Estudo morfofuncional da glândula salivar de Biomphalaria straminea (Mollusca, Planorbidae) (2001)
- Authors:
- Autor USP: MOURA, KIEIV RESENDE SOUZA DE - IB
- Unidade: IB
- Sigla do Departamento: BIO
- Subjects: MOLLUSCA; GLÂNDULAS SALIVARES
- Language: Português
- Abstract: Neste trabalho, foi realizado um estudo morfofuncional da glândula salivar de indivíduos adultos de Biomphalaria straminea (Mollusca, Planorbidae), do ponto de vista anatômico, histológico e ultra-estrutural, incluindo microscopia de fluorescência e microscopia eletrônica de transmissão e varredura. Foi investigada, também, a presença de enzimas digestivas no homogeineizado de glândulas salivares, assim como o possível papel do neuropeptídeo FMRF-amida na regulação da função glandular. Foram estudadas, ainda, as alterações histológicas e ultra-estruturais da região secretora da glândula salivar de animais submetidos a diferentes períodos de jejum (com água, mas sem alimento), dessecação (sem água e alimento) e reidratação (após um período de dessecação). Os resultados obtidos foram complementados por um acompanhamento de medidas de peso e diâmetro da conha de caramujos sujeitos a diferentes períodos de dessecação. Anatomicamente, a glândula salivar de B. straminea consiste em um par de estruturas tubulares inseridas na massa bucal, em sua região anterior, e unidas, em sua região posterior, formando uma alça. A região anterior é constituída pelos ductos glandulares, que desembocam na cavidade bucal, e a região posterior da glândula é formada pela sua porção secretora. Do ponto de vista histológico e ultra-estrutural, a glândula salivar é formada por um epitélio colunar simples, sob o qual encontra-se uma fina camada de tecido conjuntivo. Ao longo do epitélio,distinguem-se três regiões: o ducto, a região intermediária e a região secretora. O ducto é formado por um único tipo celular - a célula epitelial do ducto - repleta de cílios e microvilosidades em sua superfícies apical. A região intermediária, entre o ducto e a região secretora, possui células semelhantes às células do ducto e às células da região secretora da glândula. Já a região secretora apresenta dois tipos celulares principais: as células ) intercalares (não secretoras) e as células secretoras. As células intercalares possuem muitos cílios e microvilosidades em sua superfície apical. Os cílios presentes, tanto na célula epitelial do ducto, quanto na célula intercalar, devem atuar na produção da secreção da região secretora para o ducto, e deste até a cavidade bucal. As células secretoras, por sua vez, exibem aspectos morfológicos distintos, que devem representar fases diferentes de diferenciação (I-V), de acordo com sua posiçao no epitélio, sua forma, tamanho e atividade secretora. Por outro lado, com base no aspecto ultra-estrutural dos grânulos de secreção e do retículo endoplasmático rugoso, as células secretoras podem, ainda, ser separadas em dois subtipos: células L e células H. O mecanismo de eliminação da secreção observado nas células secretoras é do tipo apócrino, no início do processo secretor (fases III e IV), e do tipo holócrino, na fase final (V) desse processo. O neuropeptídeo FMRF-amida foi imunolocalizado na invervação e nointerior de algumas células secretoras da glândula salivar, evidenciando assim, a sua participação na regulação da atividade secretora da glândula. No que diz repeito à presença de enzimas digestivas na glândula salivar, as atividades de cinco enzimas foram testadas: amilase, celulase, maltase, aminopeptidase e tripsina. Destas, somente a tripsina não apresentou atividade detectável pelos métodos utilizados. Por outro lado, amilase, celulase, maltase, aminopeptidase possuem atividades significativas, quando comparadas, por exemplo, às enzimas encontradas nas glândulas salivares de outros moluscos. Estes resultados indicam um papel importante da secreção salivar no início da digestão do alimento ingerido por estes animais. Em relação às situações de jejum e dessecação, as glândulas salivares exibem modificações muito significativas em sua organização histológica e ultra-estrutural, nas duas ) situações. Estas alterações são mais profundas à medida em que os tempos de jejum e dessecação aumentam. Contudo, quanto maior o período de tempo, observa-se que as alterações da estrutura do epitélio dos animais em jejum são mais evidentes do que aquelas verificadas nos animais em dessecação. Apesar disso, após 72 horas de reidratação, depois de um período de 60 dias de dessecação, a glândula salivar apresenta uma recuperação quase completa do seu epitélio, mostrando a grande capacidade de B. straminea às condições adversas do meio
- Imprenta:
- Data da defesa: 09.10.2001
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ABNT
MOURA, Kieiv Resende Souza de. Estudo morfofuncional da glândula salivar de Biomphalaria straminea (Mollusca, Planorbidae). 2001. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. . Acesso em: 28 dez. 2025. -
APA
Moura, K. R. S. de. (2001). Estudo morfofuncional da glândula salivar de Biomphalaria straminea (Mollusca, Planorbidae) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Moura KRS de. Estudo morfofuncional da glândula salivar de Biomphalaria straminea (Mollusca, Planorbidae). 2001 ;[citado 2025 dez. 28 ] -
Vancouver
Moura KRS de. Estudo morfofuncional da glândula salivar de Biomphalaria straminea (Mollusca, Planorbidae). 2001 ;[citado 2025 dez. 28 ]
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