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Estudo da participação da matéria cinzenta periaquedutal dorsal no comportamento defensivo de camundongos através do emprego de diferentes modelos animais de ansiedade: a estimulação química e a exposição ao predador (2007)

  • Authors:
  • Autor USP: NETTO, EDUARDO FERREIRA DE CARVALHO - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 594
  • Subjects: ANSIEDADE; ESTÍMULOS; COMPORTAMENTO DEFENSIVO ANIMAL; PSICOBIOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: O medo e a ansiedade são emoções que apresentam claro valor adaptativo, e que tem suas origens nas reações de defesa que os animais exibem em resposta a situações de ameaça que podem comprometer sua integridade física ou sobrevivência. Recentes estudos têm indicado que a matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD) está envolvida na organização e expressão de comportamentos intempestivos do tipo fuga e luta, os quais são relacionados ao estado de medo, e também participa, juntamente com estruturas prosencefálicas (ex. córtex pré-frontal, sistema septo-hipocampal e amígdala), do controle de comportamentos defensivos mais elaborados e orientados relacionados à ansiedade. O presente estudo investigou a participação da MCPD na modulação de diferentes comportamentos defensivos (p. ex. fuga, esquiva e avaliação de risco) induzidos por métodos artificial (estimulação química) e naturalístico (exposição ao predador) em camundongos. Na primeira etapa, investigamos o padrão de resposta comportamental induzida pela infusão do ácido D,L-homocistéico (DLH, estímulo aversivo químico) na MCPD em diferentes situações ou ambientes, com e sem grande disponibilidade de espaço - o Mouse Defense Test Battery (MDTB) e a Arena (Experimento 1), respectivamente. Além disso, o presente estudo avaliou a habilidade dos animais de reagirem a estímulos aversivos (predador) durante o período inicial (nos 60 s iniciais) do efeito do ácido DLH (fuga explosiva) (Experimento 3), e imediatamente apósesse período, no qual o animal apresente comportamento de congelamento ou imobilidade (Experimento 2). Nossos resultados indicaram que a fuga desencadeada pela estimulação química é a resposta predominante de camundongos e que sua exibição depende da disponibilidade de espaço, uma vez que a maioria dos saltos observados na arena está intimamente relacionada ao contato tátil do animal com as paredes do ) aparato. Esse perfil de respostas de fuga explosiva e saltos parece não representar o padrão comportamental defensivo natural, tal como acontece diante de uma ameaça proximal (ex. um predador), uma vez que durante a estimulação química os camundongos apresentaram um déficit na estratégia antipredador. A segunda etapa do estudo avaliou os efeitos da injeção intra-MCPD do agonista glutamatérgico ácido N-metil-D-aspártico (NMDA), do inibidor da enzima de síntese do óxido nítrico neuronial (NOSn), N?-propil-L-arginina (NPLA) (Experimento 4), e do agonista não seletivo de receptores do fator de liberação de corticotrofina (CRF), CRF ovino (oCRF) (Experimento 5), no comportamento defensivo de camundongos submetidos ao MDTB e ao teste de exposição ao rato (Rat Exposure Test; RET). Os resultados da segunda etapa demonstraram que a ativação de receptores NMDA na MCPD de camundongos intensifica comportamentos relacionados à esquiva do predador. De maneira interessante, essas alterações produzidas pelo NMDA foram consistentemente revertidas pelo inibidor da NOSn, previamentemicroinjetado no mesmo sítio. Além disso, efeitos intrínsecos do NPLA atenuaram as respostas de esquiva e de avaliação de risco em camundongos submetidos ao RET. Por fim, os resultados da segunda etapa também apontaram para um efeito proaversivo (nas respostas de salto e de esquiva) do agonista de receptores CRF, indicando uma participação dos sistemas glutamatérgico, nitrérgico e CRFérgico, localizados na MCPD, na modulação de diferentes estratégias defensivas (ex. esquiva, avaliação de risco e saltos) de camundongos submetidos ao confronto com o predador. Em conjunto, nossos resultados corroboram a hipótese de que a MPCD está envolvida tanto na organização e expressão de comportamentos intempestivos do tipo fuga e luta como também no controle de comportamentos defensivos mais elaborados e orientados, ) tais como a avaliação de risco e a esquiva.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 28.02.2007
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      NETTO, Eduardo Ferreira de Carvalho. Estudo da participação da matéria cinzenta periaquedutal dorsal no comportamento defensivo de camundongos através do emprego de diferentes modelos animais de ansiedade: a estimulação química e a exposição ao predador. 2007. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-09032007-141636/. Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Netto, E. F. de C. (2007). Estudo da participação da matéria cinzenta periaquedutal dorsal no comportamento defensivo de camundongos através do emprego de diferentes modelos animais de ansiedade: a estimulação química e a exposição ao predador (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-09032007-141636/
    • NLM

      Netto EF de C. Estudo da participação da matéria cinzenta periaquedutal dorsal no comportamento defensivo de camundongos através do emprego de diferentes modelos animais de ansiedade: a estimulação química e a exposição ao predador [Internet]. 2007 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-09032007-141636/
    • Vancouver

      Netto EF de C. Estudo da participação da matéria cinzenta periaquedutal dorsal no comportamento defensivo de camundongos através do emprego de diferentes modelos animais de ansiedade: a estimulação química e a exposição ao predador [Internet]. 2007 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-09032007-141636/

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