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Tropomiosinas de barata e camarão desencadeiam reatividade cruzada IgE em pacientes com asma e induzem aspectos da asma humana em modelo experimental (2015)

  • Authors:
  • Autor USP: MARTINS, THALITA FREITAS - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RCM
  • Subjects: ASMA; HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR; ALÉRGENOS
  • Language: Português
  • Abstract: Tropomiosina é um pan-alérgeno em invertebrados, incluindo baratas, ácaros, camarão e outros crustáceos, e parasitas como Ascaris lumbricoides. Os objetivos do presente trabalho foram avaliar o papel de tropomiosinas de barata e camarão na reatividade cruzada IgE em pacientes com asma e verificar os aspectos da asma humana em modelo experimental de asma. Foram selecionados 34 pacientes adultos com asma e/ou rinite com testes cutâneos positivos para camarão; 7 indivíduos não-asmáticos, não-alérgicos participaram como controles. Anticorpos IgE para tropomiosinas de barata e camarão foram quantificados por ELISA quimérico, ImmunoCAP e ImmunoCAP-ISAC. Testes de provocação oral com camarão foram realizados em pacientes sensibilizados a camarão que nunca ingeriram o alimento. Modelo experimental de asma foi desenvolvido. Camundongos BALB/c foram sensibilizados por via intraperitoneal com 50 ug de tropomiosina recombinante de barata (rPer a 7) ou tropomiosina natural de camarão (nLit v 1), e desafiados com 50 ug de rPer a 7 ou nLit v 1 por via intranasal. Vinte e quatro horas após o último desafio, foi avaliada a hiperresponsividade brônquica (FlexiVent®), e obtidos lavado broncoalveolar (LBA) e tecido pulmonar. O efeito da imunoterapia sublingual com rPer a 7 em parâmetros imunológicos e funcionais foi avaliado. Dentre os 34 pacientes com testes cutâneos positivos para camarão, 33 tinham IgE detectável para camarão. Vinte e sete (79,4%) apresentaram IgE para tropomiosina de camarão por ELISA (média geométrica MG=22,7 UI/ml), e 26 (76,5%) tinham IgE detectável para tropomiosina de camarão Pen a 1 por ImmunoCAP (MG=9,4 kUA/L). Houve uma correlação significante entre IgE para tropomiosina de camarão por ELISA e ImmunoCAP (r=0,94, p<0,001). IgE para tropomiosina de barata foi detectada em 27/34 pacientes (79,4%, MG=45,8 UI/mL), e houve forte correlação entre IgE para tropomiosinas de camarãoe barata (r=0,92, p<0,001). Quatro pacientes com testes cutâneos e IgE positivos para camarão que nunca haviam consumido o alimento realizaram teste de provocação oral, e 3 pacientes apresentaram sintomas após o consumo de camarão, incluindo uma reação alérgica sistêmica grave. No modelo experimental, animais sensibilizados e desafiados com rPer a 7 ou nLit v 1 apresentaram aumento no número total de células, com aumento de macrófagos e eosinófilos no LBA; aumento em IgE para rPer a 7 ou nLit v 1; aumento de IL-4, IL-5, IL-13 e hiperresponsividade brônquica. Os animais sensibilizados e desafiados com rPer a 7 apresentaram infiltrado de células inflamatórias, hiperplasia de células caliciformes e aumento de fibras colágenas em bronquíolos. A imunoterapia sublingual com rPer a 7 reduziu células totais, com diminuição de macrófagos, eosinófilos e linfócitos, e causou diminuição de IL-5 e IL-13 no LBA, entretanto não causou alteração nas demais citocinas, IgE específica ou hiperresponsividade brônquica. Nenhuma alteração imunológica ou funcional foi observada no grupo sensibilizado com rPer a 7 e desafiado com nLit v1. Em conclusão, pacientes alérgicos apresentaram forte reatividade cruzada IgE imunológica entre tropomiosinas de camarão e barata, que teve relevância clínica, causando o aparecimento de sintomas com a ingestão de camarão, incluindo uma reação alérgica sistêmica grave. O modelo de asma experimental com tropomiosinas de barata e camarão mimetizou as principais características presentes na asma humana associada a resposta Th2. A imunoterapia sublingual com a rPer a 7 diminuiu eosinofilia pulmonar, IL-5 e IL-13, mas não resultou em melhora da hiperresponsividade brônquica, sugerindo que protocolos alternativos de tratamento a longo prazo são necessários. Apesar das tropomiosinas de camarão e barata apresentarem elevada identidade de sequência de aminoácicidos, ecausarem reatividade cruzada em pacientes, animais sensibilizados com rPer a 7 e desafiados com nLit v 1 não apresentaram reatividade cruzada IgE
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 27.04.2015

  • How to cite
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    • ABNT

      MARTINS, Thalita Freitas. Tropomiosinas de barata e camarão desencadeiam reatividade cruzada IgE em pacientes com asma e induzem aspectos da asma humana em modelo experimental. 2015. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. . Acesso em: 24 abr. 2025.
    • APA

      Martins, T. F. (2015). Tropomiosinas de barata e camarão desencadeiam reatividade cruzada IgE em pacientes com asma e induzem aspectos da asma humana em modelo experimental (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Martins TF. Tropomiosinas de barata e camarão desencadeiam reatividade cruzada IgE em pacientes com asma e induzem aspectos da asma humana em modelo experimental. 2015 ;[citado 2025 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Martins TF. Tropomiosinas de barata e camarão desencadeiam reatividade cruzada IgE em pacientes com asma e induzem aspectos da asma humana em modelo experimental. 2015 ;[citado 2025 abr. 24 ]


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