Necessidades de saúde e direitos à saúde: uma problematização da saúde coletiva (2006)
- Authors:
- USP affiliated authors: CAMPOS, CÉLIA MARIA SIVALLI - EE ; SOARES, CASSIA BALDINI - EE
- Unidade: EE
- Subjects: SAÚDE PÚBLICA (POLÍTICA); ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA
- Language: Português
- Abstract: Partiu-se do pressuposto que a lógica da saúde como necessidade radical, inserida na lógica da reprodução da vida, assumida pelo campo da Saúde Coletiva, é contraditada: pela compreensão, inclusive da Constituição Federal, da necessidade de saúde como uma necessidade social que visa compensar riscos ou agravos; e pela resposta governamental, que se realiza mediante critérios mercadológicos, ainda que sob o pressuposto do direito. Políticas públicas são implementadas marginalmente, restritas ao objetivo de promover saúde via adesão individual a comportamentos saudáveis. O campo da Saúde Coletiva pode se enredar na armadilha de opor necessidades e direito: de um lado, defendendo um sistema público de saúde que ofereça uma certa proteção social como resposta a necessidades de grupos carentes e/ou de risco/vulneráveis e à crescente demanda por acesso e, por outro lado, colocar-se numa posição crítica, defendendo um sistema de proteção tipo social-democrata, para suprir necessidades necessárias, aquelas relativas aos determinantes e condicionantes do processo saúde-doença conforme consensuados entre as forças que sustentam o SUS. O objetivo pretendido é discutir do ponto de vista político e teórico o projeto da Saúde Coletiva. Do ponto de vista político o projeto previa a superação dos insuficientes sistemas de proteção social anteriores e respostas amplas às necessidades de saúde, encaminhando ações de instrumentalização dos grupos sociais. Não deixava porém o desempenhodessas tarefas exclusivamente à intelectualidade convertida em tecnocracia esclarecida, mas exigia a participação organizada da população trabalhadora, de modo a alterar a composição de forças estabelecidas em favor do status quo. Do ponto de vista teórico, o projeto ancorava-se no compromisso com a defesa das necessidades radicais - aquelas não submetidas às lógicas imanentes aos diferentes modos de produzir - ) como finalidade da vida em sociedade. Dessa forma, a Saúde Coletiva, comprometida com um projeto de humanidade, deve cobrar do Estado, a partir de um enraizamento social e político nas classes trabalhadoras, a preservação e ampliação de direitos em prol da cidadania plena ou "emancipação humana. Para tanto, a Saúde Coletiva deve recuperar e aperfeiçoar o projeto de transformação social que deu origem ao campo
- Imprenta:
- Publisher place: Rio de Janeiro
- Date published: 2006
- Source:
- Título: Ciência & Saúde Coletiva
- ISSN: 1413-8123
- Volume/Número/Paginação/Ano: n. esp., n. identificação 4960
- Conference titles: Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
-
ABNT
CAMPOS, Célia Maria Sivalli e STOTZ, Eduardo Navarro e SOARES, Cassia Baldini. Necessidades de saúde e direitos à saúde: uma problematização da saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo. . Acesso em: 16 out. 2024. , 2006 -
APA
Campos, C. M. S., Stotz, E. N., & Soares, C. B. (2006). Necessidades de saúde e direitos à saúde: uma problematização da saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo. -
NLM
Campos CMS, Stotz EN, Soares CB. Necessidades de saúde e direitos à saúde: uma problematização da saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. 2006 ;( identificação 4960):[citado 2024 out. 16 ] -
Vancouver
Campos CMS, Stotz EN, Soares CB. Necessidades de saúde e direitos à saúde: uma problematização da saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. 2006 ;( identificação 4960):[citado 2024 out. 16 ] - Classes sociais na contemporaneidade: uma proposta de leitura a partir da epidemiologia clínica
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