Maracatu: a centralidade da periferia (2006)
- Authors:
- Autor USP: SANTANA, PAOLA VERRI DE - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLG
- Subjects: MARACATÚ (ASPECTOS SOCIAIS); DANÇAS FOLCLÓRICAS; GEOGRAFIA HUMANA
- Language: Português
- Abstract: O maracatu tem sido reduzido a um estilo musical e de dança proveniente do Estado de Pernambuco, uma estética do Nordeste do Brasil. Firmado no período da escravidão, tem importante participação no carnaval do Recife, e sobrevive através de suas bases na religiosidade do candomblé e na unidade familiar. Nos bairros pobres da cidade onde vive, ele luta contra a pobreza e a violência ao levar ao centro a presença simbólica de rainhas e reis negros. Isso representa uma festa social resultante de um espetáculo político oriundo de pacto entre três reinos no período colonial: o Congo, a Igreja Católica e o poder monárquico português. A longa história do maracatu mostra como a sociedade e a cidade têm vida subjugada e policiada. A prática social/espacial do maracatu oferece justificativa suficiente para uma pesquisa nesta área, no sentido de desenvolver a Geografia Urbana. Este projeto traz uma análise do espaço em sua totalidade. Aspectos mentais, físicos, sociais, políticos e econômicos são estudados. A forma espacial dominante, centro de riqueza e de poder, busca reduzir as resistências espaciais periféricas. Certas áreas são definidas para o turismo, assim o espetáculo econômico se realiza. O autoritarismo burocrático e político reproduzem as relações sociais de produção. O maracatu, visto como folclore, é apreendido como produto no espaço capitalista, mesmo sem ter parado de mover-se entre o passado e o presente. O Maracatu Leão Coroado está em Águas Compridas,bairro pobre de Olinda. Esta Nação, que dança e canta desde 1863, tem viajado por cidades na Europa e no Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, etc. Mesmo disseminado, o maracatu ainda não é bem conhecido nacionalmente. Entretanto, muitos jovens, habitantes do centro, encontraram na periferia um meio de )escapar aos estranhamentos do cotidiano. Deslocam-se em direção aos lugares pobres, onde outros têm o crime como meio de vida. Estes movimentos transformam os espaços periféricos e os indivíduos quando a periferia ganha centralidade. Contraditoriamente, uma nova geração parece produzir o espaço de modo a manter o sentido de festa do maracatu
- Imprenta:
- Data da defesa: 30.10.2006
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ABNT
SANTANA, Paola Verri de. Maracatu: a centralidade da periferia. 2006. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. . Acesso em: 06 out. 2024. -
APA
Santana, P. V. de. (2006). Maracatu: a centralidade da periferia (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Santana PV de. Maracatu: a centralidade da periferia. 2006 ;[citado 2024 out. 06 ] -
Vancouver
Santana PV de. Maracatu: a centralidade da periferia. 2006 ;[citado 2024 out. 06 ]
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