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Dinâmica espacial e contingências socioambientais da hanseníase no Estado do Maranhão: avaliação de riscos e vulnerabilidade em áreas hiperendêmicas (2016)

  • Authors:
  • Autor USP: RANGEL, MAURICIO EDUARDO SALGADO - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLG
  • Subjects: HANSENÍASE; DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL; GEOGRAFIA DA SAÚDE
  • Keywords: Estimador Bayesiano empírico local; Local empirical Bayesian method; Poisson distribution; Regressão múltipla espacial; Relative risk; Risco relativo; Spatial multiple regression; Spatial scan statistic; Varredura espacial
  • Language: Português
  • Abstract: A hanseníase, doença crônica estigmatizante com potencial de causar danos neurológicos, resulta da infecção pelo Mycobacterium leprae. Análises epidemiológicas atuais têm utilizado ferramentas clínicas e de análise espacial para o mapeamento dos principais focos de ocorrência de doenças e de áreas de alto risco. Analisar os municípios maranhenses quanto à distribuição dos casos de hanseníase torna-se uma ferramenta a mais na prevenção e controle da Hanseníase no estado por inúmeros fatores: comporta-se como área hiperendêmica de hanseníase; apresenta fluxo migratório intenso com outras cidades de forma interestadual; e tem grandes contrastes sociais marcados por pouca, ou nenhuma, infraestrutura básica em algumas áreas dos vários municípios deste. Objetivos: Analisar a distribuição espaço-temporal da hanseníase para o estado do Maranhão, no período de 2001 a 2013. Identificar a ocorrência de agrupamentos espaços-temporais de provável alta transmissão (risco) e verificar se há associação dessa distribuição de taxas de detecção de risco relativo (RR) da doença com as variáveis do contexto geográfico como socioeconômicas e ambientais. Metodologia: A fonte de coleta dos dados clínicos e epidemiológicos foi o Sistema de Informação Nacional de Agravos Notificáveis do Ministério da Saúde e dos dados demográficos, ambientais e bases cartográficas digitais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi adotada uma abordagem ecológica sobre tendências dos padrõesespaçostemporais de transmissibilidade, com utilização dos métodos: varredura espacial (scan), para a identificação dos agregados (clusters) de risco, considerando o modelo de distribuição de probabilidade Discreto de Poisson; Estimador Bayesiano Empírico para a suavização local de taxas, a partir de informações de municípios vizinhos tendo como estratégia de construção o critério da contiguidade; regressão múltipla espacial considerando uma modelagem com distribuição de Poisson no contexto Bayesiano, levando em conta a dependência espacial, com o propósito de avaliar a relação entre a ocorrência da variável dependente com as variáveis demográficas, socioeconômicas e ambientais. Resultados: A taxa média de detecção foi de 6,73 casos por 10.000 hab., com 53.826 casos notificados no período. O estudo revelou que a distribuição dos casos de sexo masculino (57,75%) apresentou maior proporção em relação ao feminino (42,25%), havendo predominância da doença na faixa etária >15 anos (89,87%). A alta ocorrência na classificação operacional multibacilar (60,10%) é um forte indicativo decorrente do longo período de incubação da doença somado ao não diagnóstico precoce. A análise da distribuição dos agregados espaciais identificou 14 (7 de risco alto e 7 de risco baixo) e 6 (3 de risco alto e 3 de risco baixo) agrupamentos espaciais, considerando-se 10% e 50% da população em risco, respectivamente, em áreas com taxas de detecção alta e que possuem baixa qualidade de vida. O estimadorBayesiano empírico local possibilitou gerar índices corrigidos e com menores instabilidades. A análise de regressão múltipla espacial mostrou que as variáveis índice Gini, bioma predominante cerrado/caatinga e percentual de população urbana tiveram associação positiva e significativa para explicar o risco relativo (RR) no estado do Maranhão. Conclusões: O estudo mostrou que existem aglomerados com elevado risco para transmissão da hanseníase no estado do Maranhão. A associação entre o risco relativo da hanseníase e o percentual de população urbana indica que a hipótese que associa o M. leprae e a população que vive em condições de acentuada desigualdade socioeconômica ainda é forte. Essa hiperendemicidade pode demonstrar que o crescimento da população urbana é um preditor de incidência da hanseníase, face à urbanização descontrolada e ao fluxo de migrantes advindos de diferentes espaços rurais. Foi possível identificar áreas prioritárias para implementação de programas eficazes de controle de hanseníase no estado do Maranhão.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 22.09.2016
  • Acesso à fonte
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    • ABNT

      RANGEL, Mauricio Eduardo Salgado. Dinâmica espacial e contingências socioambientais da hanseníase no Estado do Maranhão: avaliação de riscos e vulnerabilidade em áreas hiperendêmicas. 2016. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-02122016-122002/. Acesso em: 30 nov. 2023.
    • APA

      Rangel, M. E. S. (2016). Dinâmica espacial e contingências socioambientais da hanseníase no Estado do Maranhão: avaliação de riscos e vulnerabilidade em áreas hiperendêmicas (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-02122016-122002/
    • NLM

      Rangel MES. Dinâmica espacial e contingências socioambientais da hanseníase no Estado do Maranhão: avaliação de riscos e vulnerabilidade em áreas hiperendêmicas [Internet]. 2016 ;[citado 2023 nov. 30 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-02122016-122002/
    • Vancouver

      Rangel MES. Dinâmica espacial e contingências socioambientais da hanseníase no Estado do Maranhão: avaliação de riscos e vulnerabilidade em áreas hiperendêmicas [Internet]. 2016 ;[citado 2023 nov. 30 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-02122016-122002/

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