"Uma Casa Feita para Cair". Jaraguá: Desaprendendo com o Morro (2024)
- Authors:
- Autor USP: MESSINA, RODRIGO QUINTELLA - IEB
- Unidade: IEB
- DOI: 10.11606/D.31.2024.tde-04112024-120819
- Subjects: PLANEJAMENTO TERRITORIAL URBANO; ARQUITETURA; GUARANI; GRUPOS INDÍGENAS; ANTROPOLOGIA
- Language: Português
- Abstract: Através de conversas, mutirões, cursos, manifestações e vivências a chamado dos guarani mbya da terra indígena do Jaraguá, a aliança com os Juruá (não-indígenas) transcende fronteiras e junta não necessariamente misturando humanos, animais, plantas, espíritos e montanhas em uma prática baseada em distintos saberes, heranças, corpos e sonhos. A pesquisa é um relato de algumas dessas ações e relações que podem surgir com, a partir e diante dessas alianças, bem como daquelas entre a ciência da arquitetura e a da antropologia. Como o morro do Jaraguá e os povos guarani mbya que lá habitam disputam os sentidos da cidade de São Paulo que há de vir? Enquanto arquiteto projetista, procuro especular saídas práticas e teóricas para os constrangimentos postos pelo Antropoceno: um acontecimento geológico que desestabiliza e constrange as práticas modernas e suas noções pressupostas, produzindo um paradoxo da ação, isto é, ao mesmo tempo que a ação moderna está sob suspeita, ela se faz necessária. Diante desse impasse, a pesquisa se engaja propondo maneiras de aprender, desaprender e reaprender com o morro do Jaraguá e os povos guarani mbya, perguntando quais são as novas possibilidades para a ciência da arquitetura e o que ela pode vir a ser ao compor alianças com outros modos de compor mundos. Como exemplo, apresenta-se uma Uma casa feita para cair, dos guarani mbya da aldeia yvy porã no Jaraguá, em que é necessária a constante renovação da sua arquitetura. Junto com essa renovação,deveria vir a prática de ensino para as gerações por vir sobre o cuidado para com a casa de reza, bem como as tradições guarani mbya. Assim, para os guarani mbya, dar manutenção à casa é dar manutenção à cultura, ao corpo, ao espírito. É ação ritual. Fazer casa é fazer gente. Se há algo que aprendi na faculdade de arquitetura, é que as casas devem ser feitas para durar e, mais do que isso, que elas não deveriam necessitar de nenhuma manutenção. Diferente de como aprendi, a casa, como coisa viva, vai junto com os guarani mbya. O que se faz numa ordem reverbera na outra, isto é, o que está em questão é um princípio de correspondência entre coisas e pessoas, um modo de relação e ação, portanto, bastante distinto daquele de minha formação. Se fazer casa é fazer gente, que tipo de gente queremos fazer ao fazer nossas casas?
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- Data da defesa: 01.11.2024
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- Cor do Acesso Aberto: gold
- Licença: cc-by-nc-sa
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ABNT
MESSINA, Rodrigo Quintella. "Uma Casa Feita para Cair". Jaraguá: Desaprendendo com o Morro. 2024. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2024. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-04112024-120819/. Acesso em: 22 jun. 2025. -
APA
Messina, R. Q. (2024). "Uma Casa Feita para Cair". Jaraguá: Desaprendendo com o Morro (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-04112024-120819/ -
NLM
Messina RQ. "Uma Casa Feita para Cair". Jaraguá: Desaprendendo com o Morro [Internet]. 2024 ;[citado 2025 jun. 22 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-04112024-120819/ -
Vancouver
Messina RQ. "Uma Casa Feita para Cair". Jaraguá: Desaprendendo com o Morro [Internet]. 2024 ;[citado 2025 jun. 22 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-04112024-120819/
Informações sobre o DOI: 10.11606/D.31.2024.tde-04112024-120819 (Fonte: oaDOI API)
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