Atrazina: biodegradação e efeitos na comunidade bacteriana do solo (2018)
- Authors:
- Autor USP: FERNANDES, ANA FLAVIA TONELLI - FCFRP
- Unidade: FCFRP
- Sigla do Departamento: 602
- Subjects: BIOCIÊNCIAS; FARMÁCIA; BIODEGRADAÇÃO AMBIENTAL; BACTÉRIAS; SOLOS
- Keywords: Atrazina; Biodegradação; Expressão dos genes atz; Metataxonômica; qPCR; Atrazine; Atz gene expression; Biodegradation; Metataxonomic
- Agências de fomento:
- Language: Português
- Abstract: A atrazina, um herbicida triazínico amplamente utilizado no controle de ervas daninhas, é um potencial contaminante ambiental, e possui como principal via de degradação uma via biológica. A linhagem Pseudomonas sp. ADP é o microorganismo de referência no processo de degradação da atrazina em ambientes contaminados, pois contém em seu genoma os genes atzA, atzB, atzC, atzD, atzE e atzF, os quais codificam as enzimas responsáveis pelo processo de degradação. Bactérias gram-positivas também possuem capacidade para degradar a atrazina, mas iniciam a via de degradação através do gene trzN, análogo ao atzA. O objetivo do presente trabalho foi obter e analisar isolados bacterianos e consórcios formados por duas ou mais bactérias com capacidade para degradação completa do herbicida atrazina, como também analisar os efeitos da atrazina na comunidade bacteriana do solo. Duas bactérias gram-negativas, A01 e A02, foram isoladas de amostras de solo e foram identificadas como pertencestes aos gêneros Achromobacter e Pseudomonas, respectivamente, através do sequenciamento do gene 16S rRNA. Ambos os micro-organismos apresentaram potencial para biodegradação da atrazina em meio sólido, mas somente o isolado Pseudomonas sp. apresentou todos os genes atzA, atzB, atzC, atzD, atzE e atzF, que codificam as enzimas da via completa de degradação da atrazina. O isolado Achromobacter sp. apresentou somente os genes atzA, atzB e atzC, que representam a via inicial de degradação da atrazina até a formação de ácido cianúrico como metabólito. Um ensaio utilizando o método Southern Blot foi realizado para verificar se os genes atz detectados nos isolados do estudo são plasmidiais, sendo que apenas o isolado Pseudomonas sp. apresentou plasmídeo. A expressão dos genes atzA, atzB, atzC e atzD foi avaliada pelo método Northem Blot, contudo apenas o isolado Pseudomonas sp. apresentouexpressão diferencial após tratamento com atrazina. Análises em HPLC/DAD e LG MS/MS demonstraram que o isolado Pseudomonas sp. apresenta um perfil de degradação da atrazina semelhante ao perfil do micro-organismo padrão Pseudomonas sp. ADP, sendo apto a degradar 99% de atrazina in vitro em 24 horas. Já o isolado Achromobacter sp. apresentou um perfil de degradação lento, com início do processo após 24 horas. Os três metabólitos iniciais formados pela degradação da molécula de atrazina foram detectados em amostras contendo tanto o isolado Pseudomonas sp. quanto o isolado Achromobacter sp. O consórcio bacteriano composto pelos dois isolados deste estudo não apresentou eficiência de degradação superior às culturas puras. Por fim, um experimento de campo foi realizado com o objetivo de analisar os efeitos da atrazina na comunidade bacteriana do solo. O herbicida atrazina foi aplicado ao solo e amostras foram coletadas para análise através das técnicas de qPCR e Sequenciamento de Nova Geração. Foi possível observar que a abundância dos genes responsáveis pelo início da via de degradação da atrazina se altera ao longo do tempo, sendo que o aumento mais expressivo foi observado no gene trzN, comumente encontrado em bactérias gram-positivas com capacidade para degradar a atrazina. O sequenciamento do gene 16S rRNA indicou que a aplicação de atrazina ao solo não provocou mudanças significativas na comunidade bacteriana. As amostras apresentaram alta diversidade antes e após o tratamento com atrazina e a análise da abundância relativa mostrou pequenas diferenças na abundância de famílias após quatro e oito semanas de aplicação da atrazina ao solo. Assim, é possível sugerir que a aplicação do herbicida atrazina ao solo nas doses recomendadas não provoca danos significativos na estrutura da comunidade bacteriana do solo
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2018
- Data da defesa: 06.09.2018
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ABNT
FERNANDES, Ana Flavia Tonelli. Atrazina: biodegradação e efeitos na comunidade bacteriana do solo. 2018. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2018. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-22052019-135938/. Acesso em: 29 dez. 2025. -
APA
Fernandes, A. F. T. (2018). Atrazina: biodegradação e efeitos na comunidade bacteriana do solo (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-22052019-135938/ -
NLM
Fernandes AFT. Atrazina: biodegradação e efeitos na comunidade bacteriana do solo [Internet]. 2018 ;[citado 2025 dez. 29 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-22052019-135938/ -
Vancouver
Fernandes AFT. Atrazina: biodegradação e efeitos na comunidade bacteriana do solo [Internet]. 2018 ;[citado 2025 dez. 29 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-22052019-135938/ - Caracterização fenotípica e molecular de linhagens de Pseudomonas spp. envolvidas na biodegradação da atrazina
- Change in the antimicrobial resistance profile of Pseudomonas aeruginosa from soil after exposure to herbicides
- Degradation of atrazine by Pseudomonas sp. and Achromobacter sp. isolated from Brazilian agricultural soil
- Impact of Atrazine Exposure on the Microbial Community Structure in a Brazilian Tropical Latosol Soil
- Alternative biodegradation pathway of the herbicide diuron
- Combining functional genomics and whole-genome sequencing to detect antibiotic resistance genes in bacterial strains co-occurring simultaneously in a Brazilian hospital
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