Retorno ao trabalho após afastamento de longa duração por transtornos mentais: um estudo longitudinal com trabalhadores do mercado formal (2017)
- Authors:
- Autor USP: SILVA JÚNIOR, JOÃO SILVESTRE DA - FSP
- Unidade: FSP
- Sigla do Departamento: HSA
- DOI: 10.11606/T.6.2017.tde-17042017-093730
- Subjects: SAÚDE OCUPACIONAL; TRANSTORNOS MENTAIS; EFETIVIDADE; TRABALHO; ESTUDOS LONGITUDINAIS; ADAPTAÇÃO; QUESTIONÁRIOS; INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS
- Keywords: Autoeficácia; Inquéritos e Questionários; Retorno ao Trabalho; Saúde do Trabalhador
- Language: Português
- Abstract: Introdução: Os transtornos mentais (TM) são a terceira principal causa de incapacidade laborativa de longa duração no Brasil. Existem diversos fatores que influenciam o tempo para o retorno ao trabalho (RT) e a efetividade da reintegração laboral após um episódio de afastamento por TM. É considerado um retorno ao trabalho eficaz (RTE) quando o trabalhador se mantém no exercício das suas atividades profissionais por prazo superior a trinta dias após a volta ao trabalho. No Brasil não há estudos que descrevam fatores associados ao RT de trabalhadores afastados por TM incapacitante. Objetivo: Analisar os fatores que influenciam o tempo para o retorno ao trabalho após afastamento de longa duração por TM e a efetividade da reintegração do trabalhador após o período de afastamento. Métodos: Um estudo longitudinal realizado na cidade de São Paulo entre 2014-2016 que incluiu trabalhadores do mercado formal que requeriam benefício por incapacidade. Foram conduzidas quatro fases: a) adaptação transcultural de um instrumento holandês que avalia a expectativa para o RT entre afastados por TM (N=411); b) coleta de informações sociodemográficas, comportamento de risco para a saúde, características do trabalho, condições de saúde e histórico previdenciário (N=204); c) entrevista sobre o processo de RT na empresa (N=128); d) verificação da situação do trabalhador no mercado de trabalho após 365 dias do afastamento. Foram realizadas análise de sobrevida para verificar os fatores que influenciavam o tempo para o RT e regressão logística para analisar os fatores que contribuíam para o RTE. Resultados: O grupo da fase longitudinal era composto na sua maioria por mulheres (71%), pessoas com idade inferior a 40 anos (68%), alta escolaridade (78%), trabalhadores em atividade de atendimento (44,1%) e diagnóstico de quadro depressivo (52%).O tempo médio para o RT foi de quase seis meses entre os 63% que tentaram voltar ao trabalho no período do estudo. Os fatores que influenciaram um retorno mais precoce foram: faixa etária entre 30-39 anos, escolaridade de mais de 12 anos de estudo, baixo consumo de álcool e ausência de sintomas ansiosos. A taxa de efetividade entre os que tentaram o retorno foi de 74%. Os fatores que influenciaram o retorno ao trabalho eficaz foram: maior tempo de trabalho na função, menor expectativa sobre o retorno ao trabalho durante o afastamento e a realização de exame médico de retorno ao trabalho. A avaliação psicométrica da versão para o português brasileiro do questionário de autoeficácia sobre o trabalho após afastamento por TM demonstrou substancial (0,64) a quase perfeita (0,86) estabilidade temporal ajustada por prevalência, boa confiabilidade interna (0,76) e estrutura bidimensional. Conclusão: Fatores relacionados a características sociodemográficas, ao comportamento de risco para a saúde e à condição clínica no afastamento influenciaram o tempo para o RT. Fatores relacionados a aspectos psicológicos, características da história ocupacional e o processo de acolhimento do trabalhador na empresa influenciam a efetividade do retorno. A versão para o português brasileiro do questionário de expectativa sobre o trabalho demonstrou ser adequada para o uso em populações similares à da pesquisa. Desejamos que o estudo possa contribuir para a discussão e formatação de ações públicas e privadas voltadas tanto para a prevenção terciária, quanto para intervenções em nível primário e secundário da atenção integral à saúde mental dos trabalhadores.
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- Data da defesa: 09.02.2017
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-
ABNT
SILVA JÚNIOR, João Silvestre da. Retorno ao trabalho após afastamento de longa duração por transtornos mentais: um estudo longitudinal com trabalhadores do mercado formal. 2017. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-17042017-093730. Acesso em: 18 set. 2024. -
APA
Silva Júnior, J. S. da. (2017). Retorno ao trabalho após afastamento de longa duração por transtornos mentais: um estudo longitudinal com trabalhadores do mercado formal (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-17042017-093730 -
NLM
Silva Júnior JS da. Retorno ao trabalho após afastamento de longa duração por transtornos mentais: um estudo longitudinal com trabalhadores do mercado formal [Internet]. 2017 ;[citado 2024 set. 18 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-17042017-093730 -
Vancouver
Silva Júnior JS da. Retorno ao trabalho após afastamento de longa duração por transtornos mentais: um estudo longitudinal com trabalhadores do mercado formal [Internet]. 2017 ;[citado 2024 set. 18 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-17042017-093730 - Afastamento do trabalho por transtornos mentais e fatores associados: um estudo caso-controle entre trabalhadores segurados da Previdência Social
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Informações sobre o DOI: 10.11606/T.6.2017.tde-17042017-093730 (Fonte: oaDOI API)
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