Negócios jesuíticos: a administração dos bens divinos (2001)
- Authors:
- Autor USP: ASSUNCAO, PAULO DE - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLH
- Subjects: PERÍODO COLONIAL (1500-1822); JESUÍTAS; HISTÓRIA DO BRASIL (ECONOMIA)
- Language: Português
- Abstract: A presente pesquisa tem por objetivo analisar as atividades econômicas realizadas pelos jesuítas no Brasil e suas interações dentro do império português, durante o período de 1549-1759, destacando o modo pelo qual se processou a formação das propriedades e bens jesuíticos, assim como o vínculo direto da Companhia de Jesus com os princípios e práticas da economia mercantil expansionista do período, que levaram a Instituição e seus membros a serem acusados de ingerência em negócios temporais. A ação dos padres administradores/procuradores, que organizava e dava impulso às atividades produtivas, revela que muitos deles deveriam possuir, além de um arcabouço espiritual, um conhecimento profundo do sistema produtivo a que estavam vinculados. Esta configuração exteriorizou, não raras vezes, as feições de poder dos membros da Companhia, sujeitos em algumas circunstâncias aos ataques e às críticas de seus próprios pares, por condutas que se distanciavam do ideal jesuítico. Crítica que também era feita por setores da sociedade colonial que alertavam para o fato de o temporal e espiritual possuírem interesses convergentes. Os jesuítas, em várias missivas, cartas ânuas, relatórios, e outros documentos dirigidos aos Padres Superiores, Procuradores, Prefeitos e Reitores, nos colégios de Lisboa, Porto, Coimbra e demais localidades do território português, registraram a forma como eram administradas as diversas propriedades da Ordem, ao mesmo tempo em que destacavam anecessidade e a importância da manutenção das propriedades produtivas para o bom funcionamento da Instituição. Esta farta correspondência permite reconstituir e compreender o pano de fundo do contexto social em que os religiosos atuaram. Os documentos revelam um complexo jogo político e econômico que envolvia jesuítas, nobreza, monarca, funcionários da coroa, mercadores e escravos em relações nem sempre amistosas e tranqüilas. As cartas escritas nesse período ) revelam que a Companhia de Jesus interagiu com o universo produtivo colonial e utilizou-se do sistema para a produção de gêneros ou a criação de animais que visavam ao atendimento das residências e colégios. Envolvidos, por exemplo, com a produção de açúcar, foram forçados ao relacionamento com os produtores, lavradores, escravos e comerciantes coloniais, adotando práticas administrativas similares àquelas empreendidas pelos grandes senhores de engenho. Este comportamento é esboçado nos registros, onde são demonstradas as preocupações com a produção como: a falta de liquidez, a dependência de crédito, a manutenção dos meios de produção, o transporte e os encargos de distribuição que eram acrescidas às preocupações espirituais dos jesuítas
- Imprenta:
- Data da defesa: 21.06.2001
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ABNT
ASSUNÇÃO, Paulo de. Negócios jesuíticos: a administração dos bens divinos. 2001. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. . Acesso em: 17 out. 2024. -
APA
Assunção, P. de. (2001). Negócios jesuíticos: a administração dos bens divinos (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Assunção P de. Negócios jesuíticos: a administração dos bens divinos. 2001 ;[citado 2024 out. 17 ] -
Vancouver
Assunção P de. Negócios jesuíticos: a administração dos bens divinos. 2001 ;[citado 2024 out. 17 ]
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