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Indígenas, escravizados negros e homens livres na fronteira do Mato Grosso, Bolívia e Paraguai: fugas, contrabando e resistência (1750-1850) (2019)

  • Authors:
  • Autor USP: LORDELO, MONIQUE CRISTINA DE SOUZA - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLH
  • Subjects: ESCRAVIDÃO; NEGROS; ÍNDIOS
  • Language: Português
  • Abstract: Os personagens analisados nessa tese são os escravizados negros, indígenas e homens livres no Mato Grosso e suas circulações na fronteira com Bolívia e Paraguai na segunda metade do século XVIII e primeira metade do XIX. Defendemos nessa tese o protagonismo desses escravizados negros e indígenas no processo de colonização portuguesa e espanhola na região. Afirmamos que nenhum desses personagens responderam passivos às submissões de senhores, nem mesmo às instituições coloniais administrativas e religiosas. Durante o século XVIII foram travados vários embates entre indígenas e colonizadores nessa tríplice fronteira e os indígenas responderam a essa colonização desenvolvendo estratégias diversas como enfrentamento ou alianças com aquele que mais lhe convinha, ora com portugueses, ora com espanhóis. E mesmo depois de estabelecida a colonização, com construções de fortalezas e vilas nessa fronteira luso-espanhola e também estabelecidas as reduções jesuíticas em território fronteiriço de domínios hispânicos, os indígenas continuaram fazendo alianças e sendo personagens importantes comercializando seus produtos tanto com portugueses quanto com espanhóis tentando manter seu território conquistado sempre. Os escravizados negros começaram a chegar no Mato Grosso na segunda metade do século XVIII depois de uma longa e penosa viagem desde outras regiões do Brasil e também da África. Percebemos que, por ser uma região de fronteira, os escravizados fugiam para os domínios hispânicos,mas, para isso deveriam atravessar os caudalosos rios Paraguai, Guaporé ou Mamoré que dividiam os domínios das duas coroas ibéricas (Portugal e Espanha) na fronteira oeste do Mato Grosso. Mais do que uma fronteira política que limitava essas duas coroas ibéricas, a fronteira luso-espanhola foi um espaço no qual diferentes grupos sociais inventavam práticas diversas procurando melhores condições de vida e sobrevivência. Esse espaço de convívio de diferentes identidades na fronteira oeste da capitania, assim como as fugas de escravizados negro para os domínios hispânicos e formação de quilombos foram constantes durante todo o período colonial, e não cessaram durante o período imperial. Para avalizar essa tese pesquisamos documentação em três países. No Brasil recorremos ao Arquivo Público do Estado de Mato Grosso (APMT), localizado em Cuiabá. Na Bolívia, pesquisamos dois arquivos: o primeiro foi o Archivo y Biblioteca Nacionales de Bolivia (ABNB), localizado em Sucre; e o segundo foi o Museo de Historia y Archivo Histórico de Santa Cruz (MHAHSC), localizado em Santa Cruz de la Sierra. O último arquivo pesquisado foi no Paraguai, em Assunção, o Archivo Nacional de Asunción (ANA). Por fim, no diz respeito à fronteira oeste do Mato Grosso, para os lusitanos, tratava-se de manter o território conquistado; para os espanhóis, impedir o avanço; e, para ambos era conter a força indígena. Já os escravizados negros viam nos países vizinh,os uma oportunidade para conquistar a liberdade ede melhores condições de sobrevivência e trabalho, com menos vigilância institucional, enquanto os proprietários de escravizados deveriam exercer mais vigilância para que não houvesse marginalidades. No caso dos indígenas, essa fronteira também era uma oportunidade de fuga institucional das coroas ibéricas (Portugal e Espanha) e das missões jesuíticas, mas também lutando para manter seu território em situação de conquista, essa fronteira possibilitava negociação, tanto com portugueses quanto com espanhóis. Quanto aos homens livres, essa fronteira facilitava as fugas de soldados desertores dos fortes construídos nesse limite institucional imposto pelas metrópoles, mas também maior possibilidade de comércio, contrabando e negociações entre nações fronteiriças vizinhas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 22.05.2019
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      LORDELO, Monique Cristina de Souza. Indígenas, escravizados negros e homens livres na fronteira do Mato Grosso, Bolívia e Paraguai: fugas, contrabando e resistência (1750-1850). 2019. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-12082019-100800/. Acesso em: 02 nov. 2024.
    • APA

      Lordelo, M. C. de S. (2019). Indígenas, escravizados negros e homens livres na fronteira do Mato Grosso, Bolívia e Paraguai: fugas, contrabando e resistência (1750-1850) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-12082019-100800/
    • NLM

      Lordelo MC de S. Indígenas, escravizados negros e homens livres na fronteira do Mato Grosso, Bolívia e Paraguai: fugas, contrabando e resistência (1750-1850) [Internet]. 2019 ;[citado 2024 nov. 02 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-12082019-100800/
    • Vancouver

      Lordelo MC de S. Indígenas, escravizados negros e homens livres na fronteira do Mato Grosso, Bolívia e Paraguai: fugas, contrabando e resistência (1750-1850) [Internet]. 2019 ;[citado 2024 nov. 02 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-12082019-100800/

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