Estudo de aspectos profissionais e psicossociais no trabalho e a depressão em enfermeiros atuantes em ambiente hospitalar (2010)
- Authors:
- Autor USP: MANETTI, MARCELA LUÍSA - EERP
- Unidade: EERP
- Sigla do Departamento: ERG
- Subjects: DEPRESSÃO; DOENÇAS OCUPACIONAIS; HOSPITAIS
- Language: Português
- Abstract: O trabalho em Enfermagem tem sido objeto de inúmeras pesquisas, sobretudo pela possibilidade de adoecimento físico e mental dos trabalhadores devido a peculiaridades do processo e das condições de trabalho oferecidas pelas instituições de saúde. As hipóteses testadas foram: H1 - Os aspectos profissionais (carga horária, setor e turno de atuação), psicossociais do ambiente laboral (demanda psicológica e física, controle, apoio social e insegurança), o tipo de trabalho e a exposição ao estresse ocupacional são fatores associados ao aumento de depressão nos enfermeiros, após o controle das demais variáveis; H2 - A adição do apoio social influencia a relação entre demanda psicológica e controle no trabalho e a depressão nos enfermeiros, após o controle das demais variáveis. O objetivo foi avaliar os aspectos profissionais e psicossociais do trabalho em ambiente hospitalar e a presença de depressão em enfermeiros. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e correlacional, tipo corte transversal do qual participaram 292 enfermeiros de um hospital universitário do interior do Estado de São Paulo. A coleta de dados foi realizada, no período de março a maio de 2009, por meio da aplicação de três instrumentos: Formulário de Identificação do Trabalhador, Questionários do Conteúdo do Trabalho (JCQ) e Inventário de Depressão de Beck - I (BDI-I). Os instrumentos escalares obtiveram de forma geral valores substanciais ou quase perfeitos. O BDI-I obteve alfa de Cronbach 0,83. As dimensões do JCQ obtiveram coeficiente alfa: demanda psicológica 0,72; controle 0,76 e sub-dimensões uso de habilidades 0,69 e autoridade decisória 0,59; demanda física 0,81; apoio social 0,79 e sub-dimensões apoio social dos supervisores 0,82 e apoio social dos colegas 0,71; e insegurança no trabalho 0,20. Quanto à caracterização dos participantes, a maioria era do sexo feminino(91,10%), casados (49,32%), com idade média de 38,6 anos. 45,21% revelaram ter apresentado mudança significativa em sua vida no último ano e 22,22% dessas mudanças eram relativas ao trabalho. Os trabalhadores eram servidores públicos (81,2%), ocupavam cargo de enfermeiro (70,89%), com tempo médio de atuação no hospital de 11,13 (DP±8,77) anos e carga horária de trabalho semanal média de 42,81h (DP±13,62). Quanto aos aspectos psicossociais no trabalho, as prevalências e médias das dimensões foram: alta demanda psicológica - 49,66% e 32,71 (DP±5,90); baixo controle no trabalho - 50,34% e 68,10 (DP±10,22); baixo uso de habilidades - 50,00% e 34,87 (DP±5,42); baixa autoridade decisória - 82,19% e 33,23 (DP±6,35); alta demanda física - 48,97% e 11,67 (DP±2,71); baixa insegurança - 81,16% e 5,05 (DP±2,44); baixo apoio social no trabalho - 82,88% e 22,41 (DP±3,43); baixo apoio do supervisor - 88,36% e 10,92 (DP±2,52); baixo apoio dos colegas - 84,93% e 11,49 (DP±1,58). Dentre os participantes, os tipos de trabalho vivenciados foram: alta exigência (23,63%), trabalho ativo (26,03%), trabalho passivo (26,71%) e baixa exigência (23,63%). Quanto à exposição ao estresse ocupacional os enfermeiros distribuíram-se entre exposição intermediária (52,74%), maior exposição (23,63%) e sem exposição (23,63%). Entre os enfermeiros 9% apresentaram presença de sintomas indicativos de depressão, classificados como depressão leve (5,14%) e depressão moderada (3,77%), com escore médio de 7,24 (DP±5,77). A hipótese 1 foi parcialmente confirmada e dentre os aspectos relacionados a depressão propostos no modelo final estão: demanda psicológica, controle, apoio social, demanda física, trabalho em alta exigência, maior exposição ao estresse ocupacional, carga horária de trabalho e unidade clínica, cirúrgica e ambulatorial. A hipótese 2 foi parcialmenteconfirmada e o apoio social demonstrou influenciar a medida da demanda psicológica e da sub-dimensão uso de habilidades. Dessa forma, as condições de trabalho vivenciadas pelos enfermeiros no ambiente hospitalar implicam em depressão e, possivelmente, em outras conseqüências para a saúde desses profissionais
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2010
- Data da defesa: 27.01.2010
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ABNT
MANETTI, Marcela Luísa. Estudo de aspectos profissionais e psicossociais no trabalho e a depressão em enfermeiros atuantes em ambiente hospitalar. 2010. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10032010-083634/. Acesso em: 18 nov. 2024. -
APA
Manetti, M. L. (2010). Estudo de aspectos profissionais e psicossociais no trabalho e a depressão em enfermeiros atuantes em ambiente hospitalar (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10032010-083634/ -
NLM
Manetti ML. Estudo de aspectos profissionais e psicossociais no trabalho e a depressão em enfermeiros atuantes em ambiente hospitalar [Internet]. 2010 ;[citado 2024 nov. 18 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10032010-083634/ -
Vancouver
Manetti ML. Estudo de aspectos profissionais e psicossociais no trabalho e a depressão em enfermeiros atuantes em ambiente hospitalar [Internet]. 2010 ;[citado 2024 nov. 18 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10032010-083634/
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