o tecido vaginal. Nos primeiros tempos de infecção foram observadas dosagens de IgE e PGE2 em níveis semelhantes aos controles não infectados. Em 12hs, houve um pico de PGE2 queretornou ao nível basal do controle em 120hs, com nova exacerbação em 192hs, correspondendo no histopatológico a um aumento de leveduras no tecido e presença de inúmeras pseudohifas. Para IgE, foi observado sua elevação no tecido vaginal após 48 horas de infecção, permanecendo esses níveis elevados nos tempos posteriores, coincidente com a detecção de mastócitos degranulados na mucosa vaginal. Por conclusão, foi observado que a infecção experimental por Candida albicans é predominantemente decorrente do parasitismo em forma de hifas e pseudohifas, envolvendo apenas a camada queratinizada do epitélio escamoso estratificado da vagina, sem comprometimento das camadas submucosa ou muscular, o que pode explicar o baixo impacto de células dendríticas e linfócitos TCD4 e TCD8 na defesa do hospedeiro, enquanto IgE e PGE2 participam da resposta à infecção vaginal experimental por Candida albicans, sendo que o aumento desses mediadores coincide com o aumento da carga fúngica e com a presença de mastócitos degranulados observada durante a evolução da infecção, sugerindo provável componente atópico envolvido na fisiopatogenia da candidíase vaginal
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2008
- Data da defesa: 15.04.2008
-
ABNT
LUCAS, Rosymar Coutinho de. Padrão de resposta imune celular e dosagem de IgE e PGE2 durante a evolução da candidíase vaginal murina. 2008. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008. . Acesso em: 30 dez. 2025. -
APA
Lucas, R. C. de. (2008). Padrão de resposta imune celular e dosagem de IgE e PGE2 durante a evolução da candidíase vaginal murina (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. -
NLM
Lucas RC de. Padrão de resposta imune celular e dosagem de IgE e PGE2 durante a evolução da candidíase vaginal murina. 2008 ;[citado 2025 dez. 30 ] -
Vancouver
Lucas RC de. Padrão de resposta imune celular e dosagem de IgE e PGE2 durante a evolução da candidíase vaginal murina. 2008 ;[citado 2025 dez. 30 ] - Estudo da hidrólise enzimatica fúngica sobre bagaços de cana-de-açucar submetidos a diferentes tratamentos para produção de etanol de segunda geração
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