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Um lado obscuro da modernidade à luz de Kierkegaard e Camus (2005)

  • Authors:
  • Autor USP: OLIVEIRA, MARCIO ALVES DE - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLF
  • Subjects: MODERNIDADE; LIBERDADE; ALIENAÇÃO; EXISTÊNCIA
  • Language: Português
  • Abstract: A dissertação busca acompanhar um movimento kierkegaardiano de deslocamento da dúvida clássica do objeto para o sujeito, que iniciaria o que Camus denomina de uma tradição do pensamento absurdo, a qual problematiza os próprios fundamentos de uma modernidade modernizadora que tende a padronizar as experiências e diluir a singularidade das subjetividades. Contra um formal deslocamento rousseauniano e kantiano de um problemático ser para um dever ser, o ser aparente de uma tradição romântica faz do livre esgotar-se num instantâneo presente um fim em si. Para Hegel, essa negação subjetiva de uma universalidade imediata, preexistente em si kantianamente, deve ser negada, pois no instante presente propriamente transpareceria o vir-a-ser de uma universalidade mediada que é um em-si-e-para-si. Mas esse existir totalmente num romântico porvir hegeliano que aparenta formalmente dissolver as aparências com sua totalizadora interiorização imanente, nega a essencial singularidade de toda existência individual que interioriza a cada instante presente um interior absurdamente exteriorizado. Para além das convergentes tendências formalizantes e totalizantes de uma modernidade modernizadora que tende a paralisar demoniacamente as subjetividades ao fazer de tudo um fim em si, Kierkegaard perspectiva uma tensão no interior de uma existência real alienada, em tensão, por sua vez, com outra no interior da realidade alienada desta. Aqui, uma singular existência individualalienada, ironicamente interioriza sua própria realidade como uma não-liberdade em tensão com sua própria liberdade, e por outro lado, nesta realidade alienada, ironicamente interioriza seus próprios ideais livremente projetados como possibilidades ideais em tensão com suas possibilidades propriamente reais. E também para Camus a existência atualiza indiretamente seu ser ao atualizar singularmente sua própria ) subjetividade, numa criativa trans-formação simultânea, para além de uma (in)determinação subjetiva da realidade com viés objetivo, do conteúdo real de uma existência e da forma da liberdade de uma existência real que deseja efetivamente transformar sua realidade. Trata-se da tensa incerteza da criação de sua própria medida através de uma revolta formada no absurdo, mesmo e principalmente diante da maior desmedida, medida que se equilibra precariamente entre suas possibilidades reais e ideais de criar uma realidade menos precária para uma incerta existência real comum, e isso sempre a um passo de sua própria desmedida
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 18.01.2005

  • How to cite
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    • ABNT

      OLIVEIRA, Márcio Alves de. Um lado obscuro da modernidade à luz de Kierkegaard e Camus. 2005. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. . Acesso em: 25 set. 2024.
    • APA

      Oliveira, M. A. de. (2005). Um lado obscuro da modernidade à luz de Kierkegaard e Camus (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Oliveira MA de. Um lado obscuro da modernidade à luz de Kierkegaard e Camus. 2005 ;[citado 2024 set. 25 ]
    • Vancouver

      Oliveira MA de. Um lado obscuro da modernidade à luz de Kierkegaard e Camus. 2005 ;[citado 2024 set. 25 ]


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