Violência na gestação como preditor da saúde da criança: prevalência, mecanismos causais e implicações clínicas (2017)
- Autor:
- Autor USP: FERRARO, ALEXANDRE ARCHANJO - FM
- Unidade: FM
- Sigla do Departamento: MPE
- Subjects: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER; PARCEIRO; GESTANTES; FETO; SAÚDE DA MULHER; SAÚDE DA CRIANÇA; SAÚDE MATERNO-INFANTIL; LACTENTES
- Language: Português
- Abstract: INTRODUÇÃO: Vários estudos já foram feitos sobre os fatores associados ao crescimento e desenvolvimento no primeiro semestre de vida. Uma parte significativa, porém, da variância desses desfechos permanece não explicada. Mais recentemente aumentou o número de trabalhos sobre fatores psicossociais maternos; no entanto a violência na gestação perpetuada pelo parceiro íntimo foi proporcionalmente menos estudada. OBJETIVOS: conhecer a prevalência dessa violência, sua associação com morbidades e comportamentos maternos; sua associação com desfechos na prole; testar a hipótese de mecanismos causais sugeridos pela literatura. MÉTODOS: Uma coorte de formada por gestantes frequentadoras de serviços de atenção primária na cidade de São Paulo foi acompanhada a partir do início do 3o trimestre gestacional até o 6o mês de vida do lactente. Coletaram-se informações sobre violência na gestação, junto com variáveis explicativas, variáveis neonatais, amostras do cabelo materno para dosagem do cortisol capilar, evolução ponderal, a procura de atendimento médico não eletivo e o desenvolvimento motor, de linguagem e cognitivo aos 6 meses de idade. As associações foram testadas através de modelos de regressão multivariada. A mediação foi testada através de modelos contrafatuais. A concentração do cortisol capilar foi comparada entre expostas e não expostas.RESULTADOS: A prevalência da violência psicológica foi de 21,0% (IC95% 18,3-23,7); a da violência física foi de 12,1% (IC95% 10,0-14,3); da violência sexual foi de 1,8% (IC95% 0,9-2,7%). A associação após ajustes para confundidores da violência psíquica com a má evolução ponderal do lactente apresentou RR=2,03 (IC95% 1,23-3,34) e com o atendimento médico não eletivo RR=1,49 (IC95% 1,08-2,04); da violência física com o PIG apresentou RR= 2,26 (1,06-3,65), com RClU grave RR=1,96 (IC95% 1,04-3,70), com a má evolução pondera I RR=1,98 (IC95% 1,06-3,68) e com o atendimento médico não eletivo RR=1,98 (IC95% 1,06- 3,68); da violência sexual com a má evolução ponderal apesentou RR= 2,52 (1,00-6,34), e com o atraso cognitivo RR=3,88 (1,60-9,43). Expostas à violência tiveram mais diagnósticos de depressão e ansiedade na gestação e no puerpério. Usaram mais tabaco e álcool na gestação e tiveram mais quadros infecciosos. Nenhum mediador testado mostrou-se sozinho ser via causal entre a violência e os desfechos da criança. O cortisol capilar teve concentrações menores nas mães expostas e mostrou-se um bom preditor para o RCIU e atraso cognitivo. Ele também teve um comportamento específico conforme o sexo do feto. CONCLUSÃO: a violência perpetuada por parceiro íntimo é altamente prevalente, com grande efeito sobre a mãe e seu filho. Suas vias causais não são claras
- Imprenta:
- Data da defesa: 06.12.2017
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ABNT
FERRARO, Alexandre Archanjo. Violência na gestação como preditor da saúde da criança: prevalência, mecanismos causais e implicações clínicas. 2017. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. . Acesso em: 19 abr. 2024. -
APA
Ferraro, A. A. (2017). Violência na gestação como preditor da saúde da criança: prevalência, mecanismos causais e implicações clínicas (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Ferraro AA. Violência na gestação como preditor da saúde da criança: prevalência, mecanismos causais e implicações clínicas. 2017 ;[citado 2024 abr. 19 ] -
Vancouver
Ferraro AA. Violência na gestação como preditor da saúde da criança: prevalência, mecanismos causais e implicações clínicas. 2017 ;[citado 2024 abr. 19 ] - The effectiveness of photographic educational material on carbohydrate counting for adolescents with diabetes
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