"Ser" e "estar" em irlandês e gaélico: breve introdução ao verbo nas línguas célticas (2002)
- Authors:
- Autor USP: POLITO, ANDRÉ GUILHERME - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLL
- Assunto: LÍNGUAS CELTAS
- Language: Português
- Abstract: A prática atual da Lingüística requer que o termo "irlandês" seja usado para a língua céltica falada na Irlanda, e "gaélico" para a língua céltica da Escócia (derivada do irlandês). Essas duas línguas apresentam uma peculiaridade em comum com os idiomas românicos da Península Ibérica: a existência de lexemas distintos para as noções de "ser" e "estar". Uma das funções do verbo "ser" em português é indicar características essenciais do sujeito ("Paulo é trabalhador"). O verbo "estar", por sua vez, denota uma característica acidental ou temporária do sujeito ao qual se refere ("Paulo está doente"). Situação semelhante ocorre nas duas línguas estudadas: o verbo "ser" é representado pela cópula is, e "estar", pelo verbo irregular bí (irlandês) ou bi (gaélico). Contrariamente ao que se costuma afirmar, a cópula não pode ser considerada sempre um elemento vazio de sentido. Assim, este trabalho parte da hipótese de que a opção entre esses dois lexemas é determinada pelos seus semas: (/essencial/ + /permanente/), para a cópula, e (/não-essencial/ + /não-permanente/) para bí/bi. Sensações e sentimentos, por exemplo, que não são essenciais ao sujeito, pedem o verbo bí/bi. Segue-se o pensamento de lingüistas europeus como Benveniste, Martinet e Pottier, rejeitando ao mesmo tempo certas posturas do estruturalismo norte-americano, como a tendência a ignorar a semântica na análise dos fatos da língua, com conseqüente limitação à estrutura "visível" do enunciado. Alémdesses dois verbos, apresenta-se uma série de aspectos relativos a essas duas línguas, cobrindo-se desde a fonologia (com um guia de pronúncia), até a morfossintaxe: o sistema verbal desses idiomas. Também não foram esquecidos: o fenômeno das "mutações" (alterações nas iniciais das palavras, motivadas por relações principalmente sintáticas) a história dos idiomas e sua situação no mundo atual. É tratada ainda a questão da "forma autonôma" dos verbos, utilizada ) para indicar apenas a ação, sem referência ao sujeito. Essa forma não pode ser chamada de "voz passiva", como às vezes se faz, pois um verbo intransitivo pode ser nela conjugado (o que é incompatível com o conceito de "passividade"). Conclui-se que, apesar de o gaélico ter perdido parte dessa distinção em relação ao irlandês, os sememas da cópula e do verbo bí/bi estão ligados à escolha. Essa escolha, no entanto, não é rígida, pois o pensamento recorta à realidade à sua maneira, nem sempre obedecendo ao concreto, ao palpável
- Imprenta:
- Data da defesa: 05.09.2002
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ABNT
POLITO, André Guilherme. "Ser" e "estar" em irlandês e gaélico: breve introdução ao verbo nas línguas célticas. 2002. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. . Acesso em: 25 abr. 2025. -
APA
Polito, A. G. (2002). "Ser" e "estar" em irlandês e gaélico: breve introdução ao verbo nas línguas célticas (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Polito AG. "Ser" e "estar" em irlandês e gaélico: breve introdução ao verbo nas línguas célticas. 2002 ;[citado 2025 abr. 25 ] -
Vancouver
Polito AG. "Ser" e "estar" em irlandês e gaélico: breve introdução ao verbo nas línguas célticas. 2002 ;[citado 2025 abr. 25 ]
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