Eventos desencadeados pela interação da lectina KM+ com glicoconjugados da superfície de neutrófilos (2003)
- Authors:
- Autor USP: SILVA, GABRIELA PEREIRA DA - FMRP
- Unidade: FMRP
- Sigla do Departamento: RBI
- Assunto: IMUNOLOGIA
- Language: Português
- Abstract: KM+, lectina de Artocarpus integrifolia, ligante de D-manose, induz migração de neutrófilos por haptotaxia, possibilitada pela interação dos domínios de reconhecimento de carboidrato (CRD) da lectina com glicanas da matriz extracelular e da superfície de neutrófilos. No presente trabalho estudou-se a interação da lectina KM+ com glicoconjugados da superfície de neutrófilos humanos. A ligação de KM+ biotinilada à superfície celular, avaliada por ensaios de citometria de fluxo, ocorreu em 98% dos neutrófilos. Tal ligação foi inibida em 99 e 96%, respectivamente, por D-manose (25 mM) ou manotriose (5 mM). Através de microscopia de fluorescência, observou-se marcação positiva distribuída na superfície de neutrófilos. Não houve marcação em neutrófilos quando a lectina foi previamente incubada com D-manose, contrariamente ao observado quando KM+ foi pré-incubado com D-galactose. As preparações da lectina KM+ purificada foram avaliadas quanto à propriedade de induzir migração de neutrófilos in vitro. Verificou-se que KM+, na dose de 5 µg/poço, determinou a resposta máxima; D-manose inibiu a migração em 80%. A participação de receptores de superfície acoplados à proteína G na migração e polarização de neutrófilos induzida por KM+ foi avaliada por ensaios em microcâmaras de Boyden e de microscopia eletrônica de varredura, respectivamente. Observou-se que o pré-tratamento das células com toxina pertussis tomou-as não responsivas ao estímulo atraente de KM+; a respostamigratória de neutrófilos frente a KM+ foi abolida e as células não apresentaram morfologia característica de ativação. A capacidade da lectina KM+ de ativar neutrófilos foi demonstrada por ensaios de microscopia e de citometria de fluxo. Através de microscopia óptica, observou-se que a lectina, na faixa e concentração de 75 a 300 µg/ml, proporcionou resposta similar à de fMLP e caseína; 63 a 69% dos neutrófilos polarizaram- se. .. D-manose (200 mM) reduziu a resposta de polarização de neutrófilos em 90%, enquanto manotriose, em concentração 10 vezes inferior, reduziu-a em 70%. Através de microscopia eletrônica de varredura, os neutrófilos estimulados pela lectina (30 minutos) espalharam-se e apresentaram profundas ondulações de membrana. Microscopia eletrônica de transmissão mostrou que os neutrófilos estimulados por KM+ estavam alongados, refletindo a polarização da célula. Imunomarcação com anti-fosfotirosina demonstrou que os neutrófilos estimulados por KM+ durante 15 minutos sofreram fosforilação da tirosina das proteínas intracelulares. Ensaios de citometria de fluxo e de microscopia confocal revelaram que após 120 minutos de interação com a lectina KM+, foi internalizada uma maior quantidade de complexos lectina/ligante, formados na superfície dos neutrófilos. O estímulo por KM + induziu ainda mudanças na expressão de moléculas da superfície de neutrófilos. Através de citometria de fluxo, constatou-se: (1) aumento da expressãobasal . de CXCR1, constitutivamente presente em neutrófilos não estimulados, (2) desencadeamento da expressão de CXCR2, indetectável em neutrófilos não estimulados, (3) persistência da expressão aumentada de CXCRl e um pequeno decréscimo na expressão de CXCR2, 60 minutos após a remoção de KM+, (4) rápido decréscimo na expressão de CD62L; com 5 minutos de estímulo, sua expressão era aproximadamente 3 vezes menor que a de células não estimuladas e (5) pequeno decréscimo na expressão de CD 18; 1.2 a 1.4 vezes menor do que os níveis expressos por células não estimuladas, durante os primeiros 60 minutos de estimulação. Finalmente, verificou-se, nos ensaios em microcâmara, que enquanto a neutralização de CXCRl não interferiu na resposta migratória ao estímulo de KM+, a neutralização de CXCR2 resultou em inibição de 36% da migração induzida pela lectina. O conjunto dos resultados obtidos .. sugere que KM+, ao ligar-se apropriadamente à glicana de receptor, possivelmente CXCR2, da superfície de neutrófilos humanos, induza a transdução de sinal intracelular, via proteína G. Essa interação é responsável pela ativação e migração celulares, eventos comparáveis aos desencadeados pela ligação do receptor neutrofílico com seu agonista específico
- Imprenta:
- Publisher place: Ribeirão Preto
- Date published: 2003
- Data da defesa: 09.05.2003
-
ABNT
BISSON, Gabriela Silva. Eventos desencadeados pela interação da lectina KM+ com glicoconjugados da superfície de neutrófilos. 2003. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003. . Acesso em: 27 dez. 2025. -
APA
Bisson, G. S. (2003). Eventos desencadeados pela interação da lectina KM+ com glicoconjugados da superfície de neutrófilos (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. -
NLM
Bisson GS. Eventos desencadeados pela interação da lectina KM+ com glicoconjugados da superfície de neutrófilos. 2003 ;[citado 2025 dez. 27 ] -
Vancouver
Bisson GS. Eventos desencadeados pela interação da lectina KM+ com glicoconjugados da superfície de neutrófilos. 2003 ;[citado 2025 dez. 27 ] - M-ficolin and leukosialin (CD43): new partners in neutrophil adhesion
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