Sarcocystis spp. eliminados por gambás do gênero Didelphis no Brasil: diversidade genética interpretada por um conjunto de estudos (2016)
- Autor:
- Autor USP: SOARES, RODRIGO MARTINS - FMVZ
- Unidade: FMVZ
- Sigla do Departamento: VPS
- Subjects: SARCOCYSTIDAE; DIDELPHIS; AVES; INFECÇÃO EXPERIMENTAL ANIMAL
- Language: Português
- Abstract: O gênero Sarcocystis é um grupo de protozoários pertencente à família Sarcocystidae e ao filo Apicomplexa que congrega cerca de cento e oitenta espécies descritas. Há uma variedade muito extensa de vertebrados que podem participar do ciclo de vida dos protozoários deste gênero, seja como hospedeiros intermediários, seja como hospedeiros definitivos. Gambás das Américas pertencentes ao gênero Didelphis são hospedeiros definitivos de quatro espécies conhecidas de Sarcocystis: Sarcocystis neurona, Sarcocystis [alcatula, Sarcocystis speeri e Sarcocystis lindsayi. Mamíferos em geral são hospedeiros intermediários de S. neurona e S. speeri, enquanto aves desempenham este papel para S. falcatula e S. lindsayi. Características fenotípicas muitas vezes são insuficientes para identificação inequívoca de agentes infecciosos e por isso estudos moleculares complementam muito bem o conhecimento deles. Informações moleculares auxiliam no esclarecimento de aspectos como ciclo de vida, transmissão, estrutura populacional entre outras características que são determinantes para a cadeia epidemiológica da infecção de um agente transmissível. Este é o caso dos sarcocistídeos eliminados por gambás do gênero Didelphis, parasitos morfologicamente muito similares entre si e para os quais as informações moleculares vêm trazendo importantes revelações. Aqui faz-se um compilado de trabalhos científicos cujo objetivo é mostrar o desenvolvimento de uma linha de pesquisa direcionada ao conhecimento da variabilidade genotípica de espécies do gênero Sarcocystis eliminados por gambás didelfídeos. São apresentados resultados já publicados em periódicos científicos, resultados que estão em fase de publicação e resultados inéditos, os quais o autor desta tese vem produzindo como coordenador ou em colaboração com outros pesquisadores no Brasil. Em estudos consolidados em 2013 e 2016, extensa variabilidade em genes codificadores deantígenos de superfície (SAGs) foi encontrada em esporocistos de Sarcocystis spp. recuperados de gambás didelfídeos no Brasil. Nestas amostras, um elevado número de alelos foi encontrado para cada SAG, sendo 10 variantes para SAG2, 15 para SAG3 e 11 para SAG4. No cômputo geral, dentre as cerca de 50 amostras brasileiras de esporocistos, nenhuma teve SAG2, SAG3 ou SAG4 idênticos aos seus respectivos homólogos oriundos de S. neurona e S. faleatula, formalmente descritos como tal. Nos anos de 2015 e 2016, foram realizados mais dois estudos em colaboração com pesquisadores dos estados da Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul que trouxeram contribuição para o tema. No primeiro, Sarcoeystis de uma ave de vida livre teve seu repertório de SAGs caracterizado, revelando uma combinação inédita em um parasito que produziu lesões histopatológicas e sinais clínicos de natureza neurológica. No outro, infecções experimentais de periquitos (Melopsittacus undulatus) com esporocistos eliminados por gambás do gênero Didelphis levaram à identificação de sete combinações de alelos SAG2, SAG3 e SAG4 que podem fazer parte do repertório gênico de sarcocistídeos letais para aquela espécie de ave. Em todas as amostras de aves, segmentos de loei universais também foram identificados e comparados com seus homólogos em amostras arquétipos de S. falcatula e S. neurona. Estes segmentos são frações de genes de genoma mitocondrial, genes de genoma de apicoplasto e sequências de espaçador interno transcrito 1, um segmento de DNA nuclear que faz parte do loeus ribossômico, entre as frações codificadoras das unidades ribossômicas 185 e 5.85. Pelas informações destes marcadores universais, os parasitos que infectaram aves pertenceriam todos a mesma espécie, mas seriam divergentes das espécies conhecidas por usar espécies do gênero Didelphis como hospedeiros definitivos: S. neurona, S. falcatula, S. lindsayi e S. speeri. Face aos resultadosapresentados, formula-se a seguinte questão: a extensa abundância de alelos de cada SAG seria reflexo de um extenso número de espécies de Sarcaeystis eliminados por gambás no Brasil ou seria reflexo de um número restrito de espécie, mas com cada espécie podendo rearranjar diferentes variantes de cada alelo? A discussão proposta neste documento traz uma argumentação em favor da segunda hipótese.
- Imprenta:
- Data da defesa: 30.03.2017
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ABNT
SOARES, Rodrigo Martins. Sarcocystis spp. eliminados por gambás do gênero Didelphis no Brasil: diversidade genética interpretada por um conjunto de estudos. 2016. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. . Acesso em: 11 jun. 2025. -
APA
Soares, R. M. (2016). Sarcocystis spp. eliminados por gambás do gênero Didelphis no Brasil: diversidade genética interpretada por um conjunto de estudos (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Soares RM. Sarcocystis spp. eliminados por gambás do gênero Didelphis no Brasil: diversidade genética interpretada por um conjunto de estudos. 2016 ;[citado 2025 jun. 11 ] -
Vancouver
Soares RM. Sarcocystis spp. eliminados por gambás do gênero Didelphis no Brasil: diversidade genética interpretada por um conjunto de estudos. 2016 ;[citado 2025 jun. 11 ] - Sporocysts of Sarcocystis bertrami (syn. Sarcocystis fayeri) shed by dogs: molecular analysis, morphometry and pattern of excretion
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