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Estudo morfofuncional do nervo depressor aórtico em ratos diabéticos (2006)

  • Authors:
  • Autor USP: CARMO, JUSSARA MÁRCIA DO - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RFI
  • Subjects: FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR; NEUROPATIAS DIABÉTICAS
  • Language: Português
  • Abstract: O objetivo do presente estudo foi investigar os aspectos morfológicos e funcionais do nervo depressor aórtico (NDA) de ratos, aos 5, 15 e 120 dias após a instalação do diabete induzido pela estreptozotocina (STZ), e analisar possíveis correlações entre estes aspectos funcionais e morfológicos. A atividade do NDA foi registrada, simultaneamente, com a pressão arterial (PA), sob anestesia do pentobarbital sódico. A função barorreceptora foi estudada por meio da curva de PA versus atividade do NDA, ajustada por meio de uma regressão logística sigmoidal, onde foram obtidos o ganho (inclinação da curva) e a pressão arterial média (PAM) correspondente a 50% da atividade máxima do barorreceptor ('PAM IND. 50'); também, por meio da análise espectral cruzada entre a PA e atividade do NDA, foi calculada a função de transferência (razão da potência entre a PAM e a atividade do NDA) a qual representa o ganho do barorreceptor. A análise espectral cruzada foi aplicada durante oscilação de 0,3 Hz na PA, induzida por meio da retirada e reinfusão de sangue na artéria femoral, a fim de simular a modulação simpática sobre o tônus vascular. A análise espectral cruzada foi aplicada, também, durante as oscilações espontâneas (0,75-3 Hz) da PA decorrentes da respiração. Os níveis glicêmicos se apresentaram mais elevados nos ratos diabéticos quando comparados aos controles, aos 5 dias (362 ± 29 vs 103 ± 15 mg/dL nos controles), 15 dias (410 ± 3 vs 130 ± 9 mg/dL nos controles) e 120 dias(463 ± 24 vs 87 ± 6 mg/dL nos controles). Os níveis de PAM dos diabéticos se apresentaram mais baixos do que os controles aos 5 dias (126 ± 5 vs 141 ± 4 mmHg nos controles), 15 dias (114 ± 8 vs 129 ± 3 mmHg nos controles) e 120 dias (129 ± 4 vs. 148 ± 3 mmHg nos controles). O mesmo ocorreu para a freqüência cardíaca, aos 5 dias (371 ± 15 vs 416 ± 6 bpm nos controles), 15 dias (297 ± 13 vs 345 ± 10 bpm nos controles) e 120 dias (282 ± 7 vs 360 ± 8 bpm ) nos controles). A 'PAM IND. 50' dos animais diabéticos foi menor aos 5 dias (122 ± 3 vs 134 ± 3 mmHg nos controles) e 120 dias (127 ± 3 vs 149 ± 3 mmHg nos controles). O ganho do NDA foi semelhante quando calculado pelo percentual basal nos animais diabéticos e controles aos 5 dias (5 ± 0,5 vs 4.5 ± 1 % basal/mmHg nos controles) e 120 dias (4,0 ± 0,5 vs 3,5 ± 0,7 % basal/mmHg nos controles). A magnitude da função de transferência, obtida por meio da análise espectral cruzada entre a PA e a atividade do NDA foi semelhante entre diabéticos e controles durante as oscilações induzidas de 0,3 Hz quando a atividade foi normalizada em função da atividade basal do NDA, aos 5 dias (2,7 ± 0,5 vs 2,9 ± 0,2 % basal/mmHg nos controles), 15 dias (3,4 ± 0,6 vs 2,8 ± 0,2 % basal/mmHg nos controles) e 420 dias (3,6 ± 0,4 vs 3,0 ± 0,2 % basal/mmHg nos controles); e, também, quando da normalização pelo máximo da atividade do NDA aos 5 dias (0,9 ± 0,1 vs 0,7 ± 0,1 % máximo/mmHg nos controles) e 120 dias (0,9 ± 0,08 vs 1,2 ± 0,2 %máximo/mmHg nos controles). Resultados semelhantes foram encontrados durante as oscilações espontâneas da PA decorrentes da respiração (~1,7 Hz), quando a atividade foi normalizada em função da atividade basal do NDA aos 5 dias (4,8 ± 0,48 vs 4,67 ± 0,86 % basal/ mmHg nos controles), 15 dias (6,9 ± 2,7 vs 4,5 ± 0,6 % basal/ mmHg nos controles) e 120 dias (6,8 ± 1,2 vs 4,5 ± 0,6 % basal/ mmHg nos controles); e, também, quando da normalização pelo máximo da atividade do NDA aos 5 dias (1,4 ± 0,2 vs 1,29 ± 0,2 % máximo/mmHg nos controles) e 120 dias (2,1 ± 0,32 vs 1,6 ± 0,28 % máximo/mmHg nos controles). Os resultados da análise espectral nas diferentes fases (5, 15 e 120 dias) mostraram que a sensibilidade do NDA, avaliada por meio da curva de PAM vs atividade do NDA e da análise espectral cruzada, não sofreu alteração com o diabete. Os aspectos morfológicos mostraram que a área fascicular ) foi semelhante entre diabéticos e controles aos 5 dias (0,8 ± 0,1 vs 0,7 ± 0,1 µm² nos controles) e aos 15 dias (0,7 ± 0,7. vs 0,8 ± 0,1 µm² nos controles), porém diferente aos 120 dias (0,9 ± 0,12 vs 1,4 ± 0,13 µm² nos controles). A área da bainha de mielina foi semelhante entre os diabéticos e os controles aos 5 dias (1,7 ± 0,05 vs 1,85 ± 0,1 µm² nos controles). Esta medida foi significativamente menor nos animais diabético quando comparado aos controles aos 15 dias (1,65 ± 0,14 vs 2,0 ± 0,1 µm² nos controles) e 120 dias (2,07 ± 0,15 vs 3,8 ± 0,15 µm² nos controles). Não foiobservada correlação entre os parâmetros funcionais e morfológicos nos protocolos estudados. Porém, a correlação foi positiva entre a área de mielina (µm²)e o diâmetro axonal (µm) nos 3 protocolos. Conclui-se, por meio de 2 diferentes métodos de análise da sensibilidade do barorreceptor, que a atividade do NDA não foi alterada pelo diabete em diferentes períodos (5, 15 e 120 dias). Entretanto, os dados morfológicos das fibras mielinizadas demonstraram alteração a partir do 15º dia de evolução do diabete. Estes resultados sugerem que a funçao barorreceptora se encontra preservada, provavelmente, devido ao fato de que as pequenas fibras mielinizadas são mais resistentes aos efeitos deletérios do diabete, em contraste com as grandes fibras mielinizadas, as quais parecem ser mais sensíveis a alterações metabólicas, tais como hiperglicemia. Conclui-se, também, que não existe correlação entre os parâmetros funcionais analisados por meio do registro multifibras e os dados morfológicos no NDA, embora exista correlação entre a área de mielina e o diâmetro axonal nos animais controles e diabéticos
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.03.2006

  • How to cite
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    • ABNT

      CARMO, Jussara Márcia do. Estudo morfofuncional do nervo depressor aórtico em ratos diabéticos. 2006. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2006. . Acesso em: 10 out. 2024.
    • APA

      Carmo, J. M. do. (2006). Estudo morfofuncional do nervo depressor aórtico em ratos diabéticos (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Carmo JM do. Estudo morfofuncional do nervo depressor aórtico em ratos diabéticos. 2006 ;[citado 2024 out. 10 ]
    • Vancouver

      Carmo JM do. Estudo morfofuncional do nervo depressor aórtico em ratos diabéticos. 2006 ;[citado 2024 out. 10 ]

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