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Transplante haploidêntico de células-tronco hematopoéticas sem depleção ex vivo de células T para o tratamento de leucemia mielóide aguda: estudo piloto (2010)

  • Authors:
  • Autor USP: BARROS, GEORGE MAURÍCIO NAVARRO - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RCM
  • Subjects: TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA; LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
  • Language: Português
  • Abstract: O transplante de medula óssea (TMO) alogênico é a única opção terapêutica curativo para pacientes com leucemia mielóide aguda (LMA) de alto risco. Para estes casos, o protocolo seqüencial alemão descrito por Schmid et al (2005) constitui-se em uma opção viável e segura Entretanto, enquanto somente 30% dos pacientes terão doadores familiares compatíveis, mais de 95% terão doadores haploidênticos na família, tornando esta uma alternativa rápida como fonte de células-tronco hematopoéticas (CTH). A utilização de doadores haploidênticos, porém, tem elevado risco de produzir falha de enxertia e de doença do enxerto contra hospedeiro (DECH). A depleção de linfócitos T in vitro tem sido utilizada para possibilitar o uso de CTH haploidênticas em diferentes centros no exterior. Outra opção são os regimes de condicionamento contendo ciclofosfamida pós-infusão de CTH para eliminar os linfócitos T alo-reativos do doador e do receptor, facilitando a pega e reduzindo a intensidade da DECH. O objetivo principal deste estudo foi o de avaliar se poderia ser estabelecido um quimerismo hematopoético misto ou completo usando CTH de doador haploidêntico familiar em transplante alogênico de medula óssea. Para tal, foi utilizado o protocolo seqüencial alemão modificado (substituição da amsacrina pelo mitoxantrone, e da irradiação corporal total pelo bussulfano via oral), combinado à ciclofosfamida nos dias+3 e +4 pós-infusão de CTH conforme descrito por O`Donnell et al (2002). Foram transplantados 7 pacientes, sendo 5 homens e 2 mulheres, com idade de 6 a 41 anos (mediana= 20 anos) e com diagnóstico de LMA secundária/de novo. A situação da doença ao TMO foi de 3 recaídas (n°1, n°2 e n°4), 2 refratariedades (n°3 e n°5) e 2 segundas remissões (n°6 e n°7). O tempo de acompanhamento pósTMO variou de 17 a 540 dias. Seis pacientes enxertaram neutrófilos no período que varioude 14 a 19 dias pós-TMO (mediana= dia+l5). O paciente n°3 faleceu precocemente no dia+l7 antes da enxertia. Cinco pacientes enxertaram plaquetas no período mínimo de 14 e máximo de 45 dias pósTMO (mediana= dia+28). O paciente n°4 faleceu antes da enxertia de plaquetas. DECH aguda ocorreu em 3/6 pacientes, sendo grau IV de trato gastrointestinal, pele e ligado no paciente n°1 e grau I de pele nos pacientes n°6 e 7. DECH crônica ocorreu em 2/4 pacientes avaliáveis, sendo grave de pele e fígado e refratária aos imunossupressores no paciente n°1, e moderada em pulmão no paciente n°ó. Infecção fúngica ocorreu em 5/7 pacientes, sendo 4 casos (n°1, 4, 5 e 6) de pneumonia fúngica possivel (classificação da MSG/IFICG/EORTC - 2003) e 1 caso de tinea pedis/candidiase cutanea (n°7). Infecção por CMV ocorreu 2/6 pacientes (n°1 e 7), e houve também 1 caso de citomegalovirose (n°5) e 1 caso de cistite hemorrágica (n°6). Recaídas ocorreram em 2 pacientes (n°2 e 4). A sobrevida livre de leucemia variou do dia+34 ao dia +540 e a sobrevida global variou do dia+17 ao dia+540 (mediana= 153 dias). Mortalidade antes dos 100 dias ocorreu em 2/7, que faleceram por hemorragia alveolar difusa maciça no dia+17 (n°3) e por complicações relacionadas a recaída (n°4). E a mortalidade após 100 dias ocorreu em 3/5 pacientes que morreram por choque séptico (n°1), por recaída (n°2) e por aspergilose em SNC e citomegalovirose disseminada (n°5). Os pacientes n°6 e 7 permanecem em remissão e com quimerismo completo no dia+140 e dia+254 pós-TMO, respectivamente. Estes casos demonstram que é possível suplantar a barreira do HLA mesmo sem a eliminação ex vivo de linfócitos T. A recaída e as complicações infecciosas continuarão a ser os maiores desafios ao tratamento, por isso a necessidade de uma seleção adequada dos pacientes. Este protocolo inédito constitui uma alternativa terapêuticaviável para a realidade brasileira
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 01.06.2010

  • How to cite
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    • ABNT

      BARROS, George Maurício Navarro. Transplante haploidêntico de células-tronco hematopoéticas sem depleção ex vivo de células T para o tratamento de leucemia mielóide aguda: estudo piloto. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2010. . Acesso em: 25 abr. 2025.
    • APA

      Barros, G. M. N. (2010). Transplante haploidêntico de células-tronco hematopoéticas sem depleção ex vivo de células T para o tratamento de leucemia mielóide aguda: estudo piloto (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Barros GMN. Transplante haploidêntico de células-tronco hematopoéticas sem depleção ex vivo de células T para o tratamento de leucemia mielóide aguda: estudo piloto. 2010 ;[citado 2025 abr. 25 ]
    • Vancouver

      Barros GMN. Transplante haploidêntico de células-tronco hematopoéticas sem depleção ex vivo de células T para o tratamento de leucemia mielóide aguda: estudo piloto. 2010 ;[citado 2025 abr. 25 ]

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