Nem Minas, Nem São Paulo: economia e demografia na localidade paulista de Apiaí (1732-1835) (2001)
- Authors:
- Autor USP: VALENTIN, AGNALDO - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLH
- Assunto: ESCRAVOS
- Language: Português
- Abstract: Estuda-se a estrutura de posse de escravos em Apiaí - São Paulo - entre 1732 e 1835. A referida vila conheceu dois surtos mineratórios durante o séc. XVIII, que nela imprimiram características distintivas em relação às demais localidades paulistas, em especial em termos da concentração da propriedade cativa. Ao longo da centúria, acompanha-se por sete décadas a composição domiciliar e a estrutura de posse de escravos de Apiaí. Os resultados evidenciam que a primeira fase foi marcada pelo predomínio de fogos singulares e pela expressiva presença de escravistas. No segundo período, notou-se a convivência de mineradores e moradores, já arraigados na região, estabelecendo um perfil peculiar: de um lado, apiaienses não-escravistas compondo unidades domiciliares simples, em especial casais com filhos; de outro, mesclavam-se escravistas coevos da fundação da vila e novos proprietários, atraídos pela ocorrência do "Morro do Ouro", com posse escrava mais concentrada que a verificada anteriormente. A comparação da dinâmica observada em Apiaí com diversas localidades mineiras, tanto no auge da atividade mineratória como em sua decadência, indica semelhanças em ambos os estágios, ressalvando as particularidades destas localidades. Notadamente em relação às localidades paulistas, Apiaí apresentava um padrão semelhante ao Oeste Paulista, que então conhecia um vigoroso período dinâmico associado ao cultivo da cana e fabrico do açúcar. Em inícios do séc. XIX, com oesgotamento definitivo dos veios, esperar-se-iam mudanças significativas no conjunto de senhores e seus escravos. Diante da inviabilidade de substituição da mineração pelo cultivo da cana ou do café, a maioria dos moradores de Apiaí passou a )se dedicar às atividades de subsistência, mormente voltadas para o autoconsumo. Entretanto, a população cativa manteve um acanhado crescimento até meados da década de 1820 e uma discreta redução até 1835, pari passu a uma elevada concentração na distribuição da posse da escravaria, já presente desde 1798. Duas causas alinham-se como responsáveis pela manutenção desse quadro:o fato de a maior parte dos escravistas identificados ao longo do período correspondente ao século XIX pertencerem a dois únicos grupos familiares, instalados na região desde a segunda fase mineratória da centúria anterior; os fortes indícios da ocorrência de taxas positivas de crescimento natural da população escrava no decorrer de praticamente todo o período estudado, por exemplo, através da relação de crianças com até 9 anos e mulheres entre 15 e 49 anos de idade. A comparação da estrutura de posse dos proprietários apiaienses presentes ao final da primeira terça do Oitocentos com outros, tanto paulistas como mineiros, reafirma que o isolamento econômico da vila, associado aos fatores acima descritos, contribuíram para o estabelecimento de seu singular perfil
- Imprenta:
- Data da defesa: 09.11.2001
-
ABNT
VALENTIN, Agnaldo. Nem Minas, Nem São Paulo: economia e demografia na localidade paulista de Apiaí (1732-1835). 2001. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. . Acesso em: 27 dez. 2025. -
APA
Valentin, A. (2001). Nem Minas, Nem São Paulo: economia e demografia na localidade paulista de Apiaí (1732-1835) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Valentin A. Nem Minas, Nem São Paulo: economia e demografia na localidade paulista de Apiaí (1732-1835). 2001 ;[citado 2025 dez. 27 ] -
Vancouver
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