Hesitação vacinal para a Covid-19: crenças, determinantes e teorias conspiratórias entre brasileiros no Brasil e exterior (2024)
- Authors:
- Autor USP: CAMARGO, EMERSON LUCAS JUNIO SILVA - EERP
- Unidade: EERP
- Sigla do Departamento: ERG
- DOI: 10.11606/D.22.2024.tde-04112024-084522
- Subjects: BRASILEIROS; COVID-19; IMIGRANTES; SAÚDE PÚBLICA
- Keywords: Brasileiros; Brazilians; COVID-19; Hesitação vacinal; Imigrantes; Immigrants; Public health; Saúde pública; Vaccine hesitancy
- Agências de fomento:
- Language: Português
- Abstract: Em meio à pandemia de COVID-19, que expôs vulnerabilidades globais e acelerou o desenvolvimento de vacinas, um grande desafio surgiu: a hesitação vacinal. Esse fenômeno, caracterizado pela relutância ou recusa em se vacinar apesar da disponibilidade de vacinas, representou barreiras significativas para o controle eficaz da pandemia. Entre os brasileiros, a situação é mais complexa devido às desigualdades sociais e econômicas, aos desafios do sistema de saúde e à prevalência de desinformação no Brasil. Nesse cenário, o objetivo deste estudo é investigar o impacto da hesitação vacinal para a COVID-19 entre brasileiros, tanto no Brasil quanto no exterior, analisando como crenças pessoais, determinantes sociodemográficos, culturais, religiosos e a adesão a teorias conspiratórias influenciam a aceitação da vacina. Foi desenvolvida uma web survey internacional em Brasil e Portugal para investigar os resultados entre brasileiros residentes no país e aqueles que imigraram. Os dados foram analisados por meio de análise descritiva, bivariada, regressão logística multivariada e modelagem de equações estruturais. Os resultados foram apresentados no formato de três estudos. O primeiro estudo abordou a prevalência da hesitação vacinal no Brasil, que foi de 27,5% dos residentes brasileiros no Brasil da COVID-19, com teorias conspiratórias e desinformação exercendo uma influência significativa sobre a disposição em hesitar-se. No segundo estudo com migrantes brasileiros em Portugal, a hesitação atingiu 15,1%, com fatores como idade avançada, práticas religiosas e resistência às medidas de distanciamento social destacando-se como determinantes para tal. Nesse contexto, percebeu-se uma correlação negativa entre a crença em teorias conspiratórias e influência social. Entre as várias crenças associadas àsintenções de vacinação, as "crenças conspiratórias" apresentaram um valor preditivo significativo. Ainda, acredita-se que as crenças pessoais impactam significativamente a hesitação em relação à vacinação da COVID-19 e também indicam que a confiança nos órgãos governamentais está inversamente relacionada à hesitação. Devido à força significativa das teorias conspiratórias nos dois estudos, um terceiro estudo foi conduzido para entender a influência da crença em teorias conspiratórias, que é altamente prevalente entre os brasileiros, afetando aproximadamente um terço da amostra (27,7% dos participantes). Variáveis como gênero feminino e acesso à desinformação correlacionam-se positivamente com maior crença. A complexidade desses achados reflete a natureza multifatorial da hesitação em relação à vacina da COVID-19, destacando a importância da confiança nas instituições e a necessidade de combater a desinformação. O impacto de fatores culturais, religiosos e de desinformação na aceitação das vacinas destaca a necessidade de estratégias de comunicação culturalmente sensíveis e educação em saúde adaptadas às diversas realidades da população brasileira, tanto no âmbito doméstico quanto internacional. Baseado nos nossos achados, propõe-se uma abordagem para combater a hesitação em relação à vacina da COVID-19, enfatizando a importância da cooperação internacional e do apoio aos imigrantes. O desenho internacional do estudo permite uma compreensão mais ampla dos fatores que influenciam a hesitação em relação à vacina da COVID-19, abrangendo não apenas o contexto brasileiro, mas também as experiências de brasileiros que vivem no exterior. Esta abordagem multidimensional é essencial para capturar a complexidade do fenômeno em estudo
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2024
- Data da defesa: 25.07.2024
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- Este artigo é de acesso aberto
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- Cor do Acesso Aberto: gold
- Licença: cc-by-nc-sa
-
ABNT
CAMARGO, Emerson Lucas Silva. Hesitação vacinal para a Covid-19: crenças, determinantes e teorias conspiratórias entre brasileiros no Brasil e exterior. 2024. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2024. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-04112024-084522/. Acesso em: 28 dez. 2025. -
APA
Camargo, E. L. S. (2024). Hesitação vacinal para a Covid-19: crenças, determinantes e teorias conspiratórias entre brasileiros no Brasil e exterior (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-04112024-084522/ -
NLM
Camargo ELS. Hesitação vacinal para a Covid-19: crenças, determinantes e teorias conspiratórias entre brasileiros no Brasil e exterior [Internet]. 2024 ;[citado 2025 dez. 28 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-04112024-084522/ -
Vancouver
Camargo ELS. Hesitação vacinal para a Covid-19: crenças, determinantes e teorias conspiratórias entre brasileiros no Brasil e exterior [Internet]. 2024 ;[citado 2025 dez. 28 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-04112024-084522/ - Chemsex e suas repercussões na saúde de homens que fazem sexo com homens: uma perspectiva de saúde global
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Informações sobre o DOI: 10.11606/D.22.2024.tde-04112024-084522 (Fonte: oaDOI API)
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