Petrografia e mineralogia de granitos peralcalinos: o plúton Papanduva, Complexo Morro Redondo (PR/SC) (2007)
- Authors:
- Autor USP: VILALVA, FREDERICO CASTRO JOBIM - IGC
- Unidade: IGC
- Sigla do Departamento: GMG
- Subjects: ROCHAS GRANÍTICAS; PETROGRAFIA; MINERALOGIA
- Language: Português
- Abstract: O Complexo Morro Redondo, com cerca de 250 Km2, é uma das ocorrências mais importantes de granitos de tipo-A da Província Graciosa, uma importante província pós-colisional neoproterozóica (ca. 580 Ma) na região sul-sudeste do Brasil. O Complexo aflora nas proximidades de Tijucas do Sul (PR) e Garuva (SC). É formado pelos Plútons Papanduva e Quiriri, em que afloram, respectivamente, rochas graníticas das associações alcalina e aluminosa de granitos de tipo-A, respectivamente; e por rochas vulcânicas ácidas e básico-intermediárias contemporâneas. O Plúton Papanduva, objeto deste trabalho, aflora na porção norte do Complexo, estendendo-se por uma área de cerca de 100 Km2. Constitui-se essencialmente de álcali-feldspato granitos hipersolvus leucocráticos a hololeucocráticos, de granulação média a fina. De acordo com suas estruturas, texturas e mineralogia, foram individualizadas quatro unidades distintas, denominadas informalmente de A, B, C e D. As Unidades A e B afloram junto às bordas NE e N do plúton, e nas proximidades de zonas de cisalhamento mais importantes. São caracterizadas por teores modais moderados a altos de quartzo (50-60 % modal) e por texturas deformacionais desde cataclásticas (Unidade B) até protomiloníticas (Unidade A), resultantes de eventos deformacionais tardi a pós-magmáticos. A Unidade C apresenta a maior expressão geográfica, aflorando nas zonas centrais e SW do plúton. Agrupa rochas de estrutura essencialmente maciça, com teoresde quartzo mais baixos (próximos de 20% modal). A Unidade D compreende diques centimétricos a decamétricos de álcali-feldspato microgranitos interpretados como o último evento magmático. O feldspato alcalino varia de mesopertítico a pertítico, sendo relativamente mais potássico nas rochas mais deformadas das Unidades A e B. Laths de albita quase pura ocorrem em interscrescimentos com anfibólio e clinopiroxênios sódicos e alguns minerais acessórios, sugerindo coprecipitação em estágios tardi(?) - a pós-magmáticos. As paragêneses máficas compreendem anfibólios magmáticos e clinopiroxênios tardi-a pós-magmáticos, variando desde tipos sódico-cálcicos (Fe-richterita e egirina-augita) até sódicos (arfvedsonita/riebeckita e egirina). Iniciam sua cristalização posteriormente às fases félsicas, o que caracteriza uma "seqüência agpaítica de cristalização". A variação composicional dos anfibólios acompanha, aproximadamente, o aumento da abundância modal de quartzo e/ou a presença de feições indicativas de deformação (cataclasitos) com os termos mais cálcicos aparecendo nas amostras com menores teores de quartzo e estruturas maciças (Unidade C). Na arfvedsonita e egirina as trajetórias evolutivas são marcadas pelo aumento de Na e 'Fe POT.3+' paralelo à diminuição de Ca, 'Fe POT.2+' e Ti em direção às bordas cristalinas, indicando condições progressivamente mais alcalinas e oxidantes. Riebeckita é pós-magmática, aparecendotipicamente em amostras com indícios de alteração hidrotermal das Unidades B e D. Ilmenita ocorre ocasionalmente nas Unidades B, C e D, enquanto magnetita é rara, tipicamente pós-magmática, resultando em valores muito baixos de susceptibilidade magnética (<1,0 x '10 POT.- 3'Sl). Zircão, chevkinita e astrofilita são os acessórios mais típicos nas Unidades B, C. Por outro lado, uma variedade de minerais acessórios raros, de cristalização tardi - a pós-magmática, típicos de rochas peralcalinas, como narsarsukita, neptunita (portadores de Ti); britholita e nacareniobsita (portadores de ETR); além de zirconossilicatos de (Na, K), turkestanita e bastnäsita ocorre tipicamente em amostras mais deformadas da Unidade A. A associação aparentemente contemporânea das rochas graníticas com um vulcanismo de caráter bi-modal, a observação de cavidades miarolíticas, bolsões pegmatíticos e texturas gráficas e semi-gráficas no Plúton Papanduva indica condições crustais relativamente rasas para a colocação do magmatismo granítico. Com base nos equilíbrios minerais observados e na presença/ausência de certas fases minerais, pode-se estimar trajetórias evolutivas de T e fO2 durante a seqüência de cristalização do Plúton Papanduva. As trajetórias são governadas, durante os estágios magmáticos, pela diminuição de T (ca. 750 - 500°C), em condições progressivamente mais oxidantes, com fO2 variando desde valores equivalentes ao tampão WM(magnetita - wüstita) até valores próximos àqueles definidos pelo tampão HM (hematita - magnetita). A concentração de álcalis, voláteis, HFSE (Zr, Ti, Nb, ETR) e ocasionalmente Ca nos líquidos residuais decorrentes da evolução dos magmas peralcalinos e, em parte, devido à entrada de fluidos externos (Ca e H2O) permitiu a cristalização de minerais acessórios raros. A presença desses acessórios nas rochas tipicamente deformadas sugere que a deformação teve um papel importante na remobilização e circulação desses elementos nos estágios tardi- a pós-magmáticos
- Imprenta:
- Data da defesa: 09.11.2007
-
ABNT
VILALVA, Frederico Castro Jobim. Petrografia e mineralogia de granitos peralcalinos: o plúton Papanduva, Complexo Morro Redondo (PR/SC). 2007. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-14122007-093212/. Acesso em: 28 mar. 2024. -
APA
Vilalva, F. C. J. (2007). Petrografia e mineralogia de granitos peralcalinos: o plúton Papanduva, Complexo Morro Redondo (PR/SC) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-14122007-093212/ -
NLM
Vilalva FCJ. Petrografia e mineralogia de granitos peralcalinos: o plúton Papanduva, Complexo Morro Redondo (PR/SC) [Internet]. 2007 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-14122007-093212/ -
Vancouver
Vilalva FCJ. Petrografia e mineralogia de granitos peralcalinos: o plúton Papanduva, Complexo Morro Redondo (PR/SC) [Internet]. 2007 ;[citado 2024 mar. 28 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-14122007-093212/ - Petrologia do Complexo Morro Redondo, Província Graciosa, e implicações para o magmatismo pós-colisional do tipo-A ao final do Ciclo Brasiliano - Pan-Africano no sul-sudeste do Brasil
- Estimativa de temperatura de deformação em granitos peralcalinos do complexo Morro Redondo, província Graciosa, PR-SC por meio de análise quantitativa digital de texturas
- Variações químicas em granada, espinélios e ilmenita de rochas lamprofíricas e sílico-carbonatíticas associadas ao Maciço Alcalino Poços de Caldas (MG-SP)
- Caracterização química de alguns minerais acessórios de rochas lamprofíricas e sílico-carbonatíticas relacionadas ao maciço alcalino de Poços de Caldas, Mg-SP
- Variações químicas em elementos maiores e traços de clinopiroxênios e anfibólios do pluton Papanduva, complexo Morro Redondo, PR-SC
- Quimismo de piroxênios de rochas máfico-ultramáficas potássicas dos arredores do maciço alcalino de Poços de Caldas, MG-SP
- Ocorrência de narsarsukita, britholita-(Ce) e nacareniobsita-(Ce) em granitos peralcalinos do Complexo Morro Redondo (PR/SC), Província Graciosa
- Petrography and mineralogy of the peralkaline granites from the Morro Redondo complex (PR-SC), south Brazil, and some constraints for the development of rare minerals
- Quimismo de ilmenita rica em Mn e Zn em granitos peralcalinos do complexo Morro Redondo, PR-SC
- LA-ICPMS U-PB dating of zircon of A-type granites and rhyolites from the Morro Redondo Complex, Graciosa Province, South Brazil
How to cite
A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas