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A visão parcial da deficiência na imprensa: Revista Veja (1981-1999) (2001)

  • Authors:
  • Autor USP: NASCIMENTO, RUI BIANCHI DO - ECA
  • Unidade: ECA
  • Sigla do Departamento: CJE
  • Subjects: REVISTAS; JORNALISMO (TEMAS); DEFICIENTES
  • Language: Português
  • Abstract: A proposta desta dissertação teve origem na idéia de que a grande imprensa noticia pouco as questões de cidadania do portador de deficiência. O pano de fundo deste trabalho é a história de vida que figura no anexo 1 (Vida em movimento) e explica a minha trajetória como deficiente, minha escolarização, o processo de identificação como deficiente e os acontecimentos que me levaram a perceber os preconceitos sociais, estigmas, e finalmente minha motivação individual, a princípio, e a militância engajada na luta por cidadania no movimento social dos deficientes, principalmente na cidade de São Paulo, com seu histórico que corre em paralelo com minhas vivências. Procurei seguir, neste trabalho, os conceitos sobre preconceito de Agnes Heller, a caracterização de estigma de Goffman e o estudo de identidade de Suely Satow. O conceito operacional para estereótipo veio de Heloani. Ao delimitar o veículo da grande imprensa para a pesquisa escolhi a revista Veja, pela grande tiragem, por atingir todo território nacional, pelo público que atinge ser entre os formadores de opinião e pela sua perenidade. Pesquisei todas as revistas dos anos de 1981, 1998 e 1999, além das revistas dos meses de setembro a partir de 1982, quando o movimento social dos deficientes escolheu dia 21 como seu "Dia Nacional de Luta", e do mês de dezembro desde 1993 quando foi instituído pela ONU o "Dia Internacional da Pessoa Deficiente". As datas sempre se constituem em material de pauta dosveículos de comunicação. Além disso, pesquisei todas as revistas do mês de agosto de 1987, pois neste mês foi entregue pelo movimento social dos deficientes a emenda popular para a nova Constituição, fato histórico de mobilização nacional de todo o movimento. Ao todo foram pesquisadas 244 revistas nesses períodos. Pelas matérias analisadas pude verificar as hipóteses de trabalho: poucas matérias enfocam o caráter de cidadania, a voz dos personagens do movimento ) enfocam o caráter de cidadania, a voz dos personagens do movimento social organizado dos deficientes não aparece, e o movimento em si não é mencionado nem em suas datas mais marcantes. Nota-se uma diminuição de palavras estigmatizantes na década de 90, mas as características estigmatizantes e preconceituosas permanecem no contexto das matérias. As matérias analisadas apresentaram preconceitos, estigmas. estereótipos e presença ou ausência de características de cidadania conforme delimitados nos parâmetros conceituais. Realizei um questionário com os militantes do movimento social dos deficientes, principalmente em São Paulo, visando detectar qual sua motivação ao ingressar no movimento e qual a idéia que tinham, à época e atualmente, dos veículos de comunicação de massa, e se apresentavam alguma proposta de utilização desses meios para propagar suas reivindicações de direitos. O discurso jornalístico sobre as pessoas deficientes acaba sendo construído com as representações históricas eideológicas dos discursos existentes em cada uma das instituições envolvidas com os deficientes (médicos, religiosos, instituições prestadoras de serviço e as próprias pessoas deficientes e suas organizações). Daí persistirem ainda hoje preconceitos, estigmas e estereótipos já existente e detectados pelos integrantes do movimento na década de 80. Este trabalho procurou verificar se a revista Veja, de abrangência nacional, considera de "interesse público e relevância" o movimento social dos deficientes e sua luta por cidadania, mas verificou-se a completa ausência em suas páginas de qualquer referência a esse movimento. Temos então que a ausência do movimento social dos deficientes na revista Veja durante esse tempo e principalmente em datas significativas é um fato marcante a ser destacado. Ao procurar os motivos disso pode-se considerar a própria falta de estrutura de comunicação do movimento, mas isso não é o ) suficiente quando movimentos sem estrutura alguma aparecem e desaparecem e são notícia. Outro olhar mais crítico pode dizer que os deficientes não foram visto em suas manifestações porque são considerados ainda como dependentes e sem voz própria. Fica aberto o espaço para futuras verificações
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 26.06.2001

  • How to cite
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    • ABNT

      NASCIMENTO, Rui Bianchi do. A visão parcial da deficiência na imprensa: Revista Veja (1981-1999). 2001. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. . Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Nascimento, R. B. do. (2001). A visão parcial da deficiência na imprensa: Revista Veja (1981-1999) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Nascimento RB do. A visão parcial da deficiência na imprensa: Revista Veja (1981-1999). 2001 ;[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Nascimento RB do. A visão parcial da deficiência na imprensa: Revista Veja (1981-1999). 2001 ;[citado 2024 abr. 23 ]

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