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Variação sazonal de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) no rio Tocantins, à jusante do reservatório da UHE de Tucuruí (2020)

  • Authors:
  • Autor USP: ARAÚJO, MARIA GABRIELLA DA SILVA - Interunidades em Ecologia Aplicada
  • Unidade: Interunidades em Ecologia Aplicada
  • Sigla do Departamento: LCB
  • Subjects: BIOGEOQUÍMICA; DIÓXIDO DE CARBONO; EFEITO ESTUFA; FLUXO DOS GASES; NITROGÊNIO; USINAS HIDRELÉTRICAS; VARIAÇÕES SAZONAIS; RIO TOCANTINS
  • Language: Português
  • Abstract: Os rios desempenham um papel importante no balanço regional e global de carbono e nitrogênio, por meio do processamento e da emissão de gases para a atmosfera. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é investigar a dinâmica do dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) no rio Tocantins. O estudo foi desenvolvido na região do baixo Tocantins, à jusante da usina hidrelétrica de Tucuruí. As amostragens foram realizadas mensalmente entre setembro de 2014 a novembro de 2016, no canal principal do rio Tocantins, à 30 cm e 60% de profundidade do rio, a partir da superfície. As coletas foram realizadas com o auxílio de uma bomba de imersão, que sob fluxo contínuo, bombeou água do rio para dentro de uma proveta graduada de 2 litros. A obtenção de amostras destinadas à determinação da pressão parcial do CO2, N2O e CH4 na água do rio foi realizada por meio da técnica do equilíbrio de fases água-ar (headspace). O ar atmosférico foi coletado por meio de seringas à 3 m da superfície do rio. A partir das amostras de gases da água e do ar, determinou-se a composição isotópica do CO2. A pCO2 também foi determinada in situ por meio de um analisador de gases por infravermelho (LiCor, modelo LI-820) conectado a um sistema equilibrador e um computador portátil. A determinação do fluxo de CO2 foi realizado pela técnica da câmara flutuante conectada ao analisador de gás por infravermelho. Já os fluxos de CH4 e de N2O foram calculados com base na velocidade de transferência do CO2,obtida a partir de seu fluxo, e o número de Schmidt de cada gás. In situ, também foram determinados os parâmetros físico-químicos da água (oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica e temperatura), velocidade do vento, temperatura e umidade relativa do ar. A concentração dos gases e análise isotópica foram realizadas nos Laboratórios de Análise Ambiental e Ecologia Isotópica do CENA/USP. Os resultados indicam águas supersaturadas em CO2 (1.082,4 ± 624,4 μatm), CH4 (0,12 ± 0,05 μM) e N2O (8,9 ± 1,2 ƞM), com diferença sazonal significativa (p<0,05) para o CO2 e o CH4. Os fluxos sentido rio-atmosfera, foram, foram de 1,91 ± 3,42 μmol CO2.m-2.s-1 ; 9,6 ± 13,1 mmol CH4.m-2.d-1; e 0,08 ± 0,06 mmol N2O.m-2.d-1, não acorrendo diferença sazonal significativa (p>0,05) apenas para o CO2. Os resultados obtidos convergem para confirmação que o rio Tocantins é uma fonte de CO2, CH4 e N2O para a atmosfera e o fluxo desses gases, assim como os parâmetros físico-químicos da água, são governados principalmente pela flutuação sazonal do nível da água. No ponto à jusante da represa de Tucuruí, o fluxo de CO2 e N2O foi de, aproximadamente, 2 e 1,5 vezes menor, respectivamente, em relação ao reservatório da UHE. Esses resultados reforçam que a formação de sistemas lênticos modificam a transferência de carbono e nitrogênio à jusante, reconfigurando o estado trófico do rio, no reservatório e nos trechos à montante e jusante do barramento. Com uma significativa correlação observada entre o δ13CO2 dissolvido na água e a vazão do rio, a diferença observada entre as médias dos períodos de maior vazão (-23,2 ± 5,1‰) e menor vazão (-16,6 ± 2,7‰) sugereque haja uma mudança de fontes de carbono para o canal do rio conforme a sazonalidade. A partir dos fluxos dos gases mensurados no rio Tocantins, as estimativas de emissões anuais de GEE's dos sistemas aquáticos da bacia são de 50,3 Tg C.ano-1, 1,07 Tg CH4.ano-1 e 24,4 Gg N.ano-1, contribuindo em aproximadamente 0,7%; 0,9% e 7,3% das emissões globais de CO2, CH4 e N2O dos ambientes aquáticos continentais estimadas. O CO2 foi o gás emitido em maior quantidade, seguido do CH4 e do N2O. Os resultados deste estudo evidenciam a relação das variáveis hidrobiogeoquímicas na dinâmica (produção e consumo) dos gases que estão dissolvidos na coluna d'água de rios. Diante do que foi apresentado, destaco a importância deste estudo por fornecer uma base de dados ainda não gerada para a região do baixo Tocantins, principalmente, quanto à dinâmica de gases de efeito estufa
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  • Data da defesa: 01.07.2020
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    • ABNT

      ARAÚJO, Maria Gabriella da Silva. Variação sazonal de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) no rio Tocantins, à jusante do reservatório da UHE de Tucuruí. 2020. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2020. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-12082020-144612/. Acesso em: 28 dez. 2025.
    • APA

      Araújo, M. G. da S. (2020). Variação sazonal de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) no rio Tocantins, à jusante do reservatório da UHE de Tucuruí (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Piracicaba. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-12082020-144612/
    • NLM

      Araújo MG da S. Variação sazonal de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) no rio Tocantins, à jusante do reservatório da UHE de Tucuruí [Internet]. 2020 ;[citado 2025 dez. 28 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-12082020-144612/
    • Vancouver

      Araújo MG da S. Variação sazonal de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) no rio Tocantins, à jusante do reservatório da UHE de Tucuruí [Internet]. 2020 ;[citado 2025 dez. 28 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-12082020-144612/


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