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O interdito: da metáfora à concretude no incesto pai e filha (2004)

  • Authors:
  • Autor USP: MAESTRELLI, ALESSANDRA MORENO - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 594
  • Assunto: PSICOLINGUÍSTICA
  • Language: Português
  • Abstract: Este trabalho teve o objetivo de estudar o sujeito incestuoso em sua trajetória histórico-cultural e em seu processo de assujeitamento. A noção de sujeito em Pêcheux e Lacan, assim como o interdito e outros conceitos da psicanálise e a da análise de discurso de filiação francesa, forneceram amparo suficiente para entender a passagem do sujeito da natureza para a cultura. Assumi o interdito como condição fundadora do sujeito e asseguradora de sua passagem para a cultura e procurei entender o que acontece com o sujeito em cujo psiquismo a Lei não se faz prevalecer. Estudei 1 (um) caso de incesto pai-filha, a partir do discurso produzido por um sujeito submetido a sessões de psicanálise, atendido por mim. Pude observar que, para o sujeito, não se trata de violação da Proibição do incesto enquanto Lei universal. Ele suprime de seu discurso, descrições para o ato incestuoso e suprime também, significantes como: incesto ou violência sexual, na impossibilidade de conceber o impossível. O impossível de ser dito aparece no discurso com expressões amenizadoras, possíveis de serem ditas, tais como: "fiquei com ela", "beijava, passava a mão nela". O artigo ela, é empregado em tais falas, de maneira a produzir distanciamento e estranheza em relação ao objeto de amor, causando a impressão de que o sujeito fala de alguém com quem não tenha laço de parentesco, ele fala portanto, de uma mulher possível. Pude avaliar a interpelação do sujeito pela ideologia em sua tentativa dedesculpabilização e corroborando esta conclusão, no discurso produzido pelo sujeito, pude observar que este faz uso de ditos populares, conceituados em AD como 'Genéricos'. O uso dos genéricos pelo sujeito, constituiu-se na análise dos dados em uma passagem livre da ação superegóica para que o sujeito fale do ato, extrapondo-se ao laço social. A ideologia institucional também o interpela ao produzir seu discurso em relação ao ato incestuoso como ... dês-implicação. Supostamente o sujeito considera-se vítima do sistema judiciário entendendo que não praticou violência, portanto, para ele, não existe o peso da infração. A interface entre AD e psicanálise, possibilitou demonstrar as marcas do Real no discurso do sujeito interpelado pela ideologia e interditado pela cultura. Conclui que a atualização da compreensão do processo de subjetivação do sujeito possibilitou defini-lo, a partir da produção de seu discurso, como sendo resultado dos novos modos de subjetivação
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 29.04.2004

  • How to cite
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    • ABNT

      MAESTRELLI, Alessandra Moreno. O interdito: da metáfora à concretude no incesto pai e filha. 2004. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Maestrelli, A. M. (2004). O interdito: da metáfora à concretude no incesto pai e filha (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Maestrelli AM. O interdito: da metáfora à concretude no incesto pai e filha. 2004 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Maestrelli AM. O interdito: da metáfora à concretude no incesto pai e filha. 2004 ;[citado 2024 abr. 24 ]


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