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Atividade de vôo e termorregulação de Plebeia remota (Holmberg, 1903) (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) (2005)

  • Authors:
  • Autor USP: HILARIO, SERGIO DIAS - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIZ
  • Subjects: APIDAE; HYMENOPTERA
  • Language: Português
  • Abstract: Vários autores têm estudado a atividade de vôo de abelhas sem ferrão, por meio de contagem visual das abelhas que entram e saem de suas colônias. Por outro lado, há poucos estudos sobre termorregulação. Nessa tese, a contagem de abelhas e o monitoramento da temperatura no interior de quatro colméias de Plebeia remota foram automatizados. Cada colônia teve um termopar em seu interior e emissores de luz infravermelha e fotocélulas em sua entrada. Todos os sensores foram ligados a um computador por meio de um controlador lógico programável (PLC: programmable logic controller). O período de estudo compreendeu um ano, permitindo uma abordagem sazonal do efeito das variáveis climáticas sobre a atividade de vôo e da influência da temperatura ambiente sobre a termorregulação. Nós obtivemos números relativos referentes à atividade de vôo para o momento que antecedia em uma hora a chuva, como também durante e após a precipitação. Em todas as colônias, observaram-se, predominantemente, decréscimos na atividade externa de Plebeia remota, tanto antes como durante a precipitação. Após a cessação desta, houve um predomínio de acréscimos, o que indica uma compensação da atividade de vôo em relação ao período chuvoso. De modo geral, o maior decréscimo de atividade de vôo, antes da chuva, ocorreu no outono e o maior acréscimo de atividade de vôo, depois da chuva, ocorreu na primavera. Alterações nesta atividade foram observadas, com a variação da intensidade,freqüência e duração das precipitações pluviométricas. A atividade externa foi pouco alterada, quando a precipitação foi de até 1 mm, mas com o aumento de intensidade, os valores de decréscimo nesta atividade aumentou. Quando a precipitação ocorreu apenas uma vez por dia, os decréscimos na atividade de vôo foram maiores, relativamente às chuvas intermitentes. Chuvas com duração maior que 1 h causaram decréscimos maiores na atividade de vôo, do que precipitações de curta duração. Nas quatro estações, a menor atividade de vôo de Plebeia remota ocorreu quando não houve vento ou quando a velocidade média do vento esteve abaixo de 0,5 m/s. Os picos de atividade de vôo ocorreram em velocidades de vento maiores e variaram segundo as estações e as colônias. No verão, os picos de atividade de vôo estiveram entre 3,5 e 5,5 m/s de velocidade, no outono, na classe 4,0-4,5 m/s, e na primavera entre 4,5 e 6,0 m/s. No inverno, clara restrição da atividade externa ocorreu em velocidades de vento superiores a 5,5 m/s. As forrageiras de P. remota orientaram preferencialmente seus vôos para certas direções de vento. Exceto o verão, as direções foram similares para as quatro colônias. Estas direções coincidem com os locais onde estão os recursos florais mais utilizados por estas abelhas. De modo geral, a atividade de vôo de Plebeia remota foi correlacionada positivamente com a radiação solar e a temperatura e, negativamente, com aprecipitação pluviométrica e a umidade relativa. No verão, a intensidade das correlações entre a atividade de vôo e os fatores climáticos foi menor do que a de outras estações. No outono e no inverno, a radiação solar foi o fator que mais influenciou a atividade de vôo, seguida pela umidade relativa e temperatura. Na primavera, a atividade de vôo foi influenciada principalmente pela temperatura, mas a radiação, a umidade relativa e a pressão barométrica também tiveram efeitos sobre a atividade de vôo. Exceto o verão, os mesmos fatores climáticos influenciaram igualmente a atividade externa de todas as colônias. Ritmos diários da atividade de vôo das forrageiras de Plebeia remota foram detectados para todas as colônias e em todos os meses do ano de 1999. Para colônias da mesma procedência, as acrofases da atividade de vôo da colônia de maior tamanho ocorreram mais cedo do que as acrofases da atividade externa da colônia de menor tamanho. Quando comparamos as duas procedências, geralmente as acrofases diárias das colônias de Prudentópolis/PR ocorreram mais cedo do que as oriundas de Cunha/SP. Ritmos anuais da atividade de vôo das forrageiras foram detectados para todas as colônias, embora com desvios angulares consideráveis. As acrofases anuais das colônias provenientes de Prudentópolis/PR ocorreram mais tarde do que as das colônias de Cunha/SP. As colônias procedentes de Prudentópolis/PR tiveram ritmos anuais semelhantes, mas o mesmo nãoaconteceu com as colônias oriundas de Cunha/SP. Apesar disto, estas colônias estiveram mais próximas estatisticamente entre si, quanto aos seus ritmos anuais, do que quando comparadas com as outras. Geralmente, as temperaturas no interior das colônias de Plebeia remota foram maiores e sofreram menos oscilações do que a temperatura ambiente. A diferença entre as temperaturas interna e ambiente teve maior influência sobre a atividade de vôo do que a destas temperaturas consideradas isoladamente. O controle de temperatura e a atividade externa das colônias provenientes de Prudentópolis/PR ocorreram em temperaturas ambientais mais baixas, em relação às colônias de Cunha/SP. Desta forma, foi demonstrado que a linhagem de Prudentópolis/PR é mais adaptada ao clima frio do sul, enquanto que a linhagem de Cunha/SP, mais adaptada ao clima quente, tem uma distribuição geográfica mais ampla. As diferenças encontradas na influência dos parâmetros climáticos sobre a atividade de vôo de Plebeia remota foram decorrentes do tamanho colonial. Quanto às diferenças nos ritmos diários, elas devem ser atribuídas ao tamanho das forrageiras. Por outro lado, as linhagens de Prudentópolis/PR e de Cunha/SP distinguiram-se com relação aos seus ritmos anuais, na termorregulação e na influência desta sobre a atividade externa. Provavelmente, há sobreposição geográfica parcial entre estas linhagens. As diferenças comportamentais encontradas encontradasaqui, somam-se às outras evidências obtidas recentemente por outros autores, demonstrando que estas devem ser duas espécies diferentes
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 10.05.2005

  • How to cite
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    • ABNT

      HILÁRIO, Sérgio Dias. Atividade de vôo e termorregulação de Plebeia remota (Holmberg, 1903) (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). 2005. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. . Acesso em: 19 set. 2024.
    • APA

      Hilário, S. D. (2005). Atividade de vôo e termorregulação de Plebeia remota (Holmberg, 1903) (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Hilário SD. Atividade de vôo e termorregulação de Plebeia remota (Holmberg, 1903) (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). 2005 ;[citado 2024 set. 19 ]
    • Vancouver

      Hilário SD. Atividade de vôo e termorregulação de Plebeia remota (Holmberg, 1903) (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). 2005 ;[citado 2024 set. 19 ]


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