Saúde urbana em mapas: discutindo o papel do contexto socioeconômico do lugar (2018)
- Autor:
- Autor USP: BARROZO, LIGIA VIZEU - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLG
- Subjects: MORTALIDADE INFANTIL; DOENÇAS CARDIOVASCULARES; CARTOGRAFIA; SEGREGAÇÃO URBANA
- Agências de fomento:
- Language: Português
- Abstract: É estimado que a população global continue crescendo e se estabilize em torno de 11 bilhões de habitantes em 2075. Portanto, o ambiente urbano, moradia para a maioria da população global, precisa ser visto como prioridade estratégica em relação ao futuro próximo, tanto em relação ao impacto aos recursos naturais quanto à equidade do bem-estar e justiça social. A pobreza (absoluta e relativa) e sua relação com a saúde ainda é um desafio mesmo em países de alta renda. Em São Paulo, há um gradiente socioespacial dos riscos relativos de algumas mortalidades, que aumentam à medida que o perfil socioambiental da população piora. Para se quebrar o elo entre pobreza e saúde é preciso uma compreensão dos padrões espaciais para além da renda como indicador agregado. Assim, testei se a renda ainda é o melhor indicador para a explicação das condições de saúde da população no Município de São Paulo, a partir do estudo da mortalidade por doenças do aparelho circulatório e da mortalidade infantil. Para isso delineei um estudo ecológico, transversal, com expressão espacial por meio da implantação de um projeto em Sistema de Informações Geográficas, a partir da unidade geográfica da área de ponderação do Censo Demográfico de 2010. Comparei o desempenho da renda como indicador ao de outros indicadores que expressam a composição da população, condições socioeconômicas, desigualdade de rendimento e segregação residencial. Os dados dos óbitos, provenientes do DATASUS, corresponderam aos anos de 2006 a 2009. Os riscos relativos foram calculados por meio do programa SaTScan, considerando as covariáveis sexo e idade. Os dados socioeconômicos foram obtidos dos microdados do Censo Demográfico de 2010 referentes às áreas de ponderação. As análises estatísticas compreenderam modelos de regressão linear simples não-espaciais (Mínimos QuadradosOrdinários). Devido à dependência espacial dos resíduos destes modelos, foram aplicados modelos de regressão espaciais globais, que não foram capazes de explicar completamente as mortalidades estudadas. Finalmente, os modelos de regressão geograficamente ponderados permitiram verificar importantes associações espaciais. O Índice de Concentração nos Extremos (ICE) para renda e cor ou raça, estabelecendo como extremos o número de pessoas autodeclaradas brancas com rendimento domiciliar bruto mensal em todos os trabalhos superior a R$5.400,00 e o número de pessoas autodeclaradas da cor branca com rendimento de até R$1.000,00, foi o indicador que melhor explicou a variabilidade espacial da mortalidade por doenças do aparelho circulatório (R² = 0,65 e AIC = -766,44). O ICE para renda e cor ou raça branca afluente sobre pessoas pretas, pardas ou indígenas pobres explicou igualmente a mortalidade por doenças do aparelho circulatório (R²=0,65 e AIC=764,02) e foi o melhor preditor para mortalidade infantil (R²=0,39 e AIC=59,28). Os resultados permitem concluir que é possível avançar para além da renda ao incorporar aspectos da segregação residencial por renda e cor ou raça combinados. O indicador socioeconômico composto elaborado neste trabalho tem potencial explicativo e poderá ser refinado ao incorporar indicador de segregação residencial, contribuindo para a melhor compreensão da saúde no município e para a identificação de grupos vulneráveis.
- Imprenta:
- Data da defesa: 12.09.2018
-
ABNT
BARROZO, Ligia Vizeu. Saúde urbana em mapas: discutindo o papel do contexto socioeconômico do lugar. 2018. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/8/tde-22032021-131701/. Acesso em: 01 out. 2024. -
APA
Barrozo, L. V. (2018). Saúde urbana em mapas: discutindo o papel do contexto socioeconômico do lugar (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/8/tde-22032021-131701/ -
NLM
Barrozo LV. Saúde urbana em mapas: discutindo o papel do contexto socioeconômico do lugar [Internet]. 2018 ;[citado 2024 out. 01 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/8/tde-22032021-131701/ -
Vancouver
Barrozo LV. Saúde urbana em mapas: discutindo o papel do contexto socioeconômico do lugar [Internet]. 2018 ;[citado 2024 out. 01 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/8/tde-22032021-131701/ - Mortalidade por Aids: análise dos óbitos no município de São Paulo
- Análise espacial exploratória retrospectiva do padrão espacial dos riscos relativos de nascimentos pré-termo no município de São Paulo
- Variáveis sociedonomicas e o risco relativo por acidente vascular cerebral no municipio de São Paulo
- Paracoccidioimycosis and white individuals: susceptibility and biogeographic aspects in an important endemic area in Brazil
- Padrões espaciais do suicídio na cidade de São Paulo e seus correlatos socioeconômico-culturais
- Análise espacial exploratória da taxa de fecundidade das mães e da prematuridade infantil no Estado de São Paulo entre 2002-2007
- Estudo ecológico sobre suicídio e homicídio no estado de Minas Gerais, Brasil
- Mean air temperature as a rick factor for stroke mortality in São Paulo, Brazil
- Cycling for Transportation in Sao Paulo City: Associations with Bike Paths, Train and Subway Stations
- Epidemiological, clinical, and genomic landscape of coccidioidomycosis in northeastern Brazil
How to cite
A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas