Exportar registro bibliográfico

Intervenção coronária percutânea com a utilização de endopróteses de sustentação intraluminal ("stents") em pacientes com disglicidemia: aspectos angiográficos, ultrassonográficos e metabólicos (2003)

  • Authors:
  • Autor USP: LIMA FILHO, MOYSES DE OLIVEIRA - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RCM
  • Subjects: CARDIOLOGIA; ULTRASSONOGRAFIA (ASPECTOS RADIOGRÁFICOS); ANGIOGRAFIA (ASPECTOS RADIOGRÁFICOS); PRÓTESE (USO)
  • Language: Português
  • Abstract: Distúrbios do metabolismo de carboidratos (disglicidemia) implicam mau prognóstico para a intervenção coronária percutânea (ICP). Assim o diabetes mellitus constitui preditor clínico de reestenose coronária após ICP com ou sem próteses de sustentação intralumina ("stents"). Embora esta assertiva esteja alicerçada, nos resultados de vários estudos clínicos, os mecanismos responsáveis por essa associação não foram elucidados. Diversos fatores relacionados ao diabetes mellitus são considerados potencialmente influenciando o processo de reestenose: o tempo de instalação do diabetes mellitus, o estado de hiperglicemia mantido, a necessidade de controle com insulina exógena, o estado de hiperinsulinemia naqueles pacientes cuja reserva funcional da célula ß pancreática ainda está preservada, e desequilíbrio no controle dos fatores de crescimento. Entretanto, o real papel de cada uma destas condições ainda está por ser esclarecido. Também o significado da intolerância à glicose - definida por critérios da OMS como o estado metabólico em que a glicemia se situa entre 140 e 200mg/dl após duas horas da ingestão imposta por um teste de tolerância à glicose oral (TTGO), com glicemia em jejum inferior a 126mg/dl - no processo de reestenose, é ainda mais obscuro. O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações no metabolismo de carboidratos em pacientes submetidos a ICP com "stents" e relacionar estes aspectos com o processo de reestenose. Em período de 18meses, 70 pacientes consecutivos, atendendo aos critérios de inclusão e exclusão desta pesquisa, foram estudados, tendo se submetido a ICP com "stents" para tratamento de 77 lesões obstrutivas ateroscleróticas. Excetuando-se os sabidamente diabéticos, todos os demais foram submetidos a TTGO e a avaliação da função insulínica, que incluiu a dosagem dos níveis sangüíneos deste hormônio em jejum e a cada trinta minutos do TTGO até 120 minutos após a sobrecarga oral de .. glicose. Foi também realizada dosagem de fator de crescimento insulina símile-I, "IGF-I" (insulin like growth factor - I) na condição basal. A partir dos resultados da glicemia e insulinemia basais foi determinado o grau de resistência insulínica assim como o grau de atividade da célula ß pancreática, mediante o modelo de avaliação de homeostase - homeostasis model assessment ("HOMA"); o grau de resistência insulínica é denominado de "HOMA-IR" e o grau de atividade da célula ß de "HOMA-ß ". Com base nessas determinações foram constituídos os três grupos do estudo. O grupo de pacientes diabéticos consistiu de 23 indivíduos com 27 lesões tratadas, o grupo de pacientes portadores de intolerância de 16 indivíduos com 16 lesões e o grupo de pacientes com resposta normal ao teste de tolerância à glicose de 31 pacientes com 34 lesões. Todos os pacientes. foram submetidos a cineangiocoronariografia controle com ultrassonografia intracoronária após seis meses doprocedimento. Não foram observadas diferenças quanto aos aspectos clínicos nos três grupos. O mesmo ocorreu em relação a aspectos do procedimento quanto à análise angiográfica quantitativa basal, à exceção do comprimento da lesão que foi de 12,92 ± 4,29 mm nos pacientes diabéticos, 9,95 ± 3,53 mm nos pacientes com intolerância à glicose e 11,21 ± 3,46 mm nos pacientes normais quanto ao teste de tolerância à glicose (p = 0,0351). Também no re-estudo de seis meses não foram observadas diferenças entre os três grupos em relação aos parâmetros angiográficos quantitativos - diâmetro luminal de referência (D.L.R.), diâmetro luminal mínimo (D.L.M.) e grau de estenose (% EST). Da mesma forma, pela comparação entre os três grupos, não houve diferenças entre os outros parâmetros angiográficos quantitativos derivados das análises angiográficas quantitativas basais, as verificada após o procedimento e naquelas observadas ao re-estudo controle tardio: .. agudo, ganho agudo relativo, perda tardia, perda tardia relativa, índice de perda tardia e índice de perda tardia relativa. Também não houve diferenças estatisticamente significantes quanto ao re-estudo controle de seis meses nos parâmetros ultrassonográficos quantitativos avaliados, como área e volume de luz, área e volume de "stent" e área e volume de hiperplasia neointimal à comparação entre diabéticos, intolerantes à glicose e normais. Finalmente, não foram observadas diferençasestatisticamente significantes entre as dosagens séricas de "IGF-I" obtidas nos três grupos. Analisando-se a ocorrência de reestenose pelo critério binário (redução do diâmetro luminal mínimo a < 50%), a taxa de reestenose no grupo diabético foi de 44,4% das lesões (12 de 27), 25% no grupo de intolerantes à glicose (4 de 16) e 22,8% no grupo de pacientes normais (8 de 34), o que denota nítida tendência a mais reestenose nas lesões tratadas em indivíduos diabéticos comparativamente aos demais indivíduos (p = 0,07). Por análise bivariada, foram considerados como influenciando a ocorrência de reestenose pelo critério binário os seguintes fatores: diâmetro luminal de referência >= 2,93 na condição b&sal RR= 0,54 (IC 95 % = 0,05 a 0,78), p = 0,048; área de "stent" > 8,91 mm² (mediana da amostra) RR = 0,66 (IC = 95% - 0,24 a 0,85), p = 0,006; volume do stent > 119,8 mm³ (mediana da amostra) RR = 0,74 (IC = 95% - 0,38 a 0,89), p = 0,0005; valor de "HOMA-IR" < 2,063 (mediana da amostra) RR = 0,44 (IC = 95% - 0,14 a 0,64), p = 0,027; glicemia de jejum < 108 mg/dl (mediana da amostra) RR = 0,53 (IC = 95% - 0,13 a 0,75), p= 0,046. Destes parâmetros quantitativos o único que mostrou ser fator independente para reestenose pela análise multivariada por regressão logística foi o volume de stent. Em conclusão a presença de intolerância à glicose não se associou a maior taxa de reestenose como definida pelo critério binário. Em .. contrapartida, parâmetrosrelativos a dimensões dos "stents" influenciaram a taxa de reestenose
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 22.09.2003

  • How to cite
    A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas

    • ABNT

      LIMA FILHO, Moysés de Oliveira. Intervenção coronária percutânea com a utilização de endopróteses de sustentação intraluminal ("stents") em pacientes com disglicidemia: aspectos angiográficos, ultrassonográficos e metabólicos. 2003. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003. . Acesso em: 14 out. 2024.
    • APA

      Lima Filho, M. de O. (2003). Intervenção coronária percutânea com a utilização de endopróteses de sustentação intraluminal ("stents") em pacientes com disglicidemia: aspectos angiográficos, ultrassonográficos e metabólicos (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Lima Filho M de O. Intervenção coronária percutânea com a utilização de endopróteses de sustentação intraluminal ("stents") em pacientes com disglicidemia: aspectos angiográficos, ultrassonográficos e metabólicos. 2003 ;[citado 2024 out. 14 ]
    • Vancouver

      Lima Filho M de O. Intervenção coronária percutânea com a utilização de endopróteses de sustentação intraluminal ("stents") em pacientes com disglicidemia: aspectos angiográficos, ultrassonográficos e metabólicos. 2003 ;[citado 2024 out. 14 ]


Digital Library of Intellectual Production of Universidade de São Paulo     2012 - 2024