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Globalização e integração (neo) conservadora: o acordo euromediterrânico de associação entre a União Européia e a Tunísia - um estudo de caso (2005)

  • Authors:
  • Autor USP: DUNLEY, SILVANA PEIXOTO - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FSL
  • Subjects: UNIÃO EUROPEIA; GLOBALIZAÇÃO; INTEGRAÇÃO ECONÔMICA INTERNACIONAL; NEOLIBERALISMO
  • Language: Português
  • Abstract: Em julho de 1995, a União Européia e a Tunísia concluíram Acordo de Associação, tornando o país o primeiro sócio europeu do Magrebe, no quadro de uma nova política comunitária para o Mediterrâneo. Orientada para a construção de um espaço econômico euromediterrânico, em 2010, a Política de Parceria Global deveria permitir à Europa transformar a região numa zona de paz e de prosperidade compartilhada, assentada sobre o livre-comércio, e garantir o desenvolvimento econômico e social das populações estabelecidas nas duas margens do Mediterrâneo. Transcorridos dez anos, o quadro de acordos de associação é considerado completo e a adesão à Política Européia de Vizinhança, anunciada em 2004, começou a ser discutida com alguns países mediterrânicos, liderados pela Tunísia. A vigência do acordo e o cumprimento das metas de convergência, definidos como critérios para a adesão, explicariam o novo protagonismo do país, desta vez ampliado a um contexto pan-europeu.A Tunísia é considerada um participante pleno do Processo de Barcelona, capaz de conciliar as metas de crescimento econômico com as necessidades de reformas e de ajustes induzidas pelo acordo, sem prejuízo da coesão social. Da perspectiva do país, contudo, balanço preliminar dos dez anos de parceria com a Europa apontaria para saldo altamente controvertido. Os resultados positivos de crescimento da economia e a afirmação da Comunidade como o principal parceiro comercial da Tunísia contrastam com apersistência de desequilíbrios profundos no )intercâmbio bilateral, com o fraco desempenho dos investimentos comunitários no país e com o aumento proporcional de sua dívida pública interna e externa. Sobretudo, o crescimento da economia e o aumento do intercâmbio comercial não foram acompanhados por redução compatível dos índices de desemprego. Comprometendo conquistas sociais históricas, em particular no combate à pobreza, a desocupação deverá converter-se no principal desafio do país nos próximos anos. No plano político, o quadro é agravado pelas restrições crescentes à vida democrática e às garantias individuais, sistematicamente ignoradas nas alegorias comunitárias sobre os benefícios da associação.Investigar a lógica persistente nas políticas recentes da Comunidade para o Mediterrâneo e identificar suas contradições, a partir do estudo de caso da Tunísia, constitui o objetivo central desta tese. O seu desenvolvimento partirá do exame de conjuntura, marcada pelo debate sobre a globalização ocorrido na primeira metade da década de noventa, em particular pela afirmação do neoliberalismo como ideologia da globalização. Como se buscará demonstrar, consagrados pelo Tratado de Maastricht e replicados nos Acordos de Associação, os princípios neoliberais e noções e critérios afins teriam sido destinados pela Europa a promover no Mediterrâneo uma reforma abrangente e equilibrada ou, simplesmente, "sem riscos". Donde o caráter eminentemente conservador daassociação euromediterrânica, donde a sobrevivência do ideal utópico de parceria no novo contexto de vizinhança "pan- ) europeu". Regidas por aqueles princípios e noções, as políticas de parceria e de vizinhança visariam a estabelecer um novo modo de regulação das relações entre a Comunidade e o Mediterrâneo, determinado pelos imperativos de reinserção da União Européia na nova divisão internacional e regional do trabalho. Como também se buscará estabelecer, mediante o estudo de caso, a Tunísia constitui ao mesmo tempo exemplo paradigmático e paradoxal da parceria estabelecida naquelas bases, considerando-se a opção precoce do país pelo ideário neoliberal e pelo modo subordinado de inserção
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 31.10.2005

  • How to cite
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    • ABNT

      DUNLEY, Silvana Peixoto. Globalização e integração (neo) conservadora: o acordo euromediterrânico de associação entre a União Européia e a Tunísia - um estudo de caso. 2005. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Dunley, S. P. (2005). Globalização e integração (neo) conservadora: o acordo euromediterrânico de associação entre a União Européia e a Tunísia - um estudo de caso (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Dunley SP. Globalização e integração (neo) conservadora: o acordo euromediterrânico de associação entre a União Européia e a Tunísia - um estudo de caso. 2005 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Dunley SP. Globalização e integração (neo) conservadora: o acordo euromediterrânico de associação entre a União Européia e a Tunísia - um estudo de caso. 2005 ;[citado 2024 abr. 24 ]

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