Impacto da incompatibilidade ABO no transplante de células progenitoras hematopoiéticas em pacientes pediátricos (2024)
- Authors:
- Autor USP: SILVA, GABRIELA VENTURA DE ALMEIDA - FMRP
- Unidade: FMRP
- DOI: 10.11606/D.17.2024.tde-22012025-171219
- Subjects: INCOMPATIBILIDADE DE GRUPOS SANGUÍNEOS; PEDIATRIA; TRANSPLANTES; ERITRÓCITOS
- Keywords: ABO-mismatch; Allogeneic hematopoietic stem cell transplantation; Incompatibilidade ABO; Pacientes pediátricos; Pediatric patients; Red blood cell transfusion; Transfusão de hemácias; Transplante de células progenitoras hematopoiéticas
- Agências de fomento:
- Language: Português
- Abstract: Introdução: A incompatibilidade ABO não é uma contraindicação ao transplante de células progenitoras hematopoiéticas (TCPH), sendo observada em até 40% dos transplantes com antígeno leucocitário humano (HLA) compatíveis. Apesar da prática atual no manuseio do produto celular diante da incompatibilidade ABO, seu impacto nos resultados do transplante é controverso. Este fator está associado ao retardo de enxertia eritroide, causando aumento na necessidade transfusional de hemácias, resultando em sobrecarga de ferro e aumento da morbidade; e nos casos mais graves podendo levar à diminuição na sobrevida global e até falha de enxertia, com aumento da mortalidade relacionado ao TCPH. Atualmente, existem poucos dados sobre pacientes pediátricos submetidos a TCPH com incompatibilidade ABO. Este estudo buscou estabelecer a demanda transfusional e os principais desfechos clínicos nessa população. Métodos: Este é um estudo de coorte observacional, retrospectivo e descritivo com objetivo de determinar o impacto do transplante com incompatibilidade ABO em pacientes pediátricos, através da demanda transfusional e principais desfechos (tempo de enxertia, sobrevida global, doença do enxerto versus hospedeiro e falha de enxertia). Foram avaliados 111 pacientes até 18 anos de idade com doenças não-malignas e malignas em um único centro. As análises foram realizadas pelos testes de Kruskal-Wallis e exato de Fisher; a significância foi fixada em p< 0,05. A análise de sobrevivência foi realizada pelo método de Kaplan-Meir; as curvas foram comparadas pelos testes logrank e Gehan-Breslow. Resultados: Os grupos ABO idêntico (n= 71; 63,96%) com incompatibilidade maior/bidirecional (n= 30; 27,04%) e com incompatibilidade menor (n=10; 9%) foram homogêneos em relação às características dos pacientes e dos transplantes. O grupo com incompatibilidade ABO maior/bidirecional tevemaior demanda transfusional de concentrado de hemácias (CH) nos primeiros 30 dias pós-TCTH (p= 0,004). Na análise post-hoc da quantidade total em unidades de CH do D0-180 entre os grupos, observou-se que o grupo ABO idêntico teve necessidade de transfusão significativamente menor em comparação ao grupo de incompatibilidade maior/bidirecional (p=0,0178). A demanda transfusional de CH foi maior nos grupos de incompatibilidade menor e maior/bidirecional em comparação ao grupo ABO idêntico (p = 0,004), sugerindo uma semelhança no tempo até a última transfusão entre esses dois grupos. Esses resultados reforçam que ter alguma incompatibilidade no sistema ABO leva a uma maior demanda transfusional ao longo do tempo. A incompatibilidade ABO não teve influência na sobrevida global nos grupos de doenças não malignas e malignas (p = 0,59; 0,79, respectivamente). Além disso, a incompatibilidade ABO não foi associada à falência do enxerto (p= 0,056); DECH aguda (p = 0,106) ou DECH crônica (p = 0,48), nem houve diferenças no tempo de enxertia eritroide, neutrofílica e plaquetária (p = 0,729, p = 0,763, p = 0,729 respectivamente). Ademais, a avaliação da contagem de reticulócitos, fator indireto de enxertia eritroide, não apresentou variações significativas entre os grupos ao longo do tempo, não indicando maior tendência de atraso na enxertia eritroide em um grupo em detrimento dos demais (p=0,266). Conclusões: A incompatibilidade do sistema ABO em TCPH alogênico em pacientes pediátricos tanto para doenças não-malignas quanto malignas está associada ao aumento da demanda transfusional de hemácias (principalmente na incompatibilidade ABO maior/bidirecional nos primeiros 30 dias póstransplante). No entanto, não influencia no tempo de enxertia, na sobrevida global, na incidência de DECH ou no desenvolvimento de falência do enxerto
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2024
- Data da defesa: 12.09.2024
- Este periódico é de acesso aberto
- Este artigo é de acesso aberto
- URL de acesso aberto
- Cor do Acesso Aberto: gold
- Licença: cc-by-nc-sa
-
ABNT
SILVA, Gabriela Ventura de Almeida. Impacto da incompatibilidade ABO no transplante de células progenitoras hematopoiéticas em pacientes pediátricos. 2024. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2024. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-22012025-171219/. Acesso em: 04 dez. 2025. -
APA
Silva, G. V. de A. (2024). Impacto da incompatibilidade ABO no transplante de células progenitoras hematopoiéticas em pacientes pediátricos (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-22012025-171219/ -
NLM
Silva GV de A. Impacto da incompatibilidade ABO no transplante de células progenitoras hematopoiéticas em pacientes pediátricos [Internet]. 2024 ;[citado 2025 dez. 04 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-22012025-171219/ -
Vancouver
Silva GV de A. Impacto da incompatibilidade ABO no transplante de células progenitoras hematopoiéticas em pacientes pediátricos [Internet]. 2024 ;[citado 2025 dez. 04 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-22012025-171219/
Informações sobre o DOI: 10.11606/D.17.2024.tde-22012025-171219 (Fonte: oaDOI API)
How to cite
A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas
