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Dimorfismo sexual e hipertensão (2004)

  • Autor:
  • Autor USP: CARVALHO, MARIA HELENA CATELLI DE - ICB
  • Unidade: ICB
  • Assunto: FARMACOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Comparadas com os homens, mulheres na idade fértil são relativamente protegidas contra o desenvolvimento de hipertensão e suas conseqüências deletérias no sistema cardiovascular. Considerando que os hormônios sexuais femininos potencialmente podem exercer efeitos protetores no sistema cardiovascular o objetivo dessa linha de pesquisa é estudar os mecanismos pelos quais esse efeito possa ser exercido. Em estudos anteriores demonstramos que os hormônios ovarianos modulavam a reatividade de arteríolas e a pressão arterial de ratas hipertensas. Em nossos estudos observamos que a retirada de hormônios ovarianos pela ovariectomia aumentou a geração de espécies reativas de oxigênio (ERO) em arteríolas do mesentério, estudadas in vivo-in situ, de hipertensas SHR e DOCA-sal, agravando assim a disfunção endotelial pré-existente. Através de estudos utilizando vários agentes farmacológicos e da técnica de superfusão do leito mesentérico arteriolar com hidroetidina demonstramos, de forma inédita em estudo conduzido in vivo, que a principal ERO aumentada durante a ovariectomia era o ânion superóxido e que sua geração pode ser revertida pelo tratamento com estradiol e estradiol associado a progesterona para níveis similares àqueles observados nas ratas em estro fisiológico, mostrando assim um papel anti oxidante do estrógeno. Após essa determinação foram avaliadas as principais enzimas pró e anti oxidantes, atividade/expressão, que regulam o processo de estresse oxidativo durante a ovariectomia e os tratamentos hormonais, a saber: CuZnSOD;MnSOD (superóxido dismutase) COX 1 e 2 (ciclooxigenase); NOS endotelial e induzivel (óxido nítrico sintase),Xantina oxidase e NADPH-oxidase. Demonstramos que o tratamento com DPI (inibidor da enzima NADPH-oxidase) do mesentério de ratas em estro fisiológico, ovariectomizadas tratadas e não-tratadas com hormônios, com estrógeno (pellets 21 dias), losartan (inibidor de receptores AT1 para angiotensina,15 dias) reduziram de forma marcante a geração de ânions superóxidos o que nos sugeriu portanto que a principal fonte de geração de ânions superóxidos era via NADPHoxidase e que isso estava vinculado a ativação de receptores AT1 de angiotensina II. Verificamos também que machos produzem maior quantidade de ânions superóxidos do que fêmeas em estro fisiológico da mesma idade. Além disso constatamos haver superexpressão dos componentes da enzima NADPH oxidase :p22phox,gp91phox,p47phoxe p67phox e de receptores AT1 de angiotensina, nas arteríolas de machos quando comparadas com àquelas das fêmeas.o que nos sugere haver dimorfismo sexual no estresse oxidativo o que pode ter papel importante na conhecida diferença sexual na incidência de doenças cardiovasculares. Já é bem conhecido que AII e Endotelina-1 estimulam a expressão de moléculas proinflamatórias e são consideradas importantes mediadores de inflamação crônica e está associada a lesão de órgãos-alvo como o território vascular de animais hipertensos. Adesão de leucócitos ao endotélio resultando na expressão de moléculas de adesão é fator chave na patogênese da disfunção vascular e injúria tecidual. Diferentes famílias de moléculas de adesão mediam interações entre leucócitos circulantes e a parede do vaso sanguíneo: selectinas L, E, P;integrinas e ICAM-1e VCAM-1. Demonstramos que em animal hipertenso DOCA-sal o aumento na produção de ânions superóxidos está associado a ativação do sistema de endotelina através de receptores ETA e que esse receptor participa da interação leucócito endotélio que está alterada em DOCA-sal possivelmente modulando a expressão de CAMs. No que se refere ao comportamento leucocitário de rolagem rollers nas fêmeas SHR ovariectomizadas, com e sem tratamento com estrógeno,não foi diferente daquelas em estro fisiológico. Entretanto o tratamento com progesterona e progesterona associado ao estrógeno aumentou o comportamento de rolagem nos animais SHR, e isso pode ser provavelmente explicado pelo aumento da expressão de P-selectina endotelial, molécula de adesão envolvida no comportamento de rolagem. A aderência de leucócitos (stickers) no endotélio foi reduzida apenas pelo tratamento com progesterona em SHR e isso foi acompanhado pela diminuída expressão de ICAM-1 no endotélio de vênulas do leito mesentérico. Em conclusão: Nossos dados nos sugerem que os tratamentos tanto com estrógeno e progesterona utilizados isoladamente ou associados, não foram efetivos em diminuir a ativação de leucócitos circulantes de ratas ovariectomizadas, não prevenindo assim um possível dano endotelial e suas repercussões deletérias sobre a parede vascular.
  • Imprenta:
  • Conference titles: Congresso Brasileiro de Farmacologia e Terapêutica Experimental

  • How to cite
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    • ABNT

      CARVALHO, Maria Helena de Catelli. Dimorfismo sexual e hipertensão. 2004, Anais.. Águas de Lindóia: Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, 2004. . Acesso em: 16 abr. 2024.
    • APA

      Carvalho, M. H. de C. (2004). Dimorfismo sexual e hipertensão. In . Águas de Lindóia: Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo.
    • NLM

      Carvalho MH de C. Dimorfismo sexual e hipertensão. 2004 ;[citado 2024 abr. 16 ]
    • Vancouver

      Carvalho MH de C. Dimorfismo sexual e hipertensão. 2004 ;[citado 2024 abr. 16 ]


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