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Vivência de homens autores de violência contra a mulher em Grupo Reflexivo: memórias e significados presentes (2015)

  • Authors:
  • Autor USP: MISTURA, TALES FURTADO - FSP
  • Unidade: FSP
  • DOI: 10.11606/D.6.2015.tde-17092015-090601
  • Subjects: GÊNEROS (GRUPOS SOCIAIS); HOMENS; VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER; MASCULINIDADE; RELAÇÕES CONJUGAIS; PESQUISA QUALITATIVA
  • Keywords: Homens Autores de Violência; Lei Maria da Penha
  • Language: Português
  • Abstract: Introdução: A violência contra a mulher tem se apresentado como relevante problema social e de saúde pública, ganhando expressão global na sociedade contemporânea que aponta para sua complexidade e desafios. No Brasil, a promulgação da Lei Maria da Penha (11.340/2006) representa conquista do movimento das mulheres e avanço na busca de tratamento da questão. Dentre os desafios à implementação da Lei a participação em Grupos Reflexivos tem se apresentado, a título de experiência, como estratégia de encaminhamento jurídico aos homens denunciados como autores de violência, que optam voluntariamente pela participação nos mesmos como indicativo de possível atenuação da pena caso, como réu, seja condenado. Objetivo: Em termos gerais, o presente trabalho se propõe a refletir sobre as contribuições relatadas pelos sujeitos da pesquisa à participação dos mesmos em um Grupo Reflexivo e os significados atribuídos pelos mesmos à essa vivência para suas relações afetivo-conjugais e desconstrução de estereótipos de gênero. Método: A pesquisa foi de natureza qualitativa, na perspectiva da historia oral do tipo temática. Foram realizadas entrevistas em profundidade, mediante roteiro temático, com sete homens denunciados pela Lei Maria da Penha, que participaram de Grupo Reflexivo realizado na cidade de São Paulo.As falas foram transcritas e interpretadas à luz da literatura sobre violência, gênero e masculinidades, buscando-se uma aproximação à denominada análise de discursos, que contempla a ideia do lugar social de onde se fala. Resultados e Discussão: Na chegada ao grupo os homens relatam sentimento de estranhamento e não pertencimento por não se identificarem como autores de violência, pela conotação social atribuída a tal expressão: a de agressores ou criminosos. Pela característica aberta e de fluxo contínuo do Grupo Reflexivo, que leva a um acolhimento de discursos diferenciados por parte de todos os membros do grupo, e não somente dos coordenadores/ facilitadores, a partir do segundo encontro nossos entrevistados passam a identificá-lo como rico espaço de interlocução e a atribuir sentido às suas participações no mesmo. Foram identificadas mudanças em relação às suas concepções acerca da violência contra a mulher, inicialmente atribuída somente a agressões físicas graves, assim como novos posicionamentos frente aos conflitos afetivo-conjugais e de gênero. Antes naturalizados, tais conflitos passaram a ser entendidos como marcadores da ocorrência de violência em potencial e risco de denúncia. Daí todos os homens investigados, independentemente de sua categoria sócio-profissional e nível de escolaridade, mencionarem como grande contribuição da participação no grupo a identificação de estratégias pessoais para se prevenirem dessa ordem de conflitos com as mesmas ou com novas companheiras. Nessas estratégias delineia-se, em seus discursos, a busca de flexibilização e (re)significação dos relacionamentos.Considerações Finais: A presente pesquisa permite evidenciar a grande contribuição que os grupos reflexivos podem propiciar à desconstrução dos estereótipos de gênero e da masculinidade hegemônica, em nossa sociedade, por possibilitar aos homens novo entendimento acerca do significado La Lei Maria da Penha e da sua importância no combate a prática da violência contra as mulheres. Para maior alcance social e jurídico de tais grupos é sugerido o aprofundamento de alguns temas identificados como cruciais e destacada a relevância de que tais grupos possuam lugar definido na aplicação da Lei e estejam oficialmente inscritos na política pública de combate à violência contra a mulher.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 27.04.2015
  • Acesso à fonteDOI
    Informações sobre o DOI: 10.11606/D.6.2015.tde-17092015-090601 (Fonte: oaDOI API)
    • Este periódico é de acesso aberto
    • Este artigo é de acesso aberto
    • URL de acesso aberto
    • Cor do Acesso Aberto: gold
    • Licença: cc-by-nc-sa

    How to cite
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    • ABNT

      MISTURA, Tales Furtado. Vivência de homens autores de violência contra a mulher em Grupo Reflexivo: memórias e significados presentes. 2015. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.11606/D.6.2015.tde-17092015-090601. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Mistura, T. F. (2015). Vivência de homens autores de violência contra a mulher em Grupo Reflexivo: memórias e significados presentes (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://doi.org/10.11606/D.6.2015.tde-17092015-090601
    • NLM

      Mistura TF. Vivência de homens autores de violência contra a mulher em Grupo Reflexivo: memórias e significados presentes [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: https://doi.org/10.11606/D.6.2015.tde-17092015-090601
    • Vancouver

      Mistura TF. Vivência de homens autores de violência contra a mulher em Grupo Reflexivo: memórias e significados presentes [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: https://doi.org/10.11606/D.6.2015.tde-17092015-090601

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