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Caracterização de anormalidades citogenéticas e moleculares em 221 pacientes com Leucemia Mieloide Aguda de novo (2011)

  • Authors:
  • Autor USP: BENÍCIO, MARIANA TEREZA DE LIRA - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RBI
  • Subjects: LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA; PROGNÓSTICO; BIOMARCADORES
  • Language: Português
  • Abstract: Resultados atuais referentes ao tratamento da LMA em países desenvolvidos revelam que a estimativa de sobrevida global (SG) em cinco anos é em torno de 40-50%. Em contraste, os escassos trabalhos relacionados ao desfecho de pacientes com LMA em países em desenvolvimento relatam que a SG gira em torno de 17-20%, apesar do excesso relativo de casos de leucemia promielocítica aguda, que está associada a prognóstico favorável. Além disso, os estudos elaborados em países em desenvolvimento não têm levado em consideração os marcadores moleculares recentemente descritas, tais como mutações nos genes NPM1 e MLL, além dos níveis de expressão do gene BAALC, considerados relevantes para o prognóstico. O presente estudo objetivou avaliar a prevalência de achados citogenéticos, mutações no gene NPM1, FLT3-lTD, MLL-PTD e níveis de expressão do gene BAALC, bem como seu impacto sobre o desfecho de pacientes diagnosticados com LMA de novo. Duzentos e vinte e um pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP ou no Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Minas Gerais. A idade mediana foi 42 anos (15-65) e 101 indivíduos eram do sexo masculino (45%). Os pacientes foram tratados com quimioterapia convencional, consistindo em daunorrubicina (60mg/'M POT. 2'/d por 3 dias) e citarabina (200mg/'M POT. 2'/d por 7 dias) como indução, seguida por dois ou três ciclos de consolidação (superiores a 1g/'M POT. 2'/d). As seguintes variáveis foram analisadas: idade, sexo, contagens de leucócitos, cariótipo, mutações no NPM1, FLT3-lTD, MLL-PTD e os níveis de expressão do gene BAALC. Amostras de medula óssea ao diagnóstico foram cariotipadas por bandamento-G, entre as quais 196 foram bem-sucedidas e, juntamente com os achados moleculares, possibilitaram a estratificação dos pacientes em grupos de acordo com o prognóstico, como proposto peloEuropean LeukemiaNet: favorável (n=82), intermediário (n=97) e adverso (n=20). Mutações no NPM1 foram detectadas por sequenciamento direto de produtos de PCR. FLT3-lTD e MLL-PTD foram detectadas por PCR e RQ-PCR, respectivamente. Os níveis de expressão do gene BAALC foram avaliados por RQPCR, de acordo com o método Ct comparativo, e os pacientes foram dicotomizados em grupos de hipo- e hiperexpressão do BAALC em função da mediana. A estimativa de SG em cinco anos para todos os pacientes foi de 18% (S.D.: + 3.0%). A SG relativa aos grupos genéticos foi de 40,6; 15,6 e 13,2 meses para os grupos favorável, intermediário e adverso, respectivamente (p=0,009). Segundo a análise univariada, as seguintes variáveis foram significativas: idade (p=0,01), grupo de risco genético (p=0,009) e a presença das mutações FLT3-lTD (p=0,04) e ML-PTD (p=0,002). Pacientes diagnosticados com idade>45 anos apresentaram menor SG quando comparados aos diagnosticados com idade ‘< OU =’ 45 anos: 18,4 meses (IC95%: 11 - 25,7) versus 30,6 meses (IC95%: 22,3 - 38,8); p=0,01. Pacientes FLT3-lTD+ apresentaram SG média de apenas 12,4 meses (IC95%: 7,1 - 17,7) em comparação com 27 meses (IC95%: 20,2 - 33,8) para os pacientes FLT3-lTD-. FLT3-lTD foram associadas com NPM1mut (duas vezes mais frequentes em NPM1mut do que em NPM1wt, p=0,02) e maior percentual de blastos na medula óssea. Pacientes MLL-PTD+, por sua vez, apresentaram SG média de 3,8 meses (IC95%: 0,4 - 7,3) em comparação com 31,4 meses (IC95%: 23,8 - 39) dos pacientes MLL-PTD-. Na análise multivariada, grupo genético, idade ao diagnóstico e mutações MLL-PTD foram associadas à SG, sendo esta última variável um fator prognóstico independente. Considerando-se apenas os pacientes de cariótipo normal (n=77), FLT3-lTD foram associadas com maior percentual de blastos na medula óssea (p=0,02) e hiperexpressão do BAALC (p=0,05). Ainda nessegrupo, mutações no NPM1 foram significativamente associadas com maior SG (média: 34 meses, IC95%: 17,4 - 50,7 vs. 10,8 meses, lC95%: 7,3 - 14,3; p=0,03). A hiperexpressão do BAALC não foi preditiva de menor SG, contrariando achados prévios. Esses resultados provêem uma importante caracterização de pacientes brasileiros com LMA, sugerindo que a frequência de alterações citogenéticas e mutações FLT3-lTD e MLL-PTD são semelhantes às encontradas em países desenvolvidos, enquanto mutações no gene NPM1 (16,6%) são menos frequentes. De especial relevância foi o pior desfecho desses pacientes em relação aos relatados nos Estados Unidos e na Europa, chamando a atenção para a necessidade urgente de iniciativas colaborativas multicêntricas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 22.06.2011

  • How to cite
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    • ABNT

      BENÍCIO, Mariana Tereza de Lira. Caracterização de anormalidades citogenéticas e moleculares em 221 pacientes com Leucemia Mieloide Aguda de novo. 2011. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Benício, M. T. de L. (2011). Caracterização de anormalidades citogenéticas e moleculares em 221 pacientes com Leucemia Mieloide Aguda de novo (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Benício MT de L. Caracterização de anormalidades citogenéticas e moleculares em 221 pacientes com Leucemia Mieloide Aguda de novo. 2011 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Benício MT de L. Caracterização de anormalidades citogenéticas e moleculares em 221 pacientes com Leucemia Mieloide Aguda de novo. 2011 ;[citado 2024 abr. 24 ]

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