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Ética e psicanálise: como pensar a educação de crianças autistas e psicóticas (2003)

  • Autores:
  • Autor USP: LIMA, CHRISTIANO MENDES DE - FE
  • Unidade: FE
  • Assuntos: PSICANÁLISE (EDUCAÇÃO); AUTISMO (EDUCAÇÃO); PSICOSE INFANTIL (EDUCAÇÃO); ÉTICA (EDUCAÇÃO)
  • Idioma: Português
  • Resumo: Este trabalho inscreve-se na linha de pesquisa sobre a articulação psicanálise/educação. Trata-se de pesquisa teórica que procura situar, a partir da psicanálise, as balizas éticas sobre as quais deve se fundar o ato educativo para que não se dificulte, a priori, a possibilidade de sua ocorrência. Para tanto, partiu-se de uma análise da obra de Freud, sustentados na teorização de Jacques Lacan, a fim de recortar-se , no movimento mesmo do corpus freudiano, as indicações que permitem pensar uma ética para o campo educativo. Esta só pode ser pensada, a partir de sua diferenciação em relação à moral: enquanto a moral subjuga, a fim de procurar fazer existir a "relação" adulto/criança; a ética faz corte, pois, nesse caso, impera a Lei que interdita o educador a tomar a criança na posição de um objeto em que complementaria a si ou a proposições pedagógicas. Estabeleceu-se, então, uma crítica ao influxo dos saberes psicológicos no campo da educação, pois considerou-se que este fato opera a demissão do educador da responsabilidade ética de sustentar o ato educativo, a partir do desejo, e induz os dispositivos educacionais a se sustentarem em formulações morais, uma vez que passam a se pautar pela busca da edequação do ato educativo a uma suposta realidade infantil pensada como natural. Tal proposição dificulta, de antemão, a educação, se a enterdermos como processo de filiação do infans à Cultura e não como simples adequação comportamental às Demandas imaginárias doOutro. A seguir, situou-se as crianças autistas e psicóticas como estando em impasse subjetivo, ocasionado pelas vicissitudes de uma Educação Primoridal que as situou enquanto objeto do Desejo do Outro. Esta posição em "relação" ao Outro implica uma impossibilidade de jogar dialeticamente com a Demanda educativa. Assim, se esta se formula em nome da moral, a criança em impasse subjetivo dificilmente poderia responder de outro modo a não ser se oferecendo enquanto objeto à Demanda (educativa) do Outro. Conclui-se, então, que se para toda e qualquer criança a ética deveria permear o ato educativo, para as crianças em impasses subjetivos, se a Lei não operar nos dispositivos educativos, isto pode ocasionar uma cristalização de suas dificuldades. Assim, um impasse que poderia ser transitório pode se tornar uma impossibilidade estrutural de advir enquanto sujeito no campo do desejo
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.08.2003

  • Como citar
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    • ABNT

      LIMA, Christiano Mendes de. Ética e psicanálise: como pensar a educação de crianças autistas e psicóticas. 2003. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. . Acesso em: 24 set. 2024.
    • APA

      Lima, C. M. de. (2003). Ética e psicanálise: como pensar a educação de crianças autistas e psicóticas (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Lima CM de. Ética e psicanálise: como pensar a educação de crianças autistas e psicóticas. 2003 ;[citado 2024 set. 24 ]
    • Vancouver

      Lima CM de. Ética e psicanálise: como pensar a educação de crianças autistas e psicóticas. 2003 ;[citado 2024 set. 24 ]

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