Estereologia dos componentes fibro-elásticos das artérias, basilar e cerebral média, de ratos expostos ao tabagismo passivo (2014)
- Authors:
- Autor USP: CARVALHO, CESAR ALEXANDRE FABREGA - ICB
- Unidade: ICB
- Subjects: ANATOMIA; TABAGISMO; RATOS; ARTÉRIAS; DOENÇAS VASCULARES EM ANIMAL
- Language: Português
- Abstract: Introdução: As doenças vasculares encefálicas (DVEs) estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade. O tabagismo ativo é um dos principais fatores para esta condição. Na fumaça do cigarro, contém aproximadamente 4720 substâncias tóxicas, sendo a nicotina, o alcatrão e os hidrocarbonetos aromáticos os principais componentes químicos, responsáveis pelos efeitos prejudiciais à saúde vascular. A nicotina provoca a tabaco-dependência, a vasoconstrição e a hipertensão. Os hidrocarbonetos aromáticos e o alcatrão são as toxinas carcinogênicas. Tem-se que a inalação passiva da fumaça do cigarro também pode provocar alterações orgânicas, dentre as elas, as DVEs, tal como no tabagismo ativo. As artérias, basilar (AB) e a cerebral média (ACM) são os vasos mais susceptíveis a esta condição. A degradação dos componentes fibro-elásticos da parede destes vasos, no tabagismo, tem sido apontada como precursora das dilatações (aneurismas) e rupturas. A inflamação vascular, provocada pela fumaça do cigarro, sugere o aumento das citocinas, dos leucócitos e das metaloproteinases, as quais poderiam estar associadas à referida degradação da parede vascular. Apesar disto, a relação do tabagismo passivo com as alterações nas artérias cerebrais ainda não está clara. Objetivos: Este trabalho teve como objetivo geral realizar um estudo morfoquantitativo dos componentes fibro-elásticos das artérias basilares e cerebrais média de ratos expostos passiva e cronicamente à fumaça do cigarro. Especificamente, avaliou-se a densidade de fibras de colágeno I e III na túnica adventícia e a espessura da lamela elástica interna das artérias cerebraisMétodos: Os encéfalos utilizados no presente estudo foram dissecados de animais oriundos de um experimento aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Jundiaí em 2011, obedecendo às orientações do CONCEA sobre o aproveitamento máximo dos tecidos de animais em pesquisa (protocolo nº 130/2011). Ratos machos (Rattus norvergicus) com 6 semanas, pesando em média 200 gramas, foram divididos nos grupos, controle (GC, n=10) e tabagista (GT, n=10). Os animais do GT foram expostos diariamente e por um período de 90 dias à fumaça de 20 cigarros (Alto teor – alcatrão:10mg; nicotina: 0,8mg; monóxido de carbono: 10mg). Findo o período experimental, os animais de ambos os grupos foram sacrificados com overdose de anestésico. Os encéfalos foram dissecados, embebidos em Tissue-tek® e congelados, cortados em criostato Leica® (CM1510S), colocados em lâminas silanizadas, corados com Picrossirius Red e Verhoeff. Os cortes foram analisados e digitalizados no Microscópio Motic BS210. Os cálculos estereológicos foram realizados através do programa Motic Images Plus® 2.0. Os valores obtidos foram tratados estatisticamente no programa BioStat 5.0Resultados: A densidade de colágeno I (Vv/μm²) na adventícia das AB’s e ACM’s dos ratos do GT diminuiu significativamente quando comparada ao GC (AB- GT=0.844±0.09/ GC=0.593±0.08-P<0,01 e ACM- GC=0.603±0.09/ GT=0.374±0.12-P<0,05). Já a densidade de colágeno III aumentou no GT (AB- GT=0.155±0.11 / GC=0.406±0.08- P<0,01 e GC=0.387±0.08 / GT=0.625±0.12- P<0,01). Quando comparadas a relação das densidades entre os colágenos I e III da AB no GT e no GC prevaleceu o predomínio do I em relação ao III, apesar da diminuição significativa do I no GT (GT=0.593±0.08 / 0.406±0.08 - P<0,01), (GC= 0.844±0.09 / 0.155±0.11-P<0,01). Entretanto, essa relação mostrou-se inversa na ACM do GT, com prevalência significativa do colágeno tipo III em relação ao tipo I (GT=0.374±0.12/ 0.625±0.12- P<0,05). No GC a relação também foi significativa, mas prevalecendo o predomínio do colágeno I (GC= 0.603±0.09 / 0.387±0.08 - P<0,05). A espessura da lamela elástica interna (μm) das AB’s e ACM’s dos ratos do GT diminuiu significativamente em relação ao GC (ABGC= 0.03±0.01/GT=0.01±0.00 - P<0,05 e ACM- GC= 0,021±0,004/ GT=0,010±0,002 - P<0,05). Conclusão: Apesar das diferenças morfológicas existentes na artéria basilar em relação às artérias cerebrais, diante da exposição da fumaça de cigarro em ratos, é possível inferir que o tabagismo passivo atue na degeneração das fibras elásticas e do colágeno. Entretanto, o mecanismo de ação ainda não está claro na literatura. Presume-se que um processo inflamatório iniciado no endotélio, pela ação da nicotina, poderia explicar tal degradação. Todavia, independente do fator determinante tem-se que a exemplo do tabagismo ativo, o passivo também provoca alterações estruturais nas artérias do encéfalo, podendo estas culminar em um vaso consideravelmente mais frágil e susceptível a dilatações e/ou rupturas
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- Título: Resumos
- Conference titles: Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE)
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ABNT
ROBELLO, E. C. et al. Estereologia dos componentes fibro-elásticos das artérias, basilar e cerebral média, de ratos expostos ao tabagismo passivo. 2014, Anais.. Caxambu: FeSBE, 2014. . Acesso em: 03 out. 2024. -
APA
Robello, E. C., Balestra, L., Lyra, A. C., Morais, M. P., Barros, A. V. C., Gatto, L., et al. (2014). Estereologia dos componentes fibro-elásticos das artérias, basilar e cerebral média, de ratos expostos ao tabagismo passivo. In Resumos. Caxambu: FeSBE. -
NLM
Robello EC, Balestra L, Lyra AC, Morais MP, Barros AVC, Gatto L, Silva RE, Camposilvan F, Carvalho CAF. Estereologia dos componentes fibro-elásticos das artérias, basilar e cerebral média, de ratos expostos ao tabagismo passivo. Resumos. 2014 ;[citado 2024 out. 03 ] -
Vancouver
Robello EC, Balestra L, Lyra AC, Morais MP, Barros AVC, Gatto L, Silva RE, Camposilvan F, Carvalho CAF. Estereologia dos componentes fibro-elásticos das artérias, basilar e cerebral média, de ratos expostos ao tabagismo passivo. Resumos. 2014 ;[citado 2024 out. 03 ] - Morphometric and ultrastructure features of the ventral prostate of rats (Rattus norvegicus) submitted to long-term nicotine treatment
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