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O transcriptoma de sangue periférico e a caracterização de propriedades químico-estruturais e funcionais de imunoglobulina G em diferentes desfechos clínicos relacionados à infecção por Leishmania infantum chagasi (2015)

  • Authors:
  • Autor USP: GARDINASSI, LUIZ GUSTAVO ARAUJO - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RBI
  • Subjects: LEISHMANIOSE VISCERAL; INFECÇÕES POR PROTOZOÁRIOS (TRATAMENTO); EXPRESSÃO GÊNICA
  • Language: Português
  • Abstract: A leishmaniose visceral (LV), uma doença endêmica no Brasil, é altamente fatal se não for tratada; no entanto, a maioria das infecções humanas com o agente etiológicos Leishmania infantum chagasi, são assintomáticas. Diversos estudos têm contribuído para o entendimento da resposta induzida pela infecção durante a doença ativa em humanos, porém ainda existe uma grande lacuna sobre o conhecimento de mecanismos moleculares que contribuam para patogênese ou proteção ao desenvolvimento de sintomas após infecção. Diante destes fatos, investigamos os padrões de expressão gênica no sangue periférico; e caracterizamos propriedades de imunoglobulina G, afetadas em nível pós-traducional, de pacientes com LV, pacientes que receberam terapia, indivíduos assintomáticos e controles. Nossos dados demonstram que pacientes com LV possuem um perfil transcricional distinto dos outros grupos de estudo, o qual está associado com aumento em atividades do ciclo celular e ativação e proliferação de linfócitos T; os padrões de expressão gênica de pacientes com LV ainda estão associados negativamente com diversas assinaturas transcricionais relacionadas a células e vias funcionais da imunidade inata, como vias associadas à migração e adesão celular de células mielóides. Pacientes tratados possuem perfis transcricionais mistos, compartilhando diversas características com pacientes não tratados ou indivíduos saudáveis. Indivíduos incluídos nesse grupo apresentam regulação positiva do ciclo celular e proliferação de linfócitos T, assim como atividade transcricional relacionada a funções da resposta imune inata. Surpreendentemente, pacientes tratados também apresentam uma associação positiva com transcritos relativos as células B, muitos dos quais estão associados negativamente com pacientes com doença ativa. Em contraste a pacientes com LV, indivíduos assintomáticos ou não infectados possuem um padrão de expressãogênica muito similar, com regulações positivas de assinaturas transcricionais de células de origem mielóide e regulação do crescimento celular. Entretanto, indivíduos assintomáticos possuem peculiaridades sutis, como transcritos associados a resposta por interferon do tipo I ou migração e adesão celular, indicando uma regulação eficiente da resposta imune de maneira geral está associada à proteção. Também utilizamos estratégias de investigação em larga escala para entender a resposta mediada por anticorpos, moléculas com papel indefinido em relação a desfechos clínicos distintos em infecções por Leishmania. Para isso, caracterizamos propriedades de IgG que só podem ser avaliadas em nível pós-traducional e que afetam suas funções efetoras e reguladoras da resposta imune. Demonstramos que, comparados a indivíduos assintomáticos e controles, pacientes com LV possuem alterações significativas nos padrões de N-glicosilação da região Fc de IgG ao nível de subclasses. Este grupo de indivíduos apresenta diminuições significativas nos níveis de galactosilação, sialilação, N-acetilglucosamina de bissecção e aumento na fucosilação de IgG presente em amostras de soro. Alterações da N-glicosilação da região Fc de IgG em conjunto com outros mediadores séricos, como citocinas e proteína C reativa, são associadas significativamente com severidade da doença. De importância, observamos que os padrões de N-glicosilação da região Fc mudam com tratamento. Ainda, investigamos a reatividade, avidez e especificidade de IgG a antígenos solúveis ou antígenos de membrana de Leishmania infantum chagasi; verificamos que pacientes produzem níveis elevados de IgG específica para ambas as preparações, porém que diferem ao nível das subclasses IgG2, IgG3 e IgG4. Já indivíduos assintomáticos produzem níveis intermediários de IgG específica para ambas as preparações,porém também diferem ao nível de todas as subclasses de IgG. Tanto IgG derivada de pacientes, assim como de indivíduos assintomáticos apresentam avidez variada conforme a preparação antigênica, mas diferem no reconhecimento de proteínas de membrana. Desta forma, concluímos que pacientes com leishmaniose visceral apresentam uma disfunção em diversos compartimentos da resposta imune, que são refletidos a nível transcricional assim como em modificações da estrutura e potencialmente função de imunoglobulina G; ainda verificamos que o tratamento é capaz de modular diversos processos biológicos direcionando-os a favor de padrões associados à proteção contra doença
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 08.04.2015

  • How to cite
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    • ABNT

      GARDINASSI, Luiz Gustavo Araujo. O transcriptoma de sangue periférico e a caracterização de propriedades químico-estruturais e funcionais de imunoglobulina G em diferentes desfechos clínicos relacionados à infecção por Leishmania infantum chagasi. 2015. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. . Acesso em: 06 out. 2024.
    • APA

      Gardinassi, L. G. A. (2015). O transcriptoma de sangue periférico e a caracterização de propriedades químico-estruturais e funcionais de imunoglobulina G em diferentes desfechos clínicos relacionados à infecção por Leishmania infantum chagasi (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Gardinassi LGA. O transcriptoma de sangue periférico e a caracterização de propriedades químico-estruturais e funcionais de imunoglobulina G em diferentes desfechos clínicos relacionados à infecção por Leishmania infantum chagasi. 2015 ;[citado 2024 out. 06 ]
    • Vancouver

      Gardinassi LGA. O transcriptoma de sangue periférico e a caracterização de propriedades químico-estruturais e funcionais de imunoglobulina G em diferentes desfechos clínicos relacionados à infecção por Leishmania infantum chagasi. 2015 ;[citado 2024 out. 06 ]


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