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As cidades e suas cenas: a crítica de Rousseau ao Teatro (1997)

  • Autores:
  • Autor USP: GARCIA, CLAUDIO BOEIRA - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLF
  • Assuntos: TEATRO (CRÍTICA); FILOSOFIA MODERNA
  • Idioma: Português
  • Resumo: Argumenta-se nesta interpretação que a abordagem de Rousseau ao teatro está inscrita no contexto de uma singular crítica política à civilização e às sociedades de seu tempo; que se trata de uma crítica interessada em reconhecer e julgar asrelações estabelecidas no mundo segundo o que elas deveriam ser, que se trata de uma escrita disposta a exercer, por meio de verdades demonstradas seu juízo sobre o mal-estar visceralmente inscrito nas formas de vida produzidas pelo homem dohomem; que o estatuto dessa crítica, na inflexão em que aborda o teatro, se dá em três níveis distintos. Como crítica ao etnocentrismo: é preciso considerar que o homem é uno, mas que suas diferenças devem ser reconhecidas. Os elementos dacondição particular de um povo não podem servir de medida a todos, uma vez que as formas culturais são expressões de experiências de sociabilidade ímpares, resultantes das combinações complexas produzidas e positivadas ao largo dosdesdobramentos do homem social. Isso significa que é necessário tanto reconhecer as diferenças, quanto dispor de um modelo ideal para julgar as comunidades históricas mais ou menos distanciadas desse ideal. Se bem sucedida, a iniciativa de selevar a cena de Paris a Genebra implicaria a dissolução da peculiaridade de Genebra. Como crítica à idéia de aperfeiçoamento contínuo da humanidade e a uma suposta função educativa do teatro nesse processo: deve-se levar em conta que, paraRousseau a função dos espetáculos é divertir, jamaiscorrigir vícios e educar costumes. Trata-se de um debate que se detalha em redor das idéias segundo as quais o poder do teatro depende dos sentimentos inatos no coração do homem, e que a cenanão pode, sob pena de não ter poder algum, ultrapassar gostos e costumes dos povos e espectadores para os quais é feita. O terceiro nível da crítica ao teatro concerne a crítica à cena parisiense como crítica política a Paris e à Nação Francesa.Argumenta-se ) que Rousseau se interessa menos em examinar a cena parisiense em si mesma que em revelar o quanto se distancia dos interesses da Cidade e da Nação. Trata-se de uma crítica articulada à noção de que povos, cujas instituições epráticas políticas manifestam forte zelo e apego pelos assuntos comuns, jamais separam, de modo radical, o interesse público e as formas dos divertimentos. Esclarece-se ainda o lugar que os conceitos de desigualdades e diferenças ocupam naarticulação das várias inflexões da crítica rousseauniana ao teatro. O primeiro conceito é crucial para fundar seu juízo crítico sobre o devir da condição do homem social. O segundo é decisivo para o reconhecimento positivo das diferenças. Se asdesigualdades tornam possível descrever o quadro da presente negatividade em que se encontra o homem social, é na idéia de uma sociedade bem ordenada e no reconhecimento das diferenças efetivas das sociedades históricas que se deve apostar parareconfigurar a condição humana da melhor forma possível. Esse é ocontexto conceitual que permite que a crítica rousseauniana às formas de interação do homem social se exerça alo lado do reconhecimento das diferenças entre os povos
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 25.11.1997

  • Como citar
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    • ABNT

      GARCIA, Cláudio Boeira. As cidades e suas cenas: a crítica de Rousseau ao Teatro. 1997. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997. . Acesso em: 20 abr. 2024.
    • APA

      Garcia, C. B. (1997). As cidades e suas cenas: a crítica de Rousseau ao Teatro (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Garcia CB. As cidades e suas cenas: a crítica de Rousseau ao Teatro. 1997 ;[citado 2024 abr. 20 ]
    • Vancouver

      Garcia CB. As cidades e suas cenas: a crítica de Rousseau ao Teatro. 1997 ;[citado 2024 abr. 20 ]

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