Comunidades Bentônicas dos Recifes Rasos das Ilhas Oceânicas Brasileiras: Avaliação Comparativa e Fatores Estruturadores (2025)
- Authors:
- Autor USP: LEONEL, ANA CRISTINA ALENCAR BARROS COSTA MONTEIRO - IO
- Unidade: IO
- Sigla do Departamento: IOB
- Subjects: BENTOS; RECIFES; PEIXES MARINHOS
- Language: Português
- Abstract: Os sistemas recifais são ecossistemas marinhos altamente diversos, nos quais os organismos bentônicos desempenham papel fundamental na estruturação das comunidades e nas interações tróficas, principalmente com peixes recifais. As ilhas oceânicas brasileiras - Arquipélago de São Pedro e São Paulo (SP), Atol das Rocas (RA), Arquipélago de Fernando de Noronha (FN) e Ilha da Trindade (TR) possuem sistemas recifais relevantes e compartilham águas oligotróficas tropicais, mas apresentam características físicas e biológicas únicas, com altas taxas de endemismo de espécies em alguns grupos, por exemplo prosobrânquios e peixes recifais. Além disso, essas ilhas são em geral bem preservadas e protegidas por Unidades de Conservação Marinha (UCs), variando de múltiplos usos a restrição total. Já eram conhecidos aspectos gerais das comunidades bentônicas das ilhas oceânicas brasileiras, mas realizados a partir de observações pontuais, que não incorporam a dinâmica espaço-temporal. De forma a se compreender mais a fundo o funcionamento desses sistemas, este estudo analisou as variações espaço-temporais na estrutura e composição da comunidade bentônica recifal nessas quatro ilhas de 2013 a 2019, até 18m de profundidade, avaliando diversos fatores bióticos e abióticos que estruturam essas comunidades. A cobertura bentônica foi quantificada por fotoquadrados e a ictiofauna por censos visuais para avaliar sua influência no bentos. Dados oceanográficos (temperatura, coeficiente de atenuação batimétrica difusa da luz a 490 nm Kd490, radiação fotossinteticamente ativa, carbono orgânico particulado, clorofilaa e força das ondas) foram obtidos por satélites e modelos de reanálise. (Continua)(Continuação) Como resultado, o número de morfotipos do bentos variou entre as ilhas, de 62 em FN a 23 em SP, possivelmente relacionado ao tamanho, isolamento, idade, geomorfologia e variáveis ambientais de cada ilha. Apesar das diferenças significativas na cobertura bentônica entre as ilhas, a matriz de algas epilíticas foi em geral dominante (29,6- 43,7%), seguida pelas macroalgas (18,6-39,7%) e algas calcárias (1,9-19,6%). A comunidade de Trindade apresentou uma cobertura distinta, com a mais alta dominância de macroalgas (29,1%) e componentes abióticos (areia, cascalho e rocha nua) enquanto Noronha e Rocas apresentaram cobertura bentônica e composições similares nessa resolução, provavelmente devido à proximidade geográfica e condições ambientais semelhantes. Filtradores/suspensívoros (tunicados e briozoários) foram encontrados apenas no Arquipélago de São Pedro São Paulo. Entre 2013 e 2019, a cobertura bentônica permaneceu relativamente estável nas quatro ilhas, com variações específicas: aumento de cianobactérias em FN e de algas calcárias crostosas em TR. Árvores de Regressão Multivariada (MRT) identificaram a força das ondas e a biomassa de herbívoros/detritívoros e onívoros como as variáveis abióticas mais influentes na cobertura bentônica, explicando cerca de 60% da variação, com resolução por ilhas. Em resoluções de amostragem mais detalhadas, por sítios, a MRT explicou 38% da variação, correlacionando a biomassa de peixes herbívoros/detritívoros à matriz de algas epilíticas, algas calcárias crostosas, algas filamentosas e zoantídeos; de onívoros, à matriz de algas epilíticas e macroalgas; e de carnívoros, à matriz de algas epilíticas e macroalgas estoloníferas (Caulerpa spp).(Continuação)As análises com Árvores de Regressão Impulsionadas (BRT) reforçaram a influência dos peixes herbívoros/detritívoros na cobertura da matriz de algas epilíticas, que predominou nas ilhas oceânicas equatoriais, e a importância dos onívoros na predominância de macroalgas mais pronunciada em Trindade. Os resultados destacam que a estrutura da comunidade bentônica é moldada por fatores ambientais e interações tróficas específicas de cada ilha, destacando o papel das pressões físicas e ecológicas na dinâmica dos recifes rasos destes ecossistemas remotos.
- Imprenta:
- Data da defesa: 07.02.2025
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ABNT
LEONEL, Ana Cristina Alencar Barros Costa Monteiro. Comunidades Bentônicas dos Recifes Rasos das Ilhas Oceânicas Brasileiras: Avaliação Comparativa e Fatores Estruturadores. 2025. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.21.2025.tde-15042025-091828. Acesso em: 26 dez. 2025. -
APA
Leonel, A. C. A. B. C. M. (2025). Comunidades Bentônicas dos Recifes Rasos das Ilhas Oceânicas Brasileiras: Avaliação Comparativa e Fatores Estruturadores (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://doi.org/10.11606/T.21.2025.tde-15042025-091828 -
NLM
Leonel ACABCM. Comunidades Bentônicas dos Recifes Rasos das Ilhas Oceânicas Brasileiras: Avaliação Comparativa e Fatores Estruturadores [Internet]. 2025 ;[citado 2025 dez. 26 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.21.2025.tde-15042025-091828 -
Vancouver
Leonel ACABCM. Comunidades Bentônicas dos Recifes Rasos das Ilhas Oceânicas Brasileiras: Avaliação Comparativa e Fatores Estruturadores [Internet]. 2025 ;[citado 2025 dez. 26 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.21.2025.tde-15042025-091828
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