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Estudos em roedores da família Echimyidae, com abordagens em sistemática molecular, citogenética e biogeografia (2006)

  • Autores:
  • Autor USP: VILELA, ROBERTO DO VAL - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIO
  • Assuntos: ROEDORES; ECHIMYIDAE; CITOGENÉTICA
  • Idioma: Português
  • Resumo: Os roedores neotropicais da família Echimyidae são taxonomicamente, ecologicamente e morfologicamente, o grupo mais diverso de todos os histricognatos vivos. Atualmente, existem cerca de 80 espécies distribuídas da América Central à América do Sul, ocupando uma grande variedade de habitats e apresentando uma ampla gama de hábitos alimentares e de locomoção. Apesar dessa diversidade, estudos sistemáticos do grupo ainda são incipientes, e a taxonomia aos níveis de gênero e espécie, bem como suas relações evolutivas, ainda estão pouco esclarecidas. O presente trabalho consiste em três estudos distintos abordando diferentes problemas taxonômicos envolvendo equimiídeos. No primeiro estudo, uma análise combinada de dados moleculares, citogenéticos e filogeográficos sugere que o gênero Thrichomys é composto por pelo menos cinco espécies. Quatro delas puderam ser associadas a nomes disponíveis na literatura e uma delas é uma espécie nova. No presente estudo, apresentamos 24 novas seqüências de exemplares de Thrichomys provenientes de dez localidades diferentes, com novos dados cariotípicos para três delas. Reunindo estes dados e outros disponíveis na literatura reconhecemos: T. inermis (2n = 26, NF = 48) no centro e leste da Bahia; T. pachyurus (2n = 30, NF = 56) em Goiás, norte de Mato Grosso e oeste do Tocantins; T. fosteri (2n = 34, NF = 64) em Mato Grosso do Sul, sul de Mato Grosso, e no Paraguai; T. sp. n. (2n = 26, NF = 48) no sudeste do Tocantins; e T. apereoidesque, ao contrário de estudos anteriores, neste trabalho teve pouco suporte como grupo monofilético e aparece dividido em, ao menos, três clados: (1) populações do norte e centro de Minas Gerais (2n = 28, NF = 50 ou 52); (2) populações do Ceará, Paraíba, Piauí, Sergipe e oeste de Alagoas e Pernambuco (2n = 30, NF = 54); e (3) populações do sul da Bahia (2n = 28, NF = 52; ou 2n = 30, NF = 54 ou 56). Apesar de apresentarem suporte geralmente apenas moderado e valores de distâncias genéticas entre eles variando de pouco a considerável, esses três clados apresentam composições de cariótipos distintas e aparentemente representam casos de especiação recente com pouco fluxo gênico. Uma espécie adicional, T. laurentius, é reconhecida em um estudo anterior baseando-se em dados morfológicos e morfométricos, com distribuição pelo leste de Alagoas e Pernambuco, cujo cariótipo (2n = 30, NF = 54) é semelhante ao encontrado nas populações do clado '2' de T. apereoides. Ressaltamos a importância de mais estudos multidisciplinares com amostragens mais abrangentes para esclarecer a história evolutiva e a taxonomia deste e de outros grupos de mamíferos neotropicais. Também foram avaliados os grupos de espécies dentro do gênero Proechimys com base em uma análise conjunta do gene mitocondrial do citocromo b, de cariótipos e de distribuição geográfica. Nossos resultados suportam monofiletismo do gênero. P. cuvieri, cujo monofiletismo é equívoco,geralmente considerado em um grupo à parte, grupo cuvieri; mostrou-se próximo às espécies do grupo longicaudatus. Este grupo, também pouco apoiado, é um grupo natural apenas se acrescido de P. cuvieri, juntamente com P. longicaudatus, P. brevicauda e uma espécie nova distinta de P. longicaudatus em nossas análises e ainda sem um nome. O grupo goeldii não foi refutado, nem corroborado e inclui, em nossas análises, P. goeldii, P. quadruplicatus, P. steerei e uma espécie nova, também sem nome. O grupo guyannensis inclui P. arabupu, P. guyannensis e uma espécie ainda sem nome, P. sp. A; mas não inclui P. roberti que provavelmente forma um grupo separado das outras espécies. P. gardneri também não pertence ao grupo guyannensis e constitui um grupo à parte ou aparece fracamente associado a P. kulinae. P. simonsi confirmou-se constituir um grupo distinto dos outros, o grupo simonsi. P. echinothrix também parece pertencer a um grupo separado. As relações filogenéticas supra-específicas em Proechimys encontradas através do citocromo b são particularmente pouco resolvidas. Finalmente abordamos a taxonomia do ouriço-preto, ou Chaetomys subspinosus, que figura entre as espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Além de ameaçada, ela é também uma espécie pouco conhecida, e mesmo a sua classificação taxonômica ao nível de família tem sido motivo de interminável debate. Originalmente considerado um porco-espinho da famíliaErethizontidae, alguns autores classificam Chaetomys como um rato-de-espinho, da família Echimyidae. No presente estudo, utilizamos dados de seqüências do gene mitocondrial do citocromo b para investigar a questão. Nossa amostra incluiu representantes de sete famílias de histricognatos: Erethizontidae, Echimyidae, Ctenomyidae, Caviidae e Octodontidae, da infraordem Caviomorpha; e Hystricidae e Bathyergidae, da infraordem phiomorpha. As análises indicaram que Chaetomys está nitidamente associado aos eretizontídeos. No entanto, os níveis elevados de divergência morfológica e molecular sugerem que Chaetomys pertença a uma radiação antiga de Erethizontidae
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.02.2006

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    • ABNT

      VILELA, Roberto do Val. Estudos em roedores da família Echimyidae, com abordagens em sistemática molecular, citogenética e biogeografia. 2006. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. . Acesso em: 18 set. 2024.
    • APA

      Vilela, R. do V. (2006). Estudos em roedores da família Echimyidae, com abordagens em sistemática molecular, citogenética e biogeografia (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Vilela R do V. Estudos em roedores da família Echimyidae, com abordagens em sistemática molecular, citogenética e biogeografia. 2006 ;[citado 2024 set. 18 ]
    • Vancouver

      Vilela R do V. Estudos em roedores da família Echimyidae, com abordagens em sistemática molecular, citogenética e biogeografia. 2006 ;[citado 2024 set. 18 ]

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