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Mecanismos envolvidos nos efeitos comportamentais e pró-neurogênicos da administração repetida do canabidiol em camundongos submetidos ao estresse crônico variável (2016)

  • Authors:
  • Autor USP: FOGAÇA, MANOELA VIAR - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RFA
  • Subjects: FÁRMACOS DE ORIGEM VEGETAL; PLANTAS MEDICINAIS; ANSIEDADE; NEURÔNIOS
  • Language: Português
  • Abstract: O estresse crónico gera alterações comportamentais e neuroplásticas, como redução da neurogênese e do remodelamento dendritico no hipocarnpo, que podem contribuir para o desenvolvimento de diversas desordens psiquiátricas, incluindo transtornos de ansiedade. Injeções repetidas de canabidiol (CBD), um canabinoide desprovido de propriedades psicotomiméticas presente na planta Cannabis saliva, atenua o efeito ansiogênico induzido pelo estresse crónico imprevisível (CUS). Esse efeito é mediado por aumento da neurogênese hipocampal, um processo que envolve diversas vias intracelulares que controlam a proliferação, migração, diferenciação, maturação e sobrevivência neuronal. Assim, investigamos se os efeitos pró-neurogênicos e/ou comportamentais induzidos pela administração repetida de CBD em camundongos submetidos ao CUS são mediados por receptores Cb1 CB2 ou 5HT1A. Além disso, avaliamos o efeito do CUS e do CBD sobre o remodelamento dendrítico e na expressão das proteinas FAAH, Akt, GSK3β, mTOR, Sinapsina Ia/b, PSD95 e mGluR1, além de proteínas envolvidas na indução da autofagia, como a LC3A, LC3B, Atg3 e Beclin-l. Também investigamos o efeito de injeções repetidas de rapamicina, um inibidor da mTOR, em animais submetidos ao CUS. Camundongos C57BL/6J foram divididos em grupos não estressados e estressados, os quais foram expostos ao protocolo do CUS durante duas semanas, sendo submetidos diariamente a diferentes estressores de forma randomizada. Uma hora após o estressor diário, os animais receberam injeções combinadas (i.p.) de veiculo, antagonista de receptores 5HT1A WAY100635 (0,05 mg/kg), antagonista de receptores CB2 AM251 (0,3 mg/kg) ou antagonista de receptores CB2 AM630 (0,3 mg/kg), seguida de veiculo ou CBD (30 mg/kg). De forma semelhante, animais expostos ao CUS receberam injeções de veiculo ou rapamicina (5, 10 e 20 mg/kg). No 14° dia os animais foram testadosno Labirinto em Cruz Elevado (LCE) e, no 15°, foram submetidos ao teste da Supressão da Alimentação pela Novidade (NSF). Logo em seguida, foram sacrificados e os respectivos encéfalos retirados para a realização de técnicas imunohistológicas, Western Blot ou Golgi. Os resultados foram avaliados pelo teste t-Student ou ANOVA de uma ou duas vias, seguida por teste de Duncan. Os camundongos submetidos ao CUS apresentaram uma diminuição da exploração dos braços abertos do LCE e maior latência para consumo de comida no NSF, efeitos do tipo ansiogênicos. Esses animais também tiveram diminuição na neurogênese hipocampal, no remodelamento dendritico e na expressão de LC3B e $inapsina Ia/b, bem como aumento da expressão da p-mTOR. Estas respostas foram prevenidas pro meio do tratamento crônico com CBD. Além disso, o CBD per se diminuiu a expressão da FAAH e aumentou a expressão de Beclin-1, p-GSK3,B e PSD95 em animais submetidos ao CUS. O efeito anti-estresse do CBD foi atenuado pelo pré-tratamento com AM251 e AM630, mas não WAY 100635, nos modelos comportamentais testados. Na neurogênese, os antagonistas atenuaram o efeito do CBD de forma distinta nos diferentes estágios analisados, indicando um papel diferencial para os receptores CB1 e CB2. Além disso, esse papel diferencial também foi observado para as proteinas intracelulares, uma vez que somente o AM251 atenuou os efeitos do CBD sobre a autofagia. Em contrapartida, o AM630, mas não o AM251, atenuou o efeito da droga sobre a GSK30. O tratamento com rapamicina (20 mg/kg) preveniu os efeitos ansiogênicos do estresse no LCE. Estes resultados sugerem que o CBD atenua os efeitos comportamentais do CUS por meio da ativação de receptores CB1 e CB2, os quais podem recrutar de forma complexa e distinta vias intracelulares envolvidas na neurogênese, autofagia e remodelamento dendritico
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 17.02.2016

  • How to cite
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    • ABNT

      FOGAÇA, Manoela Viar. Mecanismos envolvidos nos efeitos comportamentais e pró-neurogênicos da administração repetida do canabidiol em camundongos submetidos ao estresse crônico variável. 2016. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016. . Acesso em: 04 out. 2024.
    • APA

      Fogaça, M. V. (2016). Mecanismos envolvidos nos efeitos comportamentais e pró-neurogênicos da administração repetida do canabidiol em camundongos submetidos ao estresse crônico variável (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Fogaça MV. Mecanismos envolvidos nos efeitos comportamentais e pró-neurogênicos da administração repetida do canabidiol em camundongos submetidos ao estresse crônico variável. 2016 ;[citado 2024 out. 04 ]
    • Vancouver

      Fogaça MV. Mecanismos envolvidos nos efeitos comportamentais e pró-neurogênicos da administração repetida do canabidiol em camundongos submetidos ao estresse crônico variável. 2016 ;[citado 2024 out. 04 ]


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