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Efeitos do treinamento físico no conteúdo lipídico e na resistência à ação da insulina do músculo esquelético de pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas (2020)

  • Authors:
  • Autor USP: OLIVEIRA, DIEGO SALES DE - FM
  • Unidade: FM
  • Sigla do Departamento: MOT
  • Subjects: EXERCÍCIO FÍSICO; LIPÍDEOS; DOENÇAS MUSCULARES; DOENÇAS AUTOIMUNES; MIOSITE; RESISTÊNCIA À INSULINA
  • Keywords: Autoimmune diseases; Exercise; Insulin resistance; Lipids; Muscular diseases; Myositis
  • Language: Português
  • Abstract: Introdução: As miopatias autoimunes sistêmicas (MAS) são um grupo de doenças musculares raras que afetam a musculatura esquelética. Pacientes com MAS apresentam importante fraqueza muscular proximal e progressiva como consequência da doença. Pacientes com MAS cursam com diversas comorbidades, como hipertensão arterial sistêmica, obesidade, diabetes mellitus, dislipidemias e, consequentemente, síndrome metabólica. A resistência à ação da insulina (RI) desempenha um papel central no aparecimento da síndrome metabólica. Diversos fatores contribuem para a causa da RI, sendo que a infiltração de lipídios no músculo esquelético parece ser uma das principais responsáveis em seu desenvolvimento. Assim como os prejuízos metabólicos, a infiltração de lipídios no músculo esquelético contribui para a diminuição da atividade contrátil do músculo esquelético, prejudicando sua funcionalidade. O treinamento físico tem sido uma importante ferramenta na reabilitação da força e função muscular de pacientes com MAS. Contudo, até o presente momento, nenhum estudo avaliou o efeito do treinamento físico na RI, bem como na infiltração de lipídios do músculo esquelético desses pacientes. Objetivos: Avaliar os efeitos do treinamento físico nos parâmetros de RI e no conteúdo lipídico do músculo esquelético de pacientes com MAS. Métodos: Nove pacientes com diagnóstico de MAS (grupo MAS: seis com dermatomiosite (DM), dois com síndrome antissintetase (SAS) e um com polimiosite (PM)) e dez voluntários controles saudáveis (grupo CTRL)pareados por sexo, idade e índice de massa corporal, participaram do presente estudo. De ambos os grupos foram avaliados e comparados os seguintes parâmetros: potência aeróbia (através do teste ergoespirométrico), força e função muscular (através dos testes de uma repetição máxima, teste de sentar e levantar e levantar e caminhar), composição corporal (através da densitometria óssea), RI (através do teste oral de tolerância a glicose (TOTG), modelo de avaliação de homeostase (índice HOMA), e índice Matsuda), biópsia muscular (para posterior análise da tipologia de fibras musculares (ATPases ácida e básica)), avaliação do conteúdo lipídico do músculo esquelético (pela marcação de Oil Red O) e avaliação da expressão gênica (pelo sequenciamento do rna mensageiro (RNA-seq)). Após as análises iniciais, os pacientes do grupo MAS foram submetidos a um programa de treinamento físico, composto por exercícios aeróbios e de força, duas vezes por semana, pelo período de 12 semanas. Após a intervenção, todas as análises iniciais foram refeitas. Resultados: Os pacientes do grupo MAS apresentavam uma remissão clínica da doença de acordo com os dados do IMACS. Os pacientes do grupo MAS apresentaram uma menor potência aeróbia, força e função muscular quando comparado aos indivíduos controles. Também apresentaram uma menor área de secção transversal de fibras do tipo I e fibras do tipo II, quando comparado ao grupo CTRL. Além disso, os pacientes do grupo MAS apresentavam uma maior proporção de fibras do tipo II,e menor proporção de fibras do tipo I comparado ao grupo CTRL. Não foram encontradas diferenças significativas nos parâmetros de RI e de células beta pancreáticas entre o grupo MAS e grupo CTRL. Em relação ao conteúdo lipídico, o grupo MAS apresentava um maior conteúdo de lipídios nas fibras musculares do tipo II quando comparado ao grupo CTRL. Em resposta ao treinamento físico, o grupo MAS apresentou uma melhora significativa na potência aeróbia, força e função muscular, composição corporal, assim como nos parâmetros de RI e função de células beta pancreáticas. Após o treinamento físico, houve um aumento significativo na área de secção transversal e na proporção de fibras musculares do tipo I. Após o treinamento físico, houve uma diminuição significativa ao conteúdo lipídico das fibras musculares do tipo I e do tipo II. Por fim houve um aumento na expressão de genes relacionados a via insulínica, oxidação lipídica, autofagia e capacidade antioxidante, enquanto genes relacionados a via da ubiquitina proteassoma diminuíram com o treinamento. Conclusões: O treinamento físico foi uma ferramenta eficaz em melhorar a sensibilidade à ação da insulina e a função de células beta pancreáticas nos pacientes com MAS. Além disso, o treinamento físico levou a um aumento no tamanho e na proporção de fibras do tipo I, além de diminuir o conteúdo lipídico intramuscular dos pacientes com MAS. Por fim, o treinamento mudulou positivamente a expressão de genes da via insulínica, oxidação de lipídios, autofagia e capacidade antioxidante,além de diminuir genes relacionados a via da ubiquitina proassoma. Dessa forma, o treinamento físico parece ser eficaz em contribuir para diminuição do risco cardiometabólico, além de melhorar a qualidade e funcionalidade muscular desses pacientes
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 03.08.2020
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    • ABNT

      OLIVEIRA, Diego Sales de. Efeitos do treinamento físico no conteúdo lipídico e na resistência à ação da insulina do músculo esquelético de pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas. 2020. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-31102020-153052/. Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Oliveira, D. S. de. (2020). Efeitos do treinamento físico no conteúdo lipídico e na resistência à ação da insulina do músculo esquelético de pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-31102020-153052/
    • NLM

      Oliveira DS de. Efeitos do treinamento físico no conteúdo lipídico e na resistência à ação da insulina do músculo esquelético de pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas [Internet]. 2020 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-31102020-153052/
    • Vancouver

      Oliveira DS de. Efeitos do treinamento físico no conteúdo lipídico e na resistência à ação da insulina do músculo esquelético de pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas [Internet]. 2020 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-31102020-153052/


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