Tomada de decisão em pacientes com esquizofrenia refratária e não-refratária e seus familiares em primeiro grau (2015)
- Authors:
- Autor USP: PAULA, ANDRÉ LUIZ DAMIÃO DE - FMRP
- Unidade: FMRP
- Sigla do Departamento: RPA
- Subjects: ESQUIZOFRENIA; TOMADA DE DECISÃO; COGNIÇÃO; EMOÇÕES
- Language: Português
- Abstract: CONTEXTO: A esquizofrenia é um grave transtorno psiquiátrico caracterizado pela presença de sintomas positivos e negativos, alterações comportamentais e déficits cognitivos, os quais parecem ser um aspecto central da doença. Além disso, há evidências crescentes de prejuízos cognitivos também nos familiares de pacientes com esquizofrenia. Um aspecto menos investigado e menos compreendido do transtorno é o processo de tomada de decisão, ou seja, a capacidade de fazer uma escolha frente a um cenário incerto que envolve potenciais riscos, recompensas e punições. A capacidade de tomar decisões é um processo que demanda atividade cognitiva e emocional e, acredita-se, depende do recrutamento do córtex pré-frontal, cuja porção dorsolateral seria responsável pelas funções executivas e pela memória operacional, enquanto a porção ventromedial desencadearia um conjunto de alterações no estado corporal e cerebral, sendo tais alterações, os constituintes da emoção. Isso é o que propõe a hipótese do marcador somático (HMS), de acordo com a qual a sinalização emocional, ou seja, a capacidade de representar corporalmente o significado emocional de uma dada situação, seria uma função fundamental para a regulação do comportamento em face da complexidade do processo de tomada de decisão. OBJETIVO: Avaliar a tomada de decisão através do Iowa Gambling Task (IGT) e o funcionamento cognitivo básico em pacientes com esquizofrenia refratária e não-refratária ao tratamento medicamentoso, familiares destes pacientes e voluntários saudáveis. METODOLOGIA: A amostra foi composta por um total de 120 sujeitos, sendo 40 pacientes com esquizofrenia, dos quais 20 com esquizofrenia refratária ao tratamento medicamentoso em uso de clozapina, 40 familiares dos respectivos pacientes e 40 controles pareados com os grupos anteriores. Além do IGT, foram empregados testes para mensuração da memóriamemória operacional (N-back), atenção seletiva/funções executivas (Stroop Colour Word Test - SCWT), fluência verbal (FAS) e inteligência geral não-verbal (TIG-NV). RESULTADOS: Os resultados mostram que ambos os grupos de pacientes têm prejuízos na tomada de decisão. Curiosamente e contrariando nossa hipótese inicial, os déficits entre os pacientes refratários não foram mais acentuados do que os observados no grupo de pacientes com esquizofrenia não-refratária. Além disso, ambos os grupos de familiares também apresentaram alterações na tomada de decisão. Com relação à cognição básica, os dois grupos de pacientes apresentaram prejuízos de memória operacional, atenção seletiva e fluência verbal. Nos grupos de familiares, os prejuízos foram restritos à memória operacional e atenção seletiva. DISCUSSÃO: Pacientes com esquizofrenia exibem prejuízos no IGT, os quais parecem se dever a alterações na sensibilidade para perdas. Familiares de pacientes não-refratários também exibem comprometimentos no teste, sendo esta a primeira evidência disponível sobre prejuízos na tomada de decisão nesta população, o que pode indicar um novo marcador de vulnerabilidade e risco familiar para a esquizofrenia. Por fim, em acordo com evidências anteriores, os familiares dos pacientes exibiram déficits na cognição básica, embora menos severos do que os observados nos pacientes
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2015
- Data da defesa: 09.12.2015
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ABNT
PAULA, André Luiz Damião de. Tomada de decisão em pacientes com esquizofrenia refratária e não-refratária e seus familiares em primeiro grau. 2015. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. . Acesso em: 07 jun. 2025. -
APA
Paula, A. L. D. de. (2015). Tomada de decisão em pacientes com esquizofrenia refratária e não-refratária e seus familiares em primeiro grau (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. -
NLM
Paula ALD de. Tomada de decisão em pacientes com esquizofrenia refratária e não-refratária e seus familiares em primeiro grau. 2015 ;[citado 2025 jun. 07 ] -
Vancouver
Paula ALD de. Tomada de decisão em pacientes com esquizofrenia refratária e não-refratária e seus familiares em primeiro grau. 2015 ;[citado 2025 jun. 07 ]
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