A racionalidade da mercantilização da doença (2008)
- Authors:
- Autor USP: CUNHA, MARCELO FERREIRA CARLOS - FSP
- Unidade: FSP
- Sigla do Departamento: HSP
- DOI: 10.11606/D.6.2008.tde-24102008-160756
- Subjects: MEDICAMENTO (ASSISTÊNCIA;POLÍTICA); INDÚSTRIA FARMACÊUTICA; VIGILÂNCIA SANITÁRIA; MERCANTILISMO
- Language: Português
- Abstract: Resumo Na década de 90 se inicia um debate nos países de língua inglesa sobre uma nova forma de relação entre a indústria e a doença. O novo fenômeno em questão foi batizado de disease mongering (mercantilização da doença), no qual a estratégia básica da indústria é a ampliação dos limites da doença para o aumento de seu mercado consumidor. O debate deste fenômeno se estende com publicações pela década de 2000 discutindo como a indústria faz alianças com o governo, médicos e meios científicos que fortalecem o estabelecimento de concepções de doença que favorecem a venda de seus tratamentos. Propõe-se discutir esse fenômeno articulando-o a outros três conceitos: o uso racional de medicamentos, a medicalização e a racionalidade técnica. O primeiro para definir os critérios do uso racional de medicamentos e verificar se o fenômeno da mercantilização da doença proporciona relação de afastamento ou de a aproximação com esses critérios. O segundo para estabelecer a relação entre a mercantilização da doença e a medicalização da sociedade, a partir dos termos do próprio debate que definem a mercantilização da doença como uma forma de medicalização. O terceiro para se aprofundar naquilo que está na base do fenômeno da mercantilização da doença: a sobreposição de lógicas. Principalmente a sobreposição da lógica mercantil à lógica sanitária.Para isto, o estudo faz uma incursão pelos referenciais teóricos que examinam a racionalidade técnica, sobretudo a tradição crítica de Marcuse e Horkheimer. Na raiz dessas formulações, encontram-se o conceito de reificação, de Lukács, e o conceito de fetichismo da mercadoria, de Marx. Esses referenciais teóricos permitem discutir o sentido e o alcance da sobreposição de lógicas subjacente à mercantilização da doença. Como resultados, a pesquisa mostra que a mercantilização da doença desvirtua progressivamente os parâmetros fixados para o URM e que reforça a medicalização da sociedade. Nesse processo, a racionalidade técnica reconfigura a prática e o saber médicos. A mercantilização da doença permite vislumbrar, ainda, a colonização econômica de outras esferas da sociedade, tais como a educação, a política e a ciência, possibilitando que a esfera econômica colonize o sistema de saúde da sociedade contemporânea.
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- Data da defesa: 16.10.2008
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ABNT
CUNHA, Marcelo Ferreira Carlos. A racionalidade da mercantilização da doença. 2008. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.11606/D.6.2008.tde-24102008-160756. Acesso em: 19 abr. 2024. -
APA
Cunha, M. F. C. (2008). A racionalidade da mercantilização da doença (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://doi.org/10.11606/D.6.2008.tde-24102008-160756 -
NLM
Cunha MFC. A racionalidade da mercantilização da doença [Internet]. 2008 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: https://doi.org/10.11606/D.6.2008.tde-24102008-160756 -
Vancouver
Cunha MFC. A racionalidade da mercantilização da doença [Internet]. 2008 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: https://doi.org/10.11606/D.6.2008.tde-24102008-160756
Informações sobre o DOI: 10.11606/D.6.2008.tde-24102008-160756 (Fonte: oaDOI API)
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