Propagação clonal e ontogenia do fruto de uvaieira (Eugenia pyriformis Cambess.) (2022)
- Authors:
- Autor USP: COLLI, BRUNA DO AMARAL BROGIO - ESALQ
- Unidade: ESALQ
- Sigla do Departamento: LPV
- DOI: 10.11606/T.11.2022.tde-22032023-164358
- Subjects: ANATOMIA VEGETAL; CLONAGEM; ENXERTIA (FITOTECNIA); ESTAQUIA; MICROPROPAGAÇÃO VEGETAL; ONTOGENIA; UVAIA
- Keywords: Alporquia
- Agências de fomento:
- Language: Português
- Abstract: No Brasil, muitas espécies de fruteiras nativas pertencentes à família Myrtaceae, apesar de relevantes, são ainda pouco estudadas e desconhecidas pela população. Entre elas destaca-se a uvaieira, Eugenia pyriformis, cujo fruto é carnoso, suculento, de sabor e aroma único. A exploração agronômica dessa espécie se torna interessante, uma vez que este fruto apresenta uma excelente qualidade nutricional de polpa com características organolépticas atrativas para consumo in natura e industrialização, podendo tornar-se uma boa fonte de renda ao produtor. Neste sentido, pesquisas que visem a seleção de material genético, desenvolvimento e manejo de sistemas de cultivo, são fundamentais para sua exploração comercial. Além disso, dado a importância botânica da família Myrtaceae na flora brasileira, são poucos os trabalhos envolvendo a ontogênese dos órgãos reprodutivos e frutíferos da mesma, que ainda apresentam estruturas anatomicamente desconhecidas. A produção de mudas via semente é a forma predominante de multiplicação das fruteiras nativas, assim como para a uvaieira, o que resulta em pomares heterogêneos, acarretando frutos não padronizados, devido à grande variabilidade genética decorrente dessa forma de multiplicação. A propagação vegetativa é uma ferramenta essencial para manter características agronômicas de interesse como produção, tamanho de plantas e qualidade de frutos. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar para E. pyriformis, a viabilidade dos métodos clonais depropagação vegetativa, estaquia, alporquia e enxertia, bem como os mecanismos anatômicos envolvidos nestes processos, além de sua multiplicação in vitro, a partir de segmentos nodais obtidos da germinação in vitro de sementes (Ensaio 1) e de matrizes cultivadas em ambiente protegido (Ensaio 2), visando contribuir para a clonagem de futuros genótipos selecionados de uvaieira. Ademais, realizou-se uma descrição anatômica do padrão de crescimento do fruto de E. pyriformis, a fim de fornecer informações inéditas sobre sua ontogênese, visando embasamento científico para posteriores pesquisas taxonômicas e/ou botânicas. A uvaieira mostrou-se como uma espécie difícil de enraizar, portanto, os métodos de propagação clonal estaquia e alporquia não são viáveis, e devido à baixa fixação dos materiais enxertados (máximo de 43%), este ainda não é um método indicado para produção comercial desta fruteira. Há evidências de que não há barreiras anatômicas que impeçam o enraizamento em estacas de uvaieira, no entanto, a presença de compostos fenólicos em suas estacas e caules pode contribuir para o insucesso dos métodos de propagação clonal avaliados para a espécie. Na micropropagação, para a multiplicação de segmentos nodais de uvaieira, advindos da germinação in vitro (Ensaio 1), não são necessárias aplicações dos fitorreguladores BAP e ANA para indução e desenvolvimento de brotações e enraizamento dos explantes nodais, em meio de cultivo MS. Os meios de culturas MS, WPM, JADS e SPmodificado na ausência de fitorreguladores promovem a indução e o desenvolvimento de brotações nos explantes nodais de uvaieira e, o enraizamento adventício dos mesmos. Neste contexto, recomenda-se a adição de 1,0 mg L-1 de AIB, para maximizar o enraizamento adventício in vitro, embora sugere-se que este não exerça sua funcionalidade num processo de aclimatização. Já para o cultivo in vitro a partir de segmentos nodais de matrizes cultivadas em ambiente protegido (Ensaio 2), recomenda-se para a assepsia dos explantes o uso de hipoclorito de sódio com 1,25% de cloro ativo, no período do outono e verão. Neste ensaio, todos os meios de cultivo empregados (MS, ½ MS, ¼ MS, WPM, ½ WPM, ¼ WPM, JADS, SP e SP modificado) promoveram o desenvolvimento das gemas axilares de E. pyriformis, no entanto, ocorreu uma baixa porcentagem de enraizamento (3,3%) e sobrevivência (média de 39%) dos explantes. Durante o desenvolvimento anatômico do pericarpo de E. pyriformis não ocorrem grandes transformações, este processo é caracterizado por divisões celulares, aumento do volume celular e de espaços intercelulares na região mediana e interna do mesocarpo, cujo o processo de amadurecimento do fruto se define em intensificação dos espaços intercelulares das células parenquimáticas do mesocarpo, que se tornam delgadas e degradadas, além do acúmulo de cristais. Há similaridades anatômicas no pericarpo de E. pyriformis com outras espécies de Myrtaceae, como presença de tricomastectores, cavidades secretoras, acúmulo de cristais e feixes vasculares evidentes
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- Publisher place: Piracicaba
- Date published: 2022
- Data da defesa: 16.12.2022
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ABNT
COLLI, Bruna do Amaral Brogio. Propagação clonal e ontogenia do fruto de uvaieira (Eugenia pyriformis Cambess.). 2022. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2022. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-22032023-164358/. Acesso em: 19 maio 2025. -
APA
Colli, B. do A. B. (2022). Propagação clonal e ontogenia do fruto de uvaieira (Eugenia pyriformis Cambess.) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Piracicaba. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-22032023-164358/ -
NLM
Colli B do AB. Propagação clonal e ontogenia do fruto de uvaieira (Eugenia pyriformis Cambess.) [Internet]. 2022 ;[citado 2025 maio 19 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-22032023-164358/ -
Vancouver
Colli B do AB. Propagação clonal e ontogenia do fruto de uvaieira (Eugenia pyriformis Cambess.) [Internet]. 2022 ;[citado 2025 maio 19 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-22032023-164358/ - Uso de fitorreguladores em pomar de abacateiro (Persea americana Mill.) 'Hass' cultivado em condições de sequeiro
- Desiccation tolerance of cambuci seeds
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Informações sobre o DOI: 10.11606/T.11.2022.tde-22032023-164358 (Fonte: oaDOI API)
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