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Abordagem micropaleontológica e geoquímica da Formação Assistência (Subgrupo Irati, Permiano, Bacia do Paraná, Brasil) (2014)

  • Autores:
  • Autor USP: CALÇA, CLEBER PEREIRA - IGC
  • Unidade: IGC
  • Sigla do Departamento: GSA
  • Assuntos: MICROPALEONTOLOGIA; DOLOMITO; PERMIANO; GEOQUÍMICA
  • Idioma: Português
  • Resumo: Modificações nas concentrações iônicas em substratos de água rasa provocadas por micro-organismos vêm demonstrando valorosas relevâncias tanto em fossilizações quanto precipitações de calcita, aragonita, dolomita, pirita e minerais de sílica e fosfato. Dados micropaleontológicos, petrográficos e geoquímicos, comumente estudados separadamente, quando integrados, podem elucidar questões sobre a formação destes minerais. A Formação Assistência (Subgrupo Irati, Permiano da Bacia do Paraná, Brasil) apresenta células e estruturas normalmente associadas a atividades microbianas, como microesferas dolomíticas, quartzo microcristalino e pirita. Microfósseis foram reconhecidos e seus processos de fossilização reconstituídos. Sílex, dolomito e folhelho de diversos níveis e localidades foram estudados utilizando-se seções petrográficas normais e polidas; resíduos orgânicos extraídos por dissolução ácida (HF/HCI); superfícies corroídas com dissolução parcial com HF; microscopia petrográfica e eletrônica de varredura (MEV); espectroscopia Raman e de energia dispersiva de raio-X (Energy Dispersive X-ray-EDX) e florescência e difratometria de Raio-X. As prospecções iniciais revelaram alta variedade de microfósseis de parede orgânica (cianobactérias; grãos de pólen; clorófitas; acritarcos; fitoclastos; escolecodontes; palinoforaminíferos e raros grãos de esporos) e microesferas dolomíticas. Diferentemente das pesquisas tradicionais sobre palinoestratigrafia, que utilizam de resíduos rochas siliciclásticas finas, a petrografia do sílex diagenético revelou uma microbiota fóssil composta principalmente por delicadas cianobactérias. Permitiu também o reconhecimento de estágios ontogenéticos e de feições tafonômicas tais como a morfologia tridimensional de vesículas orgânicas e agregações polínicas. Estas preservações excepcionais são resultados de silicificação estremamente eodiagenética. Todasamostras examinadas por florescência e difratometria de Raio-X apresentaram predomínio de sílica e dolomita e menores quantidades de pirita. Ao contrário dos nódulos e lentes de sílex de outros níveis, conhecidos de outras posições estratigráficas, somente o sílex maciço da Camada de Brechas Evaporíticas (CBE) demonstrou abundantes células de parede orgânica e estruturas preenchidas (fenestras e fraturas) com bordas dolomíticas. A sílica deste nível, portanto, foi gerada por fluídos supersaturados que substituíram a dolomita pre-existente. Análises com MEV e EDX revelaram cianobactérias fossilizadas com invólucros (paredes celulares e/ou bainhas extracelulares) e regiões protoplasmáticas preenchidas por quartzo microcristalino. Comparações com estudos laboratoriais e ambientais demonstraram, em primeiro lugar, como a interação entre moléculas nas superfícies das células e íons em solução retiveram os componentes dos invólucros celulares e mineralizaram as demais partes das células. Em segundo lugar, porque o sílex da CBE é maciço ao passo que as ocorrências de sílex dos demais níveis são relativamente pequenas em tamanho. A matriz quartizítica do sílex da CBE também concentra microesferas dolomíticas agregadas em grandes quantidades e associadas e materiais carbonosos. Camadas externas recobrem esferas individuais, pequenos conjuntos e superfícies arredondadas. Nem todas microesferas exibem interiores celulares preenchidos por dolomita. Além das afinidades biológicas, as análises permitiram deduzir como certas condições na interface água/biosedimento provocaram a precipitação deste tipo de dolomita. Tais condições são relacionadas a salinidade, óxido-redução, razões ‘Mg POT 2+’/’Ca POT 2+’ e atividades biológicas pretéritas tais como acumulações de substâncias poliméricas extracelulares (EPS - extracellular polymeric substances) e processos microbianos anóxicos (e.g. redução desulfato e metanogênese). Foi possível também se reconhecer a sequência de mineralização (dolomitização e silicificação) bem como certas etapas que levaram a preservação de bainhas e interiores celulares. Os dados obtidos lançam novas perspectivas às discussões globais entre o “problema da dolomita”.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 05.08.2014
  • Acesso à fonte
    Como citar
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    • ABNT

      CALÇA, Cleber Pereira. Abordagem micropaleontológica e geoquímica da Formação Assistência (Subgrupo Irati, Permiano, Bacia do Paraná, Brasil). 2014. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-10102014-084710/. Acesso em: 16 abr. 2024.
    • APA

      Calça, C. P. (2014). Abordagem micropaleontológica e geoquímica da Formação Assistência (Subgrupo Irati, Permiano, Bacia do Paraná, Brasil) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-10102014-084710/
    • NLM

      Calça CP. Abordagem micropaleontológica e geoquímica da Formação Assistência (Subgrupo Irati, Permiano, Bacia do Paraná, Brasil) [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 16 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-10102014-084710/
    • Vancouver

      Calça CP. Abordagem micropaleontológica e geoquímica da Formação Assistência (Subgrupo Irati, Permiano, Bacia do Paraná, Brasil) [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 16 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-10102014-084710/


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