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Análise clínica e laboratorial de casos suspeitos de dengue e correlação da gravidade destes casos com níveis séricos de citocinas circulantes e carga viral do vírus dengue (2007)

  • Authors:
  • Autor USP: NASCIMENTO, RENATA TEODORO - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RCM
  • Subjects: DENGUE; CARGA VIRAL; CITOCINAS
  • Language: Português
  • Abstract: A dengue é a doença mais importante causada por arbovírus no mundo. Com a introdução do sorotipo 3 no Brasil, a incidência de casos da doença, especialmente das formas hemorrágicas, aumentou de maneira significativa, representando um grave problema de saúde pública no país. A infecção pelos vírus dengue desencadeia diferentes síndromes clínicas, incluindo doença febril indiferenciada, dengue clássica e a febre hemorrágica do dengue/síndrome do choque do dengue. Os sinais e sintomas da doença podem sobrepor-se àqueles encontrados em outras patologias febris agudas, tomando seu diagnóstico baseado apenas em critérios clínicos pouco confiáveis. Apesar da grande quantidade de estudos, os mecanismos envolvidos na patogenia das infecções pelos vírus dengue permanecem pouco compreendidos. O presente estudo foi realizado com os seguintes objetivos: identificar possíveis sinais, sintomas e alterações laboratoriais que auxiliem no diagnóstico da doença; avaliar a correlação entre a viremia e a produção de diferentes citocinas e a correlação destas variáveis com o grau de gravidade das alterações clínicas e laboratoriais. De janeiro a julho de 2003, 80 pacientes com suspeita clínica de dengue foram submetidos a uma avaliação clínica e laboratorial. A primeira avaliação dos pacientes foi realizada no período entre 2 e 19 dias após o início dos sintomas, em média 7,1 dias. Do total de pacientes incluídos, 52 (65%) apresentaram confirmação laboratorial dodiagnóstico da dengue através da detecção de anticorpos do tipo IgM específicos por MAC-ELISA ou da presença de material genético do vírus por RT-PCR. A distribuição em relação ao sexo e idade foi bastante semelhante entre os dois grupos (pacientes com dengue e pacientes com outras patologias febris). A maioria dos pacientes com confirmação laboratorial do diagnóstico de dengue (60%) era de adultos jovens, com idades variando entre 21 e 40 anos. A reação em cadeia da polimerase foi positiva em 20 das 47 amostras positivas pela sorologia, com identificação apenas do sorotipo 3 do vírus dengue. Das 40 amostras IgM positivas submetidas a RT -PCR em tempo real, 17 foram positivas, com detecção e quantificação de material genético do vírus dengue. Febre, cefaléia, dor retro-orbitária, artralgia, dores no corpo, presença de exantema acompanhado ou não de prurido, leucopenia, plaquetopenia, e elevação de transaminases e de gama-GT foram as alterações clínicas e laboratoriais mais freqüentes entre os pacientes com confirmação laboratorial do diagnóstico da dengue. As variáveis que apresentaram simultaneamente elevadas sensibilidades e especificidades para o diagnóstico foram presença de exantema, leucopenia, plaquetopenia, e elevação de TGO. Apenas 3 pacientes preencheram os critérios para o diagnóstico de febre hemorrágica do dengue e todos apresentaram evolução para cura. Os níveis séricos de TNF'alfa', IL-5 e IL-12 não mostraram correlação com o graude alterações laboratoriais entre os pacientes com diagnóstico confirmado da doença. Não houve diferença significativa entre os níveis séricos de TNF-a ao comparar pacientes com e sem confirmação laboratorial de dengue. Níveis séricos de IL-5 foram detectados em maior proporção em amostras de pacientes com confirmação laboratorial do diagnóstico. Houve correlação entre a viremia do vírus dengue e apenas duas variáveis: a intensidade da dor quantificada pela escala visual analógica e os níveis séricos de IL-5. O presente estudo é o primeiro no Brasil a avaliar a correlação entre a viremia e o padrão de citocinas produzidos em pacientes infectados pelo vírus dengue. Os resultados aqui apresentados corroboram a hipótese de que apesar da comprovação do auxílio de algumas alterações clínicas e laboratoriais na suspeita diagnóstica, a confirmação dos casos depende de métodos diagnósticos específicos para o vírus dengue. Os dados encontrados sugerem a correlação entre a presença de citocinas de um padrão de resposta imune do tipo Th-2 e maiores cargas virais do vírus dengue. Novos estudos que avaliem a relação entre a produção de outros mediadores da resposta Th-2 e a cinética da viremia durante as infecções por dengue, podem ser úteis para uma melhor compreensão dos mecanismos imunopatológicos da doença
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.06.2007

  • How to cite
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    • ABNT

      NASCIMENTO, Renata Teodoro. Análise clínica e laboratorial de casos suspeitos de dengue e correlação da gravidade destes casos com níveis séricos de citocinas circulantes e carga viral do vírus dengue. 2007. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007. . Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Nascimento, R. T. (2007). Análise clínica e laboratorial de casos suspeitos de dengue e correlação da gravidade destes casos com níveis séricos de citocinas circulantes e carga viral do vírus dengue (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Nascimento RT. Análise clínica e laboratorial de casos suspeitos de dengue e correlação da gravidade destes casos com níveis séricos de citocinas circulantes e carga viral do vírus dengue. 2007 ;[citado 2024 abr. 19 ]
    • Vancouver

      Nascimento RT. Análise clínica e laboratorial de casos suspeitos de dengue e correlação da gravidade destes casos com níveis séricos de citocinas circulantes e carga viral do vírus dengue. 2007 ;[citado 2024 abr. 19 ]

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